Egito Antigo: Magia, Alquimia e Herança Atlante – um encantador chamado universal de Luz Muito mais além das fantásticas pirâmides com sua geometria sagrada e meta-matemática cósmica perfeita, os egípcios deixaram um legado filosófico, astrológico, matemático, arquitetônico, médico, religioso, artístico, Iniciático e mágico. Seu modo de nascer, de viver e de morrer são um grande exemplo a seguir. Conseguiram unir com esplendor os quatro pilares da Sabedoria (gnosis): ciência, filosofia, arte e mística. Em suas cidades, templos, pirâmides, assim como também em seus papiros, que guardavam litanias e escritas sagradas, voltadas para a concepção dos deuses, interligavam com os poderes divinos desde o micro ao macrocosmo, associando animais, plantas e estrelas. Muito além de seus santuários, Casas dos Deuses, cuja arquitetura sagrada reproduzia a criação cósmica e o caminho Iniciático e que, com seus hipostilos (salões cobertos e com grandes colunas ornadas) – os quais inspiraram os fabulosos templos gregos e romanos (e atualmente as basílicas e igrejas cristãs), demonstraram os antigos moradores do vale do Nilo sua dedicação a uma vida objetivamente voltada para a espiritualidade, para a religião. Muito mais além de Alexandria com seus ritos e biblioteca perdidos pelas chamas da ignorância, alimentou a sede de conhecimento de Platão, Sócrates, Epicuro, Hypatia e tantos outros grandes filósofos. A Sabedoria egípcia tem até recentemente inspirado sábios da humanidade como o arqui-hierofante da gnose contemporânea Samael Aun Weor. Muito mais além das procissões sagradas ora pelo adorado e essencial Nilo, ora pelas cidades e templos, que adornavam seus deuses e deusas, com nomes sagrados guardados em segredo, e em restritos santuários adorados, sempre representados com símbolos mágicos e associados a animais sagrados, realmente foram a grande escola de Magia Branca dessa atual raça humana cujo grande mestre foi seu Deus Ibis-Toth, o Hermes Trismegisto dos gregos. Muito mais além de sua arte expressa na mescla de sua rica escrita, pinturas que marcavam sua história através de cores sabiamente aplicadas, réplicas da natureza, instrumentos que criavam músicas divinas e majestosas esculturas em pedras. Viam na arte uma forma de se chegar a seus Deuses – e de agradá-los. Muito mais além de seus perfumes, magicamente desenvolvidos para oferenda aos Deuses, reconhecendo-se em cada planta a essência de um elemental da natureza, em cada ramo, em cada pétala e folha, a força de Tum (o Sol ou Rá poente), por isso seu deus dos aromas se chamava Nefertum (a beleza de Tum), o amadíssimo e cultuado Pai solar, filho da Grande Mãe espaço, a adorável Nut. Muito mais além de uma medicina que inspirou nada menos que o grande Mestre Hipócrates, ou da sabedoria de Imhotep, “aquele que vem em paz”, o polímato e sumo-sacerdote de Heliópolis, o Egito foi o berço de grandes hierofantes e iniciados. Muito mais além da morte com seus templos mortuários, tumbas e sarcófagos, vasos canópicos que guardavam os corpos do caminhante na nova vida, estavam longe de ser sombrios, acreditavam na ressurreição, encaravam a morte de frente, antes mesmo de chegada sua hora, pois reconheciam a transitoriedade da matéria e assim, preparavam-se para o grande juízo na pesagem da sala de Maat que iria definir o destino de sua viagem: ao Duat (submundo) ou Aaru (paraíso). Seus livros dos mortos, na verdade eram livros para saída à Luz. Muito mais além dos templos de Isis e Hathor, onde por meio de sacerdotisas celebravam-se práticas mágicas pela fertilidade da mãe natura nas plantações e nas mulheres, para o lar, por proteção e cura, para gestação e parto, para o matrimônio e para a alegria, a dança e as artes, realizaram inúmeros trabalhos de Serviço às pessoas. Encantos, hoje, pouco compreendidos mas que de tão intrigantes, ainda são vastamente comentados e investigados por místicos, historiadores, viajantes, arqueólogos. Apesar da grandiosidade dessa cultura, apesar das colossais esculturas e construções, apesar da realeza de seus perfumes e ritos e da imponência de seus faraós e faranis, tinham um modo de vida simples, voltado para a natureza, para a religiosidade, para o serviço em cooperação por todos e para a vida eterna. Egito, quem só vê a grandeza de suas pirâmides e o ouro de seus governantes, não compreende teus ensinamentos. Das perfumadas terras negras de Kem, por onde corriam as brilhantes águas de Hapi (o rio Nilo), desde as perfumadas corredeiras de lótus azuis até as planícies enfeitadas de papiros, formando oásis de refrescantes palmeiras formou-se uma sábia cultura nas areias de Geb (o pai-Terra) onde Tum aguarda por novos guerreiros da Luz, tudo assim protegido pelo estrelado manto de Nut (a mãe Espaço). Pois saibam todos, o Egito é um convite à autorrealização íntima da Alma que todos carregamos. Os sábios de Saís ensinavam que as altas montanhas que formam o Nilo Azul são nossos órgãos sexuais (as águas genesianas), o Vale do Nilo é nossa coluna vertebral (por onde flui a água-ígnea da vida) e que o Delta (Alexandria) é a cabeça de um Ser realizado, para irradiar amor e bondade a todo o oceano da vida (o Mar Mediterrâneo). Dentro de nós há um Egito que diariamente aguarda o nascimento de Kephra (O Cristo Sol Ressurrecto) para que ele fecunde as águas de nosso Nilo Interior… tudo para a batalha de glória a Osíris-Rá! “Deixa fluir para cima o teu Nilo, mantenha-o puro; permita que a Luz de Rá ilumine tua alma todos os dias; assim a água e o fogo, em hierosgamos alquímico, te permitirão a única magia da vida: Servir a Todos os Seres”. Alessandra Espineli Sant´Anna é engenheira civil e instrutora gnóstica
Arquivos do autor:admin
WESAK: A SAGRADA FESTA BUDISTA
