Associação Gnóstica de Brasília

MARIA MAGDALENA: A VERDADE SOBRE A ESPOSA, IRMÃ, MÃE E FILHA DO CRISTO JESUS

MARIA MAGDALENA: A VERDADE SOBRE A ESPOSA, IRMÃ, MÃE E FILHA DO CRISTO JESUS Há 2000 anos, nas terras de Abraão esposo de Sara, Isaac esposo de Rebeca, Jacó esposo de Raquel, Davi esposo de Betsabá, mãe de Salomão, e tantos sábios onde nascera o Nazareno Salvador do Mundo, filho de Maria e José – vale destacar, havia uma sociedade comum na qual as mulheres viviam reclusas por trás de paredes, janelas e véus para que seus rostos não fossem conhecidos. Época em que as mulheres descendentes dos impérios Egípcio, Assírio, Babilônico, Persa, Grego e então Romano, que tanto tinham a contar, eram vistas unicamente sob o aspecto biológico como mães procriadoras, do ponto de vista sociológico como dependentes de um pai ou de um marido e eram, geralmente, excluídas da educação religiosa e de todos os ditos “temas sérios e exclusivos dos homens”, como a própria Lei. Logicamente em todas essas culturas, principalmente em seu período áureo, a religião e o governo eram exercidos em duas esferas: uma pública (onde a mulher não aparecia) e outra interna e invisível, velada, onde a presença feminina sempre foi decisiva para reinos e para o exercício religioso. Então o poder feminino atuava livremente nas cortes e nos templos. Com a decadência espiritual da humanidade, impelidos pelo ganância de poder e pela guerra, os governantes e sacerdotes se afastaram da parceria feminina, gerando um mundo bélico, competitivo e desumano. Aliás, muito parecido com o que temos agora, no alvorecer do 3º Milênio. Naquela mesma época do alvorecer do Cristianismo, quando a presença da mulher em locais e eventos públicos era considerada uma “ofensa à sua integridade”, apareceu uma figura dentre um grupo especial de mulheres, a qual foi personagem central num dos mais belos momentos de Jesus, quando disse “quem não tiver pecado que atire a primeira pedra”. E essa mulher o seguiu em suas pregações, milagres, provações e martírios, ficando ao seu lado na subida para o gólgota quando muitos fugiram, sendo a primeira a vê-lo ressurreto e convocada por ele para contar a todos que o Cristo havia vencido. Isso tudo consta dos evangelhos canônicos, aqueles autorizados pela Igreja Romana da época. Nos evangelhos apócrifos ou proscritos, com destaque para os gnósticos, há muito mais riquezas sobre a história do espiritual feminino, como veremos adiante. Numa sociedade na qual as mulheres só saiam de casa acompanhadas e podiam ser rejeitadas por seus maridos simplesmente pelo fato “do jantar não estar pronto”, essa corajosa de Magdala foi a Torre-Farol da doutrina Cristã, a qual mudaria a história da humanidade, então em avançado estado de decadência espiritual. Os quatro evangelhos canônicos, bem como os apócrifos recentemente descobertos, na verdade, revelam que Jesus escolheu uma mulher como depositária de sua mensagem, mulher que foi sua confidente e consciente da sua relação especial com o profeta. Como aceitar, depois de tanto rechaçar o poder feminino, que aquela considerada prostituta, mulher dos 7 demônios e pecadora teria sido a verdadeira fundadora do primeiro cristianismo? Tanto mais polêmico ainda admitir que Jesus teria tido uma esposa que nem sequer seria Judia, mas sim seguidora de uma corrente gnóstica… O que teria sido dos vários ramos do cristianismo se a história do Salvador Salvandus tivesse sido contada também do ponto de vista de uma mulher e, ainda mais, assumindo ela um lugar igual ao do homem? Já imaginou se houvesse também sido canonizado o Evangelho de Magdalena, no qual ela figurasse como esposa, parceira espiritual e evangelizadora de Jesus? O que diriam os detratores da mulher ao admitirem que Maria Madalena teve papel fundamental no primeiro século da era cristã, inclusive como financiadora das missões de seu Raboni? Por trás de tanta perseguição, pela qual passaram