WESAK: A SAGRADA FESTA BUDISTA COMPREENDA A UNIÃO DA FRATERNIDADE BRANCA COM O BUDA, O CRISTO E A GNOSE Na cordilheira do Himalaia há um vale elevado que fica a oeste de Lhasa, próximo ao Nepal. Este vale é na verdade uma elevada planície coberta por vegetação rasteira de cor verde escura. No dia da lua cheia de Touro (geralmente em maio), uma multidão de pessoas acorre a esse lugar e se sentam silenciosamente para comemorar a Bela e Sagrada Festividade do Wesak. Wesak é a milenar comemoração do Oriente quando, na lua Cheia de Touro, o grande Buda de Compaixão (Buda Maitreya) derrama suas bênçãos sobre o mundo. Nesse auspicioso dia, tendo se preparado espiritualmente, todos se reúnem nesse local aguardando o momento supremo. Pessoas idôneas que presenciaram esta cerimônia singular, relatam que os líderes espirituais locais iniciam o trabalho realizando cânticos e orações, preparando o ambiente para receber a mais alta voltagem de Luz e Amor. Após algum tempo, quando o ambiente pulsa em grande voltagem, uma nuvem etérea de imensa luminosidade se faz presente, propiciando a materialização dos Mestres da Fraternidade Branca do Oriente, que com um simples sinal se organizam em 3 círculos concêntricos perfeitos. Impossível não se extasiar com tal imagem. De repente iniciam um canto que transmite uma mensagem angelical; esses seres cósmicos dizem de sua Compaixão por nossa humanidade sofredora, exortando a todos para que deixemos a discórdia e nos tornemos instrumentos de límpido amor; exortam para que sejamos como uma taça de cristal onde poderá ser colocada a Luz, o Amor e a Sabedoria de Seu Poder. Pois nada resiste ao seu Poder, nada resiste à Sua Luz! À medida em que os cantos se tornam mais profundos, um Belíssimo Sol resplandece sobre o altar no meio do círculo! É o BUDA MAITREYA que se faz presente para abençoar toda a Humanidade. Buda não é apenas um personagem histórico, o Sidarta; esta palavra sânscrita significa ILUMINADO; e Cristo também não é apenas o Jesus da Galileia, Cristo significa em grego antigo alguém que se cristificou, se purificou, foi ungido com o Pai, atingiu a perfeição ígnea nos elevados planos da Vontade Cósmica (o plano causal, refletido no 5º corpo do ser humano, A Vontade Consciente, forjado em ouro puro pela alquimia). Portanto, Buda-Maitreya é um iniciado que se iluminou (despertou sua consciência completamente) e se Cristificou (fabricou seus corpos em ouro). Samael Aun Weor é considerado entre todos os verdadeiros participantes do Círculo Consciente da Humanidade, a Grande Fraternidade Branca, como o Buda Maitreya da Era de Aquário, ou seja, aquele que veio Iluminar e ensinar as pessoas de Boa Vontade a se cristificarem pelo exercício dos 3 Fatores de Revolução da Consciência, base da Gnosis Universal: morrer em defeitos, nascer alquimicamente e servir a humanidade. Nas próprias palavras de Samael: “Cristo para nós os gnósticos é um fato cósmico-biológico de grande importância. Por isso falamos do Cristo Cósmico, do Cristo Histórico e do Cristo Líquido (seminal). O Cristo, cujo verdadeiro nome é Maitreya, é uma potência do Universo, cuja aura está produzindo grandes fenômenos na atmosfera do nosso planeta”. Feitos estes aclaramentos, continuamos com a descrição da divina cerimônia do Wesak… Todos então se ajoelham e com suas mãos estendidas para o alto, cantam a glória do Cristo presente! O Ser excelso que está sobre o altar em posição de lótus numa túnica amarelo- dourada, estende sua mão direita para o céu, e a esquerda para a Terra, unindo assim o Humano e o Divino, a Matéria e o Espírito! Ele toma a tigela que está sobre o altar, símbolo do Amor Sublimado de onde emana todo sustento do espírito, e a coloca sobre sua cabeça, sobre sua coroa de luz e depois a repõe no altar. Uma chuva de pétalas de flores se faz presente e um perfume maravilhoso inebria a todos. A imagem do Glorioso BUDA esboça um sinal de benção e aos poucos desaparece. E todos cantam: “HARI! OM! TAT! SAT!” – “Senhor Tu és Aquilo! Inexpressável Unidade!” Em 2021, no dia 26 e maio, acontece nos planos sublimes essa linda festa, pois é a Lua Cheia de Buda, a Lua de WESAK. Nesse dia comemoram-se 3 grandes acontecimentos: O Nascimento, a Iluminação e a Morte do Grande e Sagrado BUDA! Mas o que acontece nos planos sutis da Natureza e de onde vem toda essa força? Há uma belíssima energia emanada do Universo que se expressa com “O Princípio da Liberdade.”. Ela tem origem na grande estrela Sírio, sol que está para o Logos Solar assim como o Astro Rei, que nos Ilumina física e espiritualmente, está para nós. E o que isso significa? Que o Logos Solar, assim como nós, aspira através de toda sua Criação, de todos os reinos, atingir a Liberdade, a Perfeição! A Liberdade é a nota Chave do nosso Sistema Solar. Só conseguiremos atingi-la se trabalharmos conscientemente sobre nós mesmos, com autodisciplina, vontade, amor e sabedoria. Só existe Liberdade na Aniquilação do Ego, dos defeitos psicológicos que trazemos dentro, do Individualismo, do Mim Mesmo. A criação é um drama de contração e expansão, de materialização e espiritualização. Como diz o Venerável mestre Samael, o Mahavan e Chotovan. Essa Energia de Liberdade é a energia motivadora, o impulso, o ímpeto desse grande movimento para a espiritualização e unidade que todos os seres buscam. A Liberdade é um processo em permanente expansão em direção à Beleza, ao Bem e à Unidade. Na lua cheia de WESAK, toda essa beleza, essa força se faz presente através de 3 influências potentíssimas: A Energia da Sabedoria. A Energia da Iluminação, que é a energia do Amor- Sabedoria. A Energia da Vontade de Deus, que se revela como Propósito e como Plano. Nesse dia especial do WESAK, todas essas energias são concentradas pela Divina Mãe do Mundo, a Mãe Espaço Urânia, e como maestrina dessa orquestra Cósmica, ordena que determinadas estrelas de seu manto trabalhem belo bem do mundo e preparem o tapete onde …
ARCANJOS: QUE TAL PEDIR AJUDA DIRETAMENTE ?
ARCANJOS: QUE TAL PEDIR AJUDA DIRETAMENTE ? AS DIVERSAS HIERARQUIAS DIVINAS: Um antigo e sábio adágio ensina que “Deus é Deuses”, frase muito utilizada nos estéreis embates entre politeístas e monoteístas. Com a serena vivência que a Gnose nos permite, podemos compreender que a Divindade está em sua Obra, que Criador e Criatura são uma só coisa. A dicotomia criada pela mente humana, a carcarejada teologia, leva a disputas não só sobre as hierarquias divinas, mas também entre “diferentes Deuses”, com o velho fanatismo de que “meu Deus é melhor que o teu Deus”, o que conduz a sofismas como “Maomé é melhor que Jesus e Jeová é melhor que Alá”. Daí vêm o medo, a ira, o preconceito, o orgulho místico, a ignorância, a violência, a guerra, enfim, atitudes que levam ao afastamento de Deus – que é todo Paz e todo Amor. Mas o fato é que o Universo foi criado para todos os seres crescerem e se desenvolverem, para que nos tornemos, por nosso próprio esforço, “à imagem e semelhança do Criador”. Se todo o Universo é uma escola, é obvio que existem distintas etapas e níveis de desenvolvimento espiritual. No Gnosticismo moderno de Samael Aun Weor pesquisamos a Cosmologia (estudo dos diferentes mundos) e a Ontologia (estudo da mônada humana), onde constatamos haver realmente uma hierarquia entre os seres que se desenvolvem, sendo dada mais responsabilidade àqueles que têm mais sabedoria para gerenciar uma determinada parte da obra divina. Por isso temos, por exemplo, elementais vegetais (que por vezes administram uma “simples” plantinha), passando por almas humanas (que gerem uma individualidade, um antropos), por manus ou seres divinos que são responsáveis por uma civilização inteira… E esta espiral não tem fim: temos a Divindade Planetária da Terra (Geb-Melquisedeque), do Sol (o Logos Mikael), da Galáxia, do Aglomerado Galáctico e assim por diante. Esta visão “politeísta” em nada diminui a Omnipresença, Omnisciência e Omnipotência de Deus, se compreendermos que, como no nosso corpo físico, tudo está ordenado e é hierarquicamente operado de modo cooperativo e orgânico. Para ajudar a divindade responsável por cada pedacinho da criação, há toda uma “equipe” de seres intermediários, mensageiros – criaturas que também estão se desenvolvendo na grande escola da vida. Essas criaturas foram chamadas de vários nomes: avatares, manus, budas, messias, enviados, anjos, arcanjos, deidades, divindades etc. OS ANJOS EM ALGUMAS TRADIÇÕES ESPIRITUAIS: No hinduísmo temos os Devas, comandantes da natureza ou Anjos dos Elementos, como Parvati (senhor do ar) e Varuna (regente das águas). No budismo os anjos são conhecidos como Devatã, estando num estado de evolução “supra-humana”, mas ainda “infra-divina”. Como exemplos temos os Sudhavasa (seres elevados) e os Trayastrimsa (seres divinos vencedores). Entre os antigos Persas Zoroastristas temos os Ameshas Spentas, seres divinos personificando virtudes hurmanas. Nas tradições judaico-cristãs existe até uma hierarquia para os Mensageiros ou Intermediários Divinos. São Jerônimo, por exemplo, no século IV propôs que as ordens angelicais iriam desde os mais próximos do ser humano, os Anjos, passando sucessivamente pelos Arcanjos, Tronos, Dominações, Potestades, Querubins e Serafins – a ordem mais elevada. Por isso que os grandes panteões, como o egípcio, o grego, o maia – só para citar alguns, têm seres especializados em cada área: sabedoria, saúde, força, fé, maternidade, família etc… E a tradição judaico-cristã imitou esta disposição natural e óbvia, só que, para não sair de sua veia monoteísta fanática, ao invés de chamarem esses seres divinos de Deuses (cada qual em seu nível e com sua função), os denominaram de patriarcas, profetas, reis, grandes rabinos, anjos, evangelistas, santos etc. Quando compreendemos esta adaptação humana à natural e tradicional hierarquia de desenvolvimento da Obra Divina, deixamos de perder tempo com inférteis disputas entre um único Deus e outros deuses, qual Deus é mais poderoso, qual religião é mais salvadora, qual expressão espiritual é “do diabo” etc. A luz da compreensão e a sabedoria gnóstica dispersam as névoas da ignorância e podemos penetrar no sentido profundo do tema central deste artigo – a chamada Angelologia Gnóstica – A Prática Gnóstica com os Anjos. Nas Escolas Gnósticas aprendemos técnicas avançadas de contato com essas hierarquias celestes, são práticas de Astroteurgia, o acesso aos Templos-Corações de cada Deus Planetário, de cada Arcanjo. Enriquecido então o entendimento sobre as hierarquias celestes, podemos aprofundar um pouco mais sobre o que são os Auxiliares Divinos dentro de nossa tradição mais familiar, a cristã-ocidental. A MAGIA GNÓSTICA DOS ARCANJOS: As tradições cabalísticas hebraicas, como no Sepher Yetzirá e no Zohar, legaram ao cristianismo os Arcanjos, Mensageiros de Luz que fazem a intermediação entre a Divindade e os Seres Humanos, relacionando-os às Séfiras da Cabala, também chamadas de esferas de emanação divinas (planos). Pela Sabedoria da Lei do 7, o Sagrado Heptaparaparshinock, a Clara Luz Divina se difrata em 7 Raios ou Arcanjos, especializados em cada força universal. Assim, estes Arcanjos ou Anjos superiores foram até relacionados a Regentes Estelares (ou astrológico-planetários) em muitas tradições. Muitos deles, como Gabriel, Miguel e Uriel são citados na Bíblia canonizada. O termo Magia foi muito adulterado pelo fanatismo e perseguições religiosas. Magia na realidade é qualquer procedimento ou fórmula que opere com forças invisíveis e até “milagrosas” da natureza, seja ela uma cerimônia de purificação com água (batismo), um ritual de pacto de união (matrimônio) e até o sacramento de transmutação de substâncias terrestres no corpo de uma divindade (eucaristia). É importante esclarecer que estes ritos mágicos não são exclusivos do cristianismo: são cerimônias de Magia (operação com forças invisíveis da natureza divina) ou ritos de passagem presentes em todas, sim, todas, as formas religiosas. Claro que também há diversos tipos de magia, como a luminosa e a sombria, com a diferenciação delas residindo justamente nos elementos utilizados (magia luminosa nunca trabalha com sangue e sacrifícios) e na finalidade do procedimento (magia tenebrosa sempre tem objetivos egoístas, como ambição, ciúmes, vingança, “trazer a pessoa amada” etc.). Mas, como este artigo não é específico sobre Magia (há outros escritos sobre este assunto neste mesmo site da Associação Gnóstica), entendemos que esses elementos …
Continue lendo “ARCANJOS: QUE TAL PEDIR AJUDA DIRETAMENTE ?”
O futuro da Humanidade: Há Realmente Alguém no Controle?
O FUTURO DA HUMANIDADE: HÁ REALMENTE ALGUÉM NO CONTROLE ? Temas escatológicos, que tratam do fim do mundo ou da humanidade, sempre fizeram muito sucesso, sendo especialmente explorados em discursos religiosos de medo e para aprisionar as pessoas, trazendo motes como “a catástrofe se avizinha”, “Jesus regressará”, “esta humanidade precisa ser castigada”, “somos o povo eleito”, “conosco você estará salvo” e tantas outras afirmações que não resistem a uma análise histórica e filosófica mais isenta e profunda Atualmente a arqueologia dos livros sagrados já demonstrou que a abordagem bíblica sobre o fim dos tempos é muito anterior aos hebreus. Vários povos antigos registraram dilúvios e apocalipses, tanto no ocidente (maias e astecas), quanto no oriente médio (Gilgamesh na Suméria) e até no longínquo oriente (na China do imperador Da Yu). Antigos escritos gregos de Platão, por exemplo, trataram de afundamentos e de purificações civilizatórias, como é o caso da Atlântida. Na antropologia gnóstica e na teosofia sabemos que a Atlântida realmente existiu e teve seu desaparecimento, mais precisamente seu último de três afundamentos, há cerca de 12.000 anos. Pois bem, para tratarmos deste assunto com bases científicas e ao mesmo tempo históricas, bem ao estilo gnóstico e sem tendenciosas distorções