os seguidores de Jesus, na época em que os gnósticos tiveram que se esconder nas catacumbas e bosques para louvarem ao Cristo em paz, houve no fundo um rastro negro de medo. Sim, medo, receio da mulher, o qual causou males nefastos aos mais sublimes perfumes da doutrina cristã. Isso provocou o afastamento dos casais do caminho do despertar da Consciência, sendo-lhes escondido o Grande Arcano (uso do sexo com fins espirituais) e o Matrimônio Perfeito (função de evolução psicológica, espiritual e iniciática do casamento). As Marias corajosas (tanto a mãe de jesus quanto Magdalena), como esposas, sacerdotisas, evangelizadoras, guerreiras do espírito, foram suprimidas dos evangelhos canônicos pelo terror da “negação de tudo o que era corpóreo, pecador” e também por interesses políticos que foram herdados do patriarcado hebreu e romano, trazendo dois estigmas: por um lado a mulher maligna, descendente de Eva e que desvia o homem; por outro o da Maria Perfeita e inatingível, tudo sintetizado na Maria Mãe Puríssima, longe do alcance das mulheres comuns. Duas hipocrisias criminosas com danos às mulheres, às almas e à sociedade, os quais ecoam há mais de 2.000 anos. Na límpida realidade a que se consagra o gnosticismo, Magdalena é a representante física de Sophia, a consorte (companheira espiritual e contraparte anímica) aeônica (celestial) do Cristo. Por isso, foi também a Luz de Magdala a mais importante ouvinte e comentadora do Pistis Sophia – livro apócrifo considerado a Bíblia dos Gnósticos, na qual Jesus instrui seus discípulos durante 11 anos após a Ressurreição.  Magdalena foi aquela que nas palavras do Rabi da Galiléia “trajava vestes de Luz”, sendo por Ele aperfeiçoada em todos os Mistérios do Alto “cujo coração está mais voltado ao reino do céu do que todos seus irmãos”. Para as grandes almas, que verdadeiramente conseguiram amar, como o mensageiro do 5º Evangelho Samael Aun Weor, Magdalena é representante do Eterno Feminino de Deus, digna de ser venerada, exaltada e seguida: “A bela Magdalena é fora de toda dúvida, a mesma Salambo, Matra, Ishtar, Astarté, Afrodite e Vênus.” E o mestre gnóstico arremata: “A aura solar da Magdalena arrependida está constituída por todas as esposas sacerdotisas do mundo. Bem-aventurados os homens que encontrem refúgio nessa aura, porque deles será o reino dos céus”. Para que o Cristo nasça sempre existe …

7 PRESENTES DE NATAL

7 PRESENTES DE NATAL   Na época de Natal e final de ano uma série de sentimentos movem as pessoas. Estas sensações podem ser vislumbradas desde o ponto de vista mais material e capitalista até os excelsos perfumes da espiritualidade crística. Podemos imaginar esta visão em distintas profundidades, como se estivéssemos no mar, no Oceano da Vida como chamam as tradições gnósticas. Mas usemos nossa metáfora do fundo do mar para a superfície, do escuro para o claro. Nas regiões mais abissais, de grande profundidade marinha onde há escuridão, águas geladas e competição pelos parcos recursos existentes, temos o Natal Comercial, onde o sistema capitalista fez do consumo e do comércio a mola mestra da sociedade, promovendo o desejo (não a necessidade) de comprar, de substituir, de ter o bem de último tipo, aquele que permite acessar o big-data e está preparado para a internet-das-coisas, ímpeto ainda de viajar para mandar fotos nas redes sociais – ostentando momentos de alegria (não necessariamente de felicidade). E há muitas armadilhas, como as promoções de última hora – as Black Fridays, comumente com falsos descontos, que incitam as pessoas a comprar e a consumir, a adquirir e a exibir coisas que normalmente não precisam. Na região de profundidade oceânica intermediária, onde já existe certa visibilidade mas ainda é frio e há grande limitação, temos o Natal Familiar e dos Amigos. Aqui nos aproximaremos das pessoas de nossos relacionamentos passado e atual. Época de lembrar os entes mais próximos, aqueles