religiosas, vamos destacar três pontos. Primeiro, existe sim um GOVERNO OCULTO DO MUNDO, também chamado de Fraternidade Branca Universal ou Círculo Consciente da Humanidade, composto por vários seres luminosos de todas as culturas e religiões, como Jesus, Budha, Sanat Kumará, Fo Ji, Samael e outros. Este Conselho Superior coordena e acompanha o desenvolvimento físico e espiritual da civilização humana como um todo – independente de religiões ou desenvolvimento tecnológico ou material. Esses mestres ou Manus da humanidade acompanham o que realmente interessa para a Obra Divina: se as almas humanas estão tomando consciência de sua linhagem divina, se estão se aprimorando como seres humanos e se estão colaborando para um mundo melhor. Quando há necessidade de se eliminar toda ou parte de uma humanidade (civilização) que já se perdeu, isso é feito sem o ódio e a vingança que são retratados no Velho Testamento, por exemplo. É uma simples e necessária purificação planetária, pois o “campo foi tomado pelas pragas”. Isso aconteceu várias vezes antes, como no continente Lemuriano (há dezenas de milhões de anos) e, como já dissemos, na Atlântida (há dezenas de milhares de anos). Ressalte-se também que em várias oportunidades a raça humana foi praticamente extinta, mas não o planeta Terra e outros seres vivos. Isso por uma razão muito óbvia: o planeta é muito mais complexo e importante que nós humanoides. E ele é extremamente acolhedor e fértil, possuindo também ciclos geológicos que duram bilhões de anos – infinitamente maiores que os meros 2.000 anos da nossa soberba civilização ocidental-cristã, por exemplo. Essas purificações civilizatórias sempre são ensejadas pelo mesmo motivo: a degeneração da raça humana, mediante o esquecimento de seu lado divino, a acomodação de seu desenvolvimento espiritual como “semente da Divindade Pai-Mãe”, a destruição do planeta e a exploração de um humano pelo outro. E neste primeiro aspecto entra a ideia central sobre “quem está no controle”: a de que o Círculo Consciente da Humanidade pode antecipar ou postergar as catástrofes purificatórias, mediante ação nas possíveis causas externas (exógenas) ou internas (endógenas) para o fim da humanidade. O segundo aspecto é que um estudo sério de profecias contidas em vários livros sagrados (como o Popol-Vuh Maia, a Torá Hebraica, o Apocalipse cristão, o Edda nórdico e os Vedas hindus), paralelamente à ciência da futurologia (geologia, astrofísica, climatologia, infectologia etc.) poderá nos mostrar que os Manus-Dirigentes da Raça Humana possuem vários INSTRUMENTOS PARA PURIFICAR O PLANETA de uma raça humana perversa e perdida, SE e QUANDO eles assim julgarem. Sobre esta pergunta “quando”, ou seja, a data do apocalipse, Samael Aun Weor, sábio gnóstico contemporâneo, sintetizou: “só o sabe o Pai que está em Segredo”. E nosso terceiro aspecto é exemplificar, com base nessas profecias e na futurologia, ambas sempre fundamentadas em eventos cíclicos passados, quais seriam esses instrumentos que constituem POSSÍVEIS CAUSAS DO FIM DESSA HUMANIDADE. Sem tons apocalípticos e com a serenidade que a abordagem gnóstica nos propicia, podemos dividir essas causas em Endógenas (com origem interna ao planeta) ou Exógenas (originadas exteriormente ao planeta). E observe que todas elas são factíveis e crescentemente exploradas em livros e reportagens sérias sobre o tema. Dentre as causas internas temos (I) a degradação do ambiente (aquecimento global, por exemplo), (II) guerra com armas de destruição em massa (nucleares, ambientais ou biológicas), (III) Ciclos Naturais do Planeta (super-vulcões, inversão de polos, tsunamis, terremotos, furacões, alterações do clima) e (IV) Pandemia mundial mortal (gripe aviária, gripe espanhola, ebola, COVID 19 etc.). E nestes anos de 2020 e 2021, com o Coronavírus, tivemos uma “amostra grátis” sobre o poder de um vírus e a pouca ação humana diante dos impactos de uma pandemia mundial. Já do ponto de vista de origens externas, as causas exógenas, podemos citar (V) o choque de um asteroide (como ocorreu há 65 milhões de anos), (VI) conquista de civilizações extraterrestres hostis (e isso não tem nada a haver com movimentos atuais de comandos e interferências fanático-místico-ufológicas), (VII) grandes instabilidades solares (explosões com ejeção de massa coronal) e (VIII) influências literalmente cósmicas (como o planeta Hercólobus ou os Anéis de Alcione, tão bem explicados nos livros de Samael Aun Weor, e raios mortais provindos de estrelas super-novas colapsadas). Pois é, a essas alturas você deve estar tomado de assombro ou de incredulidade. Mas, de qualquer forma, uma pergunta nos aflora: O QUE PODEMOS FAZER ENTÃO ? Novamente a Sabedoria Universal, a Gnosis, pode nos auxiliar… A Gnose nos permite uma visão ao mesmo tempo espiritual (não meramente religiosa ou teológica) e científica, baseada na futurologia e no estudo dos ciclos do passado. O Gnosticismo nos oferece ferramentas físicas, psíquicas e espirituais para realmente trabalharmos sobre nós mesmos de forma profunda e transformadora, aumentando o nível espiritual da humanidade como um todo. É justamente dessa forma que podemos fazer algo em relação ao final …
Continue lendo “O futuro da Humanidade: Há Realmente Alguém no Controle?”
Fecunda Sophia
FECUNDA SOPHIA Gnose, mãe bela que em meio a trevas, Não para de parir. Passam-se eras, opressões, perseguições, e as sementes de Rá Tornam-se fênix a seguir. Pobres gentes, Humanidade doente, Continuam a germinar. Toda criação é assim, Quanto mais árido o meio fecundante, mais forte o embrião, Quanto mais espinhoso para o caminhante, mais forte o feto. Assim como a rosa, Que em seu peito brota, Na mais surpreendente alma, Nascente no solstício de inverno, Não sucumbe ao precipício, Desce mais sobe do averno. De Beatriz sua geratriz, Amorosa, imaculada se desdobra, Arraigado eu teu ventre sagrado, Alimenta-se de Samael, Litelantes, Huiracocha, Krishna, Gautama. Embalado nas músicas das esferas, nos antigos hieroglifos,, Nos monólitos e pinturas sagradas, Códices recuperados, Pelo sábio de aquário desvelados, Constrói seu próprio corpo como antes: Ama. Luz astral, Virtude imaterial, Transmutada em Sabedoria. Cristo afinal, Filho de INRI, 3 vezes nascido, O Filho Bendito. Que bela nossa Mãe Gnose! Nada a detém. Mesmo quando do Ego refém, O filho arrependido, Do sonho perdido, A reencontra, nas lembranças de Barbelo: A fecunda Sophia, Pois sempre uma porta lhe está aberta, Para a preciosa redescoberta, Dos filhos de Sabedoria: O perene amor eterno.