que quase não vemos, os falecidos, quem casou, quem se separou, se mudou, está em outro emprego… recordamos daqueles que participarão das ceias de Natal ou Ano Novo. É época de matar as saudades, de reviver os dramas, comédias e tragédias da nossa história nesta existência, oportunidade de confraternizar com os seres que a divindade colocou em nossa convivência, parentes, amigos e agregados. Já na região que abrange a superfície do Oceano da Vida e as profundidades mais rasas, temos o céu azul como teto, o Sol como lúmen que aquece e a brisa que nos refresca, além de uma incrível sensação de liberdade, pois podemos respirar tranquilamente, nadar para onde quisermos e até boiar em momentos de descanso. Em nossa analogia marítima, esta é a região do Natal Espiritual, onde ocorrem sentimentos mais sublimes, como glorificar o nascimento de Jesus, refletir sobre a festa de fraternidade e gratidão que é o Natal,  aproveitar as forças do novo ano que começa para também nos motivarmos espiritualmente a iniciar novos empreendimentos ou retomar antigos projetos de felicidade. E somente um ser humano que pode respirar e nadar na superfície, à luz do Sol, pode entender o que é a liberdade do espírito. Um ser abissal ou intermediário, que nunca nadou sem estar completamente submerso ou nem mesmo viu a luz do Sol, jamais pode entender o que são essas sensações. E esta liberdade de nadar à vontade pelo Oceano da Vida é conquistada com intenso trabalho sobre si, com precisas e dedicadas técnicas de autoconhecimento e autotransformação, sistemas ensinados pelo gnosticismo contemporâneo. Mesmo aqueles que seguem de forma cega uma religião, imersos em seus dogmas e seguindo os ditames de quem a professa, pode estar à mercê das correntes oceânicas no escuro oceano da vida, tendo apenas ouvido falar sobre a luz do Sol, sem nunca tê-la visto. Pode estar baseando suas premissas nas “sagradas escrituras”, mesmo ignorando que muitos livros da Bíblia foram mutilados ou adulterados ao longo dos milênios, sendo também constantemente vítimas de interpretações tendenciosas por religiosos interesseiros. Pois bem, quando se fala em Natal Espiritual é preciso compreender que o Cristo não é somente um personagem histórico. Nas palavras do sábio contemporâneo Samael Aun Weor “O Cristo não é propriamente um indivíduo. Em si mesmo Ele é uma Força Cósmica Universal que palpita em cada átomo, em cada elétron… O Cristo se encontra latente em tudo que é, tudo que foi e tudo que será. Porém, o Cristo pode se manifestar em qualquer Ser Humano devidamente preparado… “. Isso pode soar como heresia a um religioso confessional institucionalizado, mas é a base teológica de todas as religiões das épocas de ouro da humanidade, quando faziam de um alto iniciado egípcio um Osirificado (se tornou um Osíris), de um grande ser grego um Filho de Apolo, ou de um santo persa uma Chispa de Mitra. Todos esses grandes mestres de distintas culturas e religiões alcançaram graus de evolução humana que os antigos gregos chamavam de Chrestos (o Bom), originando a palavra Cristo, ou seja, todos eles foram cristificados na mais completa exatidão original da palavra. Assim também ensinaram os gnósticos do cristianismo primitivo, até serem taxados de hereges e perseguidos pelo fanatismo clerical dos primeiros séculos da era cristã. E a Sabedoria Gnóstica vai mais longe, ensinando que, além do Cristo Cósmico (o Logos Solar – o Espírito do Sol que nos ilumina e sustenta), do Cristo Histórico (Jesus de Nazaré, por exemplo), do Cristo Mitológico (as distintas histórias de salvadores da humanidade), há o Cristo Íntimo (uma parte de nosso próprio Ser Interior Profundo que precisa nascer de uma Virgem – nossa Mãe Divina Particular). Portanto, no final de ano aqueles seres humanos “de superfície”, os que vêm a luz do Sol Espiritual, glorificam estes 4 aspectos do Cristo: festejam o início do Crescimento do Logos Solar (no momento solsticial mais frio do ano no hemisfério norte – de onde herdamos a data de 25 de dezembro), homenageiam o Nascimento do Cristo Jesus há mais de 2.000 anos, reconhecem os diferentes Cristos-Salvadores manifestados nas distintas culturas e épocas  (como Krishna na Índia, Fo-Ji na China e Inti nos Andes) e, o mais belo e transformador, conseguem vislumbrar a beleza do Cristo Íntimo no coração de cada Ser. O Cristo Íntimo é a parte divina que todos trazemos dentro e que fica reluzente na época de Natal, aguardando nosso amor e preparo para que Ele nasça na manjedoura do coração, rodeado pelas animalescas imperfeições humanas. E onde entram os 7 presentes …

O DIA DE FINADOS E O ARS MORIENDI – LIVRO CRISTÃO DA MORTE

O DIA DE FINADOS E O ARS MORIENDI – LIVRO CRISTÃO DA MORTE   Todas as culturas e religiões dedicam rituais, cerimônias e datas comemorativas aos mortos. Desde as tradições eclesiásticas romanas do século VIII, o Dia de Finados é comemorado em 2 de novembro, data aproveitada de festividades pagãs (da mesma forma que os dias de Páscoa e de Natal). Na maioria das igrejas cristãs o Dia dos Mortos vem logo após o Dia de Todos os Santos, 1º de novembro, o Festum Omnium Sanctorum, data em que se rende homenagens aos Santos e Mártires. A origem da data comemorativa aos que se foram está na festa popular celta chamada de Samhain na idade média, época em que acreditava-se que as almas dos mortos retornavam a suas casas para visitar os familiares, para buscar alimento e se aquecerem no fogo das lareiras. Mas, para além das festividades e tradições, vemos que a Morte tem sido o mistério central de todas as tradições e religiões. E a vitória sobre o desaparecimento físico, como a Ressurreição prometida nos Evangelhos Cristãos, é um dos principais objetivos das vertentes espirituais de todas as culturas. Por isso surgiram verdadeiras joias da espiritualidade humana, como o Livro Egípcio da Vida e da Morte, o Livro Tibetano dos Mortos (Bardo Thodol), o Livro Maia dos Mortos (Popol Vuh), somente para citar alguns. E na Cristandade medieval não poderia ser diferente. Na época da Guerra dos Cem Anos (1337-1453) e da Peste Negra, em que um terço da população europeia foi dizimada pela doença que infectava as cidades imundas e cheias de ratos, muitos sacerdotes se recolheram a mosteiros na zona rural, sendo necessária a edição de manuais para que os próprios leigos cuidassem de maneira cristã dos últimos momentos de seus entes queridos. Neste contexto histórico surgiu o Ars Moriendi. A fragilidade da vida nessas condições coincidiu com uma mudança teológica: enquanto no início da Idade Média se enfatizava o julgamento coletivo da humanidade no fim dos tempos, boa parte do clero do século XV focava no julgamento individual imediatamente após o falecimento. A morte e o julgamento tornaram-se questões urgentes que exigiam preparação. O Ars Moriendi (“A Arte de Morrer”) são dois textos latinos de meados do século XV que trazem conselhos e procedimentos para uma boa morte, explicando como “morrer bem” de acordo com os preceitos cristãos do final da Idade Média.  O livro era muito popular, sendo traduzido para a maioria das línguas da Europa Ocidental. Cerca de 50.000 cópias foram impressas antes de 1501. Havia originalmente uma primeira edição (“versão longa”) e uma posterior e mais simples (“versão curta“), contendo onze xilogravuras com imagens instrutivas que poderiam ser facilmente explicadas e memorizadas. Recordemos que a grande maioria da população medieval era analfabeta, por isso a versão curta era uma espécie de gibi. Atualmente os originais em latim das duas versões são facilmente encontráveis em grandes bibliotecas digitais, como a do Congresso Americano. Os autores dos dois textos são desconhecidos, mas supõe-se que sejam eclesiásticos dominicanos, talvez em continuidade à publicação de Jean de Gerson, o Opusculum Tripartitu, contendo uma seção chamada De