A Mística do Carnaval: de Cerimônia Sagrada a Festa Folclórica
A MÍSTICA DO CARNAVAL: de cerimônia sagrada a festa folclórica Carnaval – hoje festa folclórica e turística: O Carnaval atualmente é visto como uma grande festa folclórica e turística, sendo famosas as festividades em Nova Orleans (EUA), Veneza (Itália), Santa Cruz de Tenerife (Espanha), Cartagena (Colômbia) e principalmente no Brasil, onde somente no Rio de Janeiro, Recife e Salvador a festa atrai vários milhões de pessoas – é até chamada de “a maior festa da Terra”. Carnaval – ontem cerimônia religiosa à Primavera: O que poucos sabem é que as origens do Carnaval remontam à antiguidade e a cerimônias religiosas ancestrais, as quais passaram por várias fases diríamos de esquecimento e de degeneração: se começaram como Procissão Solar Religiosa, atualmente há até festas carnavalescas regadas a drogas, violência e abusos sexuais. A história oficial vai remontar a origem do Carnaval ao Antigo Egito, 4 ou 5 milênios atrás, quando a estátua sagrada da Deusa Ísis (Serápis, em algumas cidades egípcias) era levada em procissão, com hinos (cantos) e adoradores finamente trajados, desde o Templo até o Rio Nilo, para que abençoasse as cheias que viriam e que propiciariam o início de uma Nova Vida (a Primavera), com fertilidade, plantio, alimentos, abundância. Havia festa entre o povo que acompanhava a procissão, com músicas, danças, comida e bebida. Naquela época a estátua representava a própria Deusa na Terra e por isso raramente saía do Templo. Ísis era levada em Glória até Hapi (o Rio Nilo) em um “carro alegórico” lindamente adornado com flores e tecidos coloridos. Nesta mesma linha de Procissões Glorificando a Mudança de Estação, pré-anunciando a fertilidade e a fartura, os Babilônicos festejavam as Sacéias e a Adoração Primaveril a Marduk; os assírios faziam procissões a Ishtar, inclusive usando máscaras ao acompanhar o carro-barco da deusa até o Rio Tigre; os gregos antigos comemoravam as bacanais (festas ao Deus Baco, que mais tarde tiveram o sentido de seu nome pejorado para festas sexuais); os hebreus realizavam a festa das sortes e na Roma Antiga tivemos as Lupercais e as Saturnálias. Havia ainda as tradições celtas e nórdicas, onde nas tribos germânicas uma estátua de Nerto ou Frey era colocada em um navio com rodas e acompanhada por uma procissão de pessoas disfarçadas de animais e homens vestidos de mulheres, para saudar o fim do inverno e a chegada da Primavera. Em todas essas festas havia muita semelhança com o feriado carnavalesco atual: as festas duravam 5 dias, tudo fechava, todos tinham folga e o povo cantava e dançava pelas ruas. Então começaram as degenerações: o povo com o tempo “emendou a festa” e a bebida e os excessos começaram… Em Roma, por exemplo, homens e mulheres nus desfilavam em carros alegóricos chamados de “carrus navalis” (carro naval), pois tinham formato de navio – daí uma das origens aventadas para o termo Carnaval. Você, que nos acompanha neste arrigo, vê alguma semelhança com os desfiles atuais das escolas de samba, com grandes e luxuosos carros alegóricos com belos homens e mulheres se contorcendo nus ou seminus ? Nada de novo sob o Sol e o inconsciente coletivo arquetipal continua vibrando por milênios, levando as massas… Carnaval – cristianização e festa brasileira: Com o declínio do Império Romano acentuado nos séculos III e IV e a ardilosa obtenção de “exclusividade para divulgar o cristianismo” pela Igreja Romana na época do Imperador Constantino, o esperto clero buscou aproveitar as festas pagãs adaptando-as às festas Cristãs, como fez com o Natal e com as comemorações Marianas, por exemplo. Mas estas festas originalmente sagradas já estavam degeneradas e os antigos Mistérios das Procissões Primaveris foram perdidos, inclusive porque os cristãos gnósticos foram perseguidos e abafados pelos fanáticos clérigos romanos da época, em conluio com os decadentes imperadores romanos. A opção eclesiástica foi pela expansão a todo custo, pela riqueza e pela política. Os Mistérios Iniciáticos das festas que depois tornaram-se o carnaval foram velados e guardados por pequenos grupos. A Igreja Romana então ligou as antigas procissões sagradas à Páscoa (festa claramente solar, que até hoje é agendada como o primeiro domingo após a primeira lua cheia da primavera – março – no hemisfério Norte). Então os padres contaram 46 dias antes da Páscoa (40 da Quaresma mais 6 da Semana Santa) para chegar à Quarta-Feira de Cinzas. O dia anterior é a “terça feira gorda” – o Carnaval propriamente dito. Estava pronta a autorização para o povo comemorar e festejar, agora com excessos e degenerações, durante 5 dias (de sábado de carnaval até a 4ª feira de cinzas) antes que a quaresma de purificação iniciasse na 4ª feira. Era o “carnis levale”, cujo significado é “retirar a carne” – esta a segunda versão para a origem do termo Carnaval. Esse sentido está relacionado ao jejum que deveria ser realizado durante a Quaresma e também ao controle dos prazeres mundanos. Então, de sua origem sagrada e cerimonial pela Primavera, o carnaval se tornou no início do cristianismo eclesiástico uma festa de permissão para os excessos mundanos. Perto do ano 1.000, em plena época medieval da Idade das Trevas, no período fértil para a agricultura, homens jovens que se fantasiavam de mulheres saíam às ruas e aos campos durante algumas noites. Mais tarde, no Renascimento Italiano, apareceu a “commedia dell’arte”, com festivais teatrais (desfiles) nas ruas. Em Florença, músicas eram entoadas para acompanhar os desfiles, num cortejo de carros decorados, os “trionfi”. Em Veneza e Roma, os carnavalescos trajavam “bauta”, uma capa com capuz negro que encobria ombros e cabeça, com chapéus de três pontas e máscaras. A ideia dessas festas medievais é a mesma até hoje: a inversão de papeis e o mundo de cabeça para baixo, sendo abolidas as restrições sociais, morais e até sexuais das pessoas. Houve então em toda Europa, a partir do século XVI, muitas tentativas de cercear as festas carnavalescas, impondo controle social pelo conservadorismo que tentou demonizar as festas populares. No Brasil, as origens do Carnaval remontam ao período colonial, inclusive com uma brincadeira de origem portuguesa chamada …
Continue lendo “A Mística do Carnaval: de Cerimônia Sagrada a Festa Folclórica”
O Canto do Coração – Sabedoria da Divina Mãe do Mundo
O CANTO DO CORAÇÃO – SABEDORIA DA DIVINA MÃE DO MUNDO Quando falamos da Manifestação Feminina da Divindade, no Eterno feminino de Deus, consciente ou inconscientemente direcionamos a atenção ao nosso coração. Renomados artistas da Renascença como Tiepolo, Rafael Sanzio, Velasquez, Rubens e tantos outros, foram capazes de capturar essa ideia dos planos arquetipais e expressá-la em suas telas. Belas imagens de Virgens foram vivificadas através de sua genialidade e percepção quando plasmaram, em tela e tinta, essas Sagradas Mulheres envoltas num manto esvoaçante que, no alto de sua majestade, simbolicamente, lançavam um amoroso abraço pela silhueta de um lindo coração. O coração é o órgão central de todo indivíduo, é o fiel da balança onde tudo é pesado. Ele é o grande impulsionador de vida, aquele que guarda a chama que arde em todo Ser, o templo de nossa consciência. Todos os seres, de todas as raças, cor, sexo, por maior ou menor semelhança externa que tenham, de qualquer época, condição social etc., possuem um coração sem diferenças: são anatomicamente e fisiologicamente iguais, como a gritar para que todos compreendam que todos somos iguais perante a Divindade. Muitas são as menções sobre o coração nos diversos textos sagrados, e todos eles sempre trazem a ideia de “centro”, um templo, uma catedral de onde se esparge luz e conhecimento a todos. Alguns trazem a ideia de sede dos sentimentos e muitos outros localizam nele a inteligência e a intuição, sendo o sangue um veículo sagrado. No hinduísmo ele é a morada de Brahama, para o islamismo é o Trono de Deus que deve ser contemplado, para os celtas, o centro do mundo, para os sufis é o Trono da Misericórdia onde pulsa o Amor de Deus. Anahata, o nome em sânscrito do chacra cardíaco, significa “inviolado”, “puro”, “incessante”, ou ainda “pulsante”, denotando justamente a ininterrupta radiação de pureza e de vida que tanto o órgão físico quanto seu centro bioenergético correspondente (chakra) realizam. Ensina Samael Aun Weor, mestre moderno da antiquíssima Gnosis Cardias (o Conhecimento do Coração) que “o coração do Sol está analogamente construído como o coração de nosso organismo humano. No ventrículo esquerdo do coração mora o Átomo Nous, nosso átomo principal, um diminuto ‘Modelo’ ao qual o corpo físico deve, com o tempo, se amoldar em seu progresso”. A própria cruz do Adorado da Galileia, cujo significado maior é o sacrifício, ou sacro-ofício (ofício sagrado, sacrifício santo) tem como ápice o cruzamento de dois madeiros que, por semelhança ao corpo humano, é o local do coração: a própria Compaixão e Misericórdia. Retornando ao estudo dos belos quadros Virginais da Renascença, veremos muitos outros símbolos como as rosas e açucenas que enfeitam o ambiente onde paira a Mãe do Mundo, um símbolo inequívoco de outra oitava deste coração que pulsa na Cruz do Amor Consciente, e que serve como impulso de Suprema Beleza e Harmonia de Alma. Há uma frase escrita num antigo texto egípcio que diz: “Coloquei teu coração no fundo de teu peito para que não esqueças quem tu és ! ” Na escrita hieroglífica a palavra coração é representada pela figura de um “vaso”. E o vaso, nos textos alquímicos, é o próprio Graal, a mulher, a castidade. A Taça Sagrada que recebe o sangue do Altíssimo, de nosso Cristo Íntimo, filho do Amor Divino de Nossa Mãe e Pai Internos, dando-nos a imortalidade. Tanto a figura de uma rosa quanto de um coração pode ser comparada ao “bojo” desse cálice sagrado: um triângulo que simboliza a mulher, que ao unir-se ao triangulo masculino faz nascer a estrela que brilha através do espírito. Na tradição egípcia diz-se que o deus Ptá pensou o Universo com seu coração antes de materializá-lo pela força do Verbo Criador, confirmando a ideia de que a Vida emergiu do coração do Universo pela vontade do Creador. Hoje a astrofísica confirma a pulsação incessante da “matéria escura” (gravidade atratora invisível) e da “energia escura” (força de expansão invisível) em todo o universo. É no coração que ficam registradas todas as nossas ações, pensamentos, intenções e palavras que proferimos, e é por isso que na teogonia e mitologia egípcia, a deusa Maat em seu Grande Salão, pesa os corações dos mortos para conhecer o que realmente fomos e somos. Por isso o coração é o único órgão deixado no tórax da múmia, onde se coloca sobre ele o Escaravelho Kepra, amuleto sagrado que representa a imortalidade e a alma, para que proteja o morto na sua pesagem. Para os egípcios de ontem e para a moderna psicologia dos campos morfogenéticos, no coração está registrada toda a síntese do que uma pessoa foi, é e será. Como visualizou Beethoven em sua 9ª Sinfonia, tentemos imaginar e ver todos os seres (deuses, galáxias, sois, planetas, elementais de todos os reinos, seres humanos) abraçados cantando em uníssono a Canção da Vida, pulsando amor e fraternidade, impulsionando a Corrente do Criador – esta é a Sinfonia do Coração, este é o Canto do Ser, o Hino do Planeta, a Ode do Sistema Solar, o Coro Universal. E a Virgem Mãe, senhora das contrações com seu manto de proteção e misericórdia, é a Maestrina dessa Invisível e Sagrada Torrente de Vida ! Pare de pensar agora, observe seu coração e ouça, sinta… Heloisa Pereira Menezes é nutricionista, especialista em logística empresarial e instrutora de Gnose
Flamel e Pernelle: Amor, Alquimia, Caridade.
Flamel e Pernelle: Amor, Alquimia, Caridade A humanidade tem gerado muitos gênios: Aristóteles, Platão, Hipátia de Alexandria, Fo-Ji, Confúcio, Michelângelo, Rumi, Hildegard Von Bingen, Ramanujan, Beethoven, Helena Blavatsky, Zóser, Bach, Aleijadinho, Santos Dumont… somente para citar alguns. Mas a genialidade humana atinge seu ápice quando aflora em duplas, em casais. E então a Divindade nos presenteia com maravilhosas sizígias cujas obras demonstram a perfeição com que as criaturas imitam o Criador: Jesus e Madalena, O apóstolo Paulo e Tacla, Osíris e Ísis, Marie e Pierre Curie, Francisco e Clara de Assis, São João da Cruz e Tereza d´Ávila, Samael e Litelantes… Queremos aqui prestar uma justa homenagem a um casal de alquimistas que fizeram sua Magna Obra na França do século XIV. A mais famosa obra de Flamel e Pernelle é O Livro das Figuras Hieroglíficas, onde eles explicam o livro dourado de Abraão – o judeu. Nesta obra encontram-se 13 figuras belíssimas que ilustram todas as fases da Grande Obra. Nas palavras do V.M. Samael, ali “se encontram todas as operações alquimistas que conduzem o estudante gnóstico até a Ressurreição Iniciática”. A Hermética ciência da Alquimia não se deslinda facilmente. O objetivo da Filosofia das Transmutações é a obtenção da Pedra Filosofal, que brinda a seus conquistadores três grandes faculdades: o Elixir da Longa Vida (imortalidade), o Pó de Projeção (capacidade de transformar metais vis, como o Chumbo, em outros nobres, como o Ouro) e a Medicina Universal ou Panaceia (remédio para todas as doenças). Numa linguagem esotérica estas Lapis-Virtutis correspondem à Ressurreição Crística, à transmutação dos corpos lunares (de chumbo) em veículos solares (de ouro) e à capacidade de curar que um Cristificado conquista. Buscado há milênios por curiosos e sábios de todos os povos, de forma mais notória por egípcios, chineses, persas e europeus, o Lapis Philosophorum continua sendo objeto de pesquisa incessante pelos modernos cientistas da física de partículas, os pesquisadores quânticos, que procuram a Pedra em aceleradores de partículas e em teorias de cordas (vibrações) multidimensionais, perscrutando as origens e leis de manifestação da matéria e da energia. Os homens de ciência atual buscam em fótons, glúons, grávitons e boisons a Quintessência dos antigos Filósofos. Mal sabem eles que, como Flamel constatou após anos de estudos e experimentos estéreis, o maior e mais completo laboratório são seus próprios corpos, mediante a aceleração vibracional gerada pelo amor em castidade científica à Esposa-Alquimista – o Athanor da Grande Obra, a doce e bondosa Pernelle de Nicolás. A Alquimia para os historiadores é apenas a precursora da Química Moderna; para os místicos ela é uma ciência transcendente, quase inalcançável, rodeada de tantos mistérios e lendas que é capaz de fascinar milhões de jovens com aprendizes de feiticeiros nas histórias de Hollywood, levando-os a uma visão romanceada e estéril da Magna Ciência. Entretanto, para um gnóstico, como buscador da Pillosophia Perennis et Universalis, a Alquimia tem um sentido excelso: ela é precisamente um dos Três Fatores de Revolução da Consciência, um dos Pilares sob o qual se erige o templo interno, uma das ferramentas de trabalho Iniciático, ao lado da Morte Mística e da Caridade Universal. A Arte Magna da Alquimia Gnóstica serve para o casal fabricar seus corpos superiores em Ouro, preparando-nos para a Cristificação. E o fogo secreto gerado na Forja do Casal incinera o Mercúrio Seco e o Enxofre Arsenicado de nossas vis paixões – os agregados ou eus psicológicos que personificam nossos defeitos. Flamel e Pernelle cintilam como dois dos mais respeitados sábios de todos os tempos; dois cientistas que buscaram incessantemente a Pedra Filosofal. E o mais interessante: Flamel pesquisou por anos e sozinho a fórmula do Lápis, principalmente num antigo livro hebraica, só encontrando o Mistério dos Filósofos quando pediu ajuda à sua esposa Pernelle. Bebeu em fontes hebraicas antigas, temperou-as com a cultura iniciática que pululava pela França nos primeiros séculos do 2º Milênio (com Catedrais Góticas, tradições celtas e gregas, Espagiristas e Templários que traziam segredos do oriente). Foi então que o escrivão e livreiro parisiense foi a Santiago de Compostela, grande centro de peregrinação cristã e alquimista, para fazer a mistura ferver com a ajuda de sábios Persas e Cristãos. Da capital portuguesa da alquimia Flamel emergiu com o firme propósito de, com sua esposa e como ensina o Alquimista Moderno Samael, “Cozer, Cozer e recozer sem jamais se cansar disso !” E assim realizaram em si mesmos a Grande Obra, tornaram-se suas próprias Pedras Filosofais. Flamel e Pernelle estão também imortalizados por suas obras de caridade: com o dinheiro que auferiram na prática alquímica da transmutação dos metais vis em ouro, construíram e mantiveram hospitais, albergues, orfanatos, cemitérios, igrejas… Hoje em Paris, na Rue de Montmorency 51, ainda existe um desses antigos centros de caridade do casal alquimista, como testemunho vivo em pedra do Servir a Humanidade de forma desinteressada. É a casa de pedra mais antiga da capital francesa, com a fachada incrustrada de instigantes símbolos alquímicos. O mistério alquimista de Pernelle e Flamel é tão importante para a humanidade que, tal qual a Arcana Ciência de Hermes, está misteriosamente gravado na paisagem urbana de Paris – somente perceptível aos discípulos e discípulas mais atentos. As duas ruas com seus nomes formam uma cruz alquímica (o centro é o Enxofre que fecunda os braços do Mercúrio e do Sal) bem na frente da Igreja de Santiago (Saint Jacques) – de onde partiam os alquimistas no caminho francês de peregrinação alquímica à cidade galega de Compostela. E ainda mais incrível: a Igreja de Saint Jacques forma um triângulo com dois outros grandes centros magnéticos da capital francesa: a Catedral de Notre Dame (símbolo da Stella Maris alquimista) e a Sainte Chapelle (Símbolo do Rei alquimista que conquista a Pedra), antigo palácio dos reis Franceses. O Triângulo e a Cruz, o 3 e o 4, o Fogo e o Sacrifício pela União dos complementares sempre sintetizaram a Magnus Opus Alquimista. O triângulo encabeçando a cruz é o símbolo do Sulfur, o enxofre secreto, o Fogo Oculto do Amor Sexual …
Continue lendo “Flamel e Pernelle: Amor, Alquimia, Caridade.”
2021: Vencer Despertando a Consciência
2021: VENCER DESPERTANDO A CONSCIÊNCIA A cada ano, passamos por muitas experiências, sejam estas consideradas novas ou repetidas, boas ou ruins, fáceis ou difíceis, planejadas ou imprevisíveis. O fato é que podemos ter duas atitudes frente a essas situações: Ou vamos seguindo nosso Samsara mecanicamente, vivendo a dor desnecessária da inconsciência, ou podemos, mesmo com provas dolorosas, aproveitar essas situações para a nossa própria e íntima revolução espiritual. Samael Aun Weor, Mestre Gnóstico que ensina o Despertar da Consciência para os tempos de hoje, afirma em seu livro A Educação Fundamental: “A humanidade tem 97% de subconsciência e 3% de Consciência. Precisamos despertar a Consciência, precisamos converter o subconsciente em consciente. Precisamos ter cem por cento de Consciência.” Se pararmos um pouco para observar a vida livre em seu movimento, fora desse padrão repetitivo de mecanicidade, poderemos perceber os milhões de estudantes das escolas e universidades assim como também homens e mulheres profissionais, de países do mundo inteiro, que, diariamente, buscam na escola, na universidade ou no seu trabalho apenas o “ganhar a vida”. Tivemos, de um modo geral, uma educação incompleta, voltada para as disciplinas regulamentares dos sistemas de ensino, nos quais fomos criados para a conquista de um espaço na sociedade e no mercado de trabalho. É fato que esse aspecto da educação é necessário e precisa ser desenvolvido com toda dedicação que se requer. Contudo, esquecemos que essa é somente uma parcela da educação que o Ser Humano necessita. Nos esquecemos que somos seres espirituais e que temos um propósito de estarmos presentes neste momento do planeta com esta representação física que recebemos, dotados ou não de uma família, de relações sociais, de variadas culturas e de dons com os quais também fomos presenteados. Ocorre que com esse esquecimento, seguimos todos estudando, formando mil fantasias na mente com respeito ao futuro e com lamentações com relação ao passado, sem vivermos realmente o presente, e sem nos perguntarmos sobre o verdadeiro motivo pelo qual devemos estudar física, química, biologia, aritmética, geografia ou por que seguirmos as profissões que escolhemos como economia, engenharia, artes, medicina, direito, política, comércio, internet etc etc etc. E assim, vamos vivendo de forma inconsciente e automática, recebendo muita informação diariamente, sem jamais na vida questionarmos os “Por quês?” e os “Para quês?” de tanta informação. Não ocorre para a maioria das pessoas de perguntarem a si mesmos: “Por que estou aqui? “ ou “O que vim fazer aqui?” ou “Qual é realmente o verdadeiro e secreto motivo que me traz aqui? “ ou “Por que sofro?” ou “Por que a humanidade sofre?”. Por isso, acreditamos, na Gnose, que é urgente para a humanidade deixar de ser mecânica, despertar a Consciência, descobrir por si mesma o que é esta luta tão terrível da vida diária, seja profissional, educacional, na saúde, nas relações humanas, na qual essa humanidade 97% subconsciente, sofre angústias, medos, desgostos, preocupações, ansiedades, competições, julgamentos, vazios existenciais. Precisamos nos tornar mais conscientes para reconquistarmos a livre iniciativa em nossas vidas e, assim, passarmos a cooperar com nossa família (saibam que esse trabalho começa em nosso próprio lar), com nosso meio social, com nosso País e com o mundo, ajudando-nos uns aos outros no Despertar da Consciência. Em 2020, passamos por um ano de mudança de rotinas, restrições sociais, perdas de entes queridos. Temos questionado “O que vamos fazer ou o que podemos fazer?”, “O que vai acontecer conosco?”, “Por que passamos por um momento como esse?”. De fato, essas perguntas são um primeiro passo para se sair da mecanicidade. Contudo, de nada servirá tanto sofrimento se não buscarmos essas respostas de forma objetiva, isto é, buscando-se a Consciência em cada situação e em cada acontecimento de nossas vidas, sem fazê-las como uma lamentação, mas sim buscando a compreensão. Em verdade, não aprendemos nem pela dor nem pelo amor, mas sim pela Consciência. Entretanto, alertamos que a compreensão objetiva só ocorre através de estados superiores de Consciência e que, para tal intento, devemos recorrer a uma força que existe em todos os seres e que representa um dos 5 aspectos do Eterno Feminino de Deus: nossa Mãe Divina Cósmica Particular. Somente recorrendo a Ela, a Senhora de nossa Criação e Senhora de nossos dias, aquela que suporta todas as dores ao lado de seu filho adorado, pode nos levar a estados de superiores de Consciência e nos preparar não só para as duras provas da vida, como também para a compreensão de todos os acontecimentos que nos atormentam, nos tornando mais fortes, confiantes, seguros e ao mesmo tempo humildes, honestos, determinados e corajosos. Devemos deixar de lado as puras fantasias da mente, porque elas não sabem realmente qual haverá de ser o futuro de cada um, nem em que idade iremos morrer. Devemos abandonar essa vida vaga, incoerente, subjetiva, deixar de estudar coisas que de nada nos servem para a inteligência objetiva. O importante não é só o “passar de ano” ou o “ganhar a promoção e o reconhecimento”. Mas vale o ensinamento ético do pai e da mãe preparando os filhos para a vida adulta; ou o ensinamento exemplar do colega de trabalho que não compete e julga, mas sim consola e coopera; ou do patrão que não explora mas sim reconhece e incentiva; ou do médico que não apenas receita, mas sim acolhe e reconhece seu paciente como um irmão da natureza; ou do advogado que não usa as letras para distorcer as leis humanas, mas sim, que busca a justiça em cada situação; ou ainda do blogueiro que não almeja somente milhões de “likes” e visualizações, mas sim aquele que quer trazer uma mensagem de vida que traga algum crescimento para seus “seguidores”. Aliás, é oportuno dizer que podemos ser no máximo “acompanhadores” porque, em verdade, só seguimos Seres autorrealizados como Buda, Krishna, Zoroastro, Quetzalcoatl, Kuan Yin etc, pois somente aqueles que conhecem o caminho têm a Sabedoria necessária para ser seguido. Não devemos repetir o que a maioria faz ou declara de forma mecânica, quase como papagaios. Mesmo que …
COSMOLOGIA GNÓSTICA: DEUSES NO CÉU E SEMENTES NA TERRA
COSMOLOGIA GNÓSTICA: DEUSES NO CÉU E SEMENTES NA TERRA Uma das contemplações da natureza que mais deslumbram o ser humano é o céu, principalmente o noturno, com seus incontáveis satélites, planetas, estrelas, constelações e galáxias. Na máxima Hermética, onde o Macro e o Microcosmo se correspondem, para nós é muito mais fácil e natural vislumbrar o macrocosmos, o céu e as estrelas, do que o microcosmo (o Ser Humano), seja no seu aspecto espiritual e psicológico, seja na microscopia do infinitamente pequeno de nosso corpo. Olhar o Cosmo desperta em nós profundos sentimentos, como curiosidade, atração, mistério, amplidão, infinitude, divindade, paz, acolhimento, pertencimento… não à toa que todas as civilizações manifestam sua espiritualidade colocando no céu (em seus astros, seus deuses, seus anjos, seus céus) o ponto onde está Deus. É exatamente por isso que o termo grego Cosmos significa Ordem, Harmonia, Organização, Paz. Dessa fascinação pelos mistérios de Nuit (a deusa egípcia do céu – daí vem a palavra noite) nasceram os Panteões e Deuses das várias civilizações, como a egípcia, a chinesa, a grega, a maia, a brasileira (tupi-guarani) e até a mesopotâmica (caldaica), de onde proveio a astrologia ocidental. Aliás, cabe um parênteses aqui: os antigos utilizavam a astrologia de forma diferente da atual, vendo nos astros físicos a manifestação material de deuses (Marte, Vênus, Mercúrio) que inspiravam e influenciavam – “apadrinhavam” – a vida das pessoas; não viam esta arte-ciência-mística como mera matemática que localiza os astros e assim determina, por ângulos e irradiações energéticas, sua influência arquetipal nos seres humanos. Com a perda da mística e da espiritualidade, ao exacerbar a lógica e o pensamento, o ser humano perdeu o contato místico, espiritual e divino com o Cosmos. A Astroteurgia (trabalho divino com os astros) dos homens e mulheres-deuses foi trocada por uma astrologia matemático-psicológica dos “antropos” apartados da divindade. Mas voltemos a algo ainda mais amplo, a Cosmologia Divina. Na sabedoria gnóstica restaurada no século XX por Samael Aun Weor, quando tratamos da Cosmologia, revivemos a sabedoria suméria em que os sacerdotes e sacerdotisas “viam”, literal e clarividentemente, a deidade de cada astro ou constelação. Não enxergavam apenas o corpo físico que estava na abóbada celeste, mas viam a divindade que os animava – daí se originaram os nomes dos deuses, dos personagens mitológicos, das constelações. Da mesma forma, na Cosmologia Gnóstica vemos todo o universo como um grande útero sagrado (matéria, de Máter=Mãe) onde o Criador deposita suas sementes divinas (as mônadas ou chispas=pequenas chamas divinas) para que elas possam, como crianças no ventre da mãe, se desenvolverem, nascerem e tornarem-se independentes. A moderna astrofísica tateia as pistas dessa explicação, ao teorizar sobre o Big-Bang, a Matéria-Escura e a Energia Escura, mas ainda está muito longe do ponto que chegaram as antigas Religiões de Ouro, que viam as energias invisíveis na forma de Deuses. Lembramos ainda que a Cosmologia Gnóstica de Samael possui total convergência com as antigas e perenes tradições que, com seus mitos e histórias nos livros sagrados, explicam a criação e a sustentação do Universo, como a egípcia, a celta, a hebraica, a grega, a chinesa, a maia, a védica (hindu) e mais modernamente a teosofia de Helena Blavatsky. É impressionante ver o paralelismo exato entre o oceano sereno eterno (o Nun egípcio), a substância amorfa original (o Caos grego), “o espírito de Deus que pairava sobre as águas…” hebreu, o Panku chinês e o Purusha dos Vedas indianos, tudo emanado do Pleroma dos gnósticos em distintas esferas ou eons. Ao estudarmos a Cosmologia Gnóstica vemos nossa grandeza latente como filhos de Deus, com a possibilidade de chegarmos a ser como Ele. Há uma beleza e harmonia profundas em dizermos que fomos gerados e emanados “à imagem e semelhança de Deus” e que podemos retornar a Ele “como frutos da boa videira” – aqueles que multiplicaram suas riquezas divinas dadas em confiança. O grande desafio é compreender a profundidade dessas passagens bíblicas e fazê-las vivas dentro de nós. Por isso Samael Aun Weor, muito mais direto e assertivo, afirma que “somos filhos das estrelas … e a elas devemos retornar autorrealizados”, ressoando com Blavatsky ao ensinar, com base nos Escritos de Dzyan, que “não há estrela no céu que não foi ser humano um dia”. O fato é que, com base nesses antigos mitos, tradições e religiões muito anteriores ao cristianismo e ao judaismo, é saciante saber que somos sementes divinas tentando brotar. Como fohat divino (fagulhas de Deus), somos ciclicamente colocados em inúmeros canteiros (existências e planetas) para que aprendamos a viver de forma mais próxima ao Criador, religar-se a Ele, sempre no intuito de nos tornarmos iguais, unos a Ele. E o objetivo de todo pai e mãe é este: que seu filho cresça, se desenvolva, seja feliz e torne-se ainda mais realizado que seus pais. Deus, como Pai-Mãe, quer o mesmo para seus filhos: que se realizem, que sejam felizes, que estejam em paz, que sejam ainda mais que seus próprios Pais. E neste ponto surge a riqueza da Cosmologia Gnóstica, ao nos mostrar de forma lógica e ao mesmo tempo devocional, esta belíssima espiral evolutiva que vai de uma simples mônada entrante nos reinos elementais minerais, passando por existências vegetais (sim, nossa alma já animou corpos de plantas – quando então chamava-se de Elemental), depois animais e até chegar ao estágio humano – quando ganhamos o livre arbítrio como Almas Viventes. Por isso o estado humano é tão especial, pois nele ganhamos o Livre Arbítrio, a Capacidade de Amar e a possibilidade de nos tornarmos Auto-conscientes de nós mesmos e da própria Divindade. E são esses atributos, somente dados à mônada que atinge o estágio humano (alma), que nos dão os desafios e as provações para seguirmos adiante: quem bem usa essas dádivas, as compartilha e as multiplica, vai adiante, alcançando o estado angélico; quem as malgasta fica repetindo a lição, imerso na roda de nascimentos, mortes, karmas e darmas que os orientais chamam de “Roda de Samsara”; e que a Bíblia chama de “Vale …
Continue lendo “COSMOLOGIA GNÓSTICA: DEUSES NO CÉU E SEMENTES NA TERRA”