Ars Moriendi. Gerson pode ter sido influenciado por referências anteriores em “compêndios de fé” que remontam ao século XIII. O Ars Moriendi consiste de seis capítulos: O primeiro capítulo explica que a morte tem um lado bom e serve para consolar o homem que está morrendo, nele incutindo a ideia de que a morte não é algo para se ter medo. O segundo capítulo descreve as cinco tentações que cercam um moribundo e como evitá-las: a falta de fé, o desespero, a impaciência, o orgulho espiritual e a avareza. O terceiro capítulo lista as sete perguntas a serem feitas a um moribundo, junto com o consolo disponível a ele através dos poderes redentores do amor de Cristo. O quarto capítulo expressa a necessidade de imitar a vida de Cristo. O quinto capítulo é dirigido aos amigos e familiares, delineando as regras gerais de comportamento no leito de morte. O sexto capítulo inclui orações apropriadas a serem ditas por um moribundo. Enquanto o Livro Cristão da Morte (o Ars Moriendi) trata apenas da fase pouco antes da morte – enquanto o moribundo está no leito de morte, os livros Egípcio, Maia e Tibetano tratam de fases posteriores – como o julgamento, o encaminhamento e o impulso a um novo nascimento. Entretanto, é de grande valor o estudo do Arte de Morrer Cristão, tanto para compreendermos o contexto histórico em que foi escrito, quanto para vislumbrarmos a psicologia do moribundo na cristandade, a qual perdura até nossos dias nos sentimentos de cristãos católicos, protestantes e ortodoxos, expressando o medo pelo desconhecido e pelo inferno, a luta do pecado contra a virtude, o desespero pela perda do contato com os entes queridos e as esperanças de ir para o céu. Em termos de Religiosidade Universal e Gnose Mística, muito longe dos medos, apegos, pecados e diabos da Igreja Cristã Medieval, sabemos que nas Escolas de Iniciação Gnóstica a morte é apenas um estágio para a vida, ou, paralelamente, a vida é um estágio para a morte. E também constatamos que a transformação que chamamos de morte deve ocorrer a todo instante e de forma deliberada, fazendo desaparecer nossos defeitos psicológicos para que nasçam nossas virtudes. Foi esta a síntese intencionada por São Francisco de Assis, ao asseverar que “é morrendo que se nasce para a vida eterna”. Para reverberar a Sabedoria Gnóstica, cabe lembrar o grande Mestre Gnóstico contemporâneo, Samael Aun Weor, quando ensina que “a Morte é a Coroa de todos” e que viveremos muito melhor se compreendermos este inevitável estágio de transição que é a Morte. Sérgio Geraldo Linke – Associação Gnóstica de Fortaleza

O ETERNO FEMININO DE DEUS NAS DIVERSAS CULTURAS E NO TEMPLO CORAÇÃO

O ETERNO FEMININO DE DEUS NAS DIVERSAS CULTURAS E NO TEMPLO CORAÇÃO Ao caminharmos num dia de sol, contemplamos a suave doçura do céu azul celeste com pequenas nuvens brancas esparsas. Tudo é harmônico, equilibrante, transmite-nos uma sensação de completude, liberdade, que nos faz querer voar, respirar, flutuar e enaltecer o Sol. Com o girar de nosso planeta em sua trajetória, aquele céu visível vai nos deixando um Sol cada vez menos perceptível, que aos nossos olhos vai se recolhendo e, com isso, nosso céu vai mudando de cores até atingir a imensidade do azul noturno. Então vemos as milhares de estrelas, constelações, planetas vizinhos e o brilho de nosso Sol refletido pela romântica Lua. Nesse momento somos pequenos, curiosos, tocados pelo mistério do Grande Arquiteto que nos acolhe com a poesia de sua criação e nos sentimos envolvidos pelo infinito cobertor de estrelas de nossa Mãe Celeste. Nas diversas culturas da humanidade sempre existiu a imagem arquetípica da Mãe Celeste ou de Deus-Mãe. Eram as virgens, Marias, deusas, madonas, vestais, sagradas deidades brancas, negras, índias, orientais, sábias, guerreiras, curandeiras, grávidas ou parideiras, educadoras, doadoras, artistas. Suas roupas são lindas… nos lembram da proteção e beleza materna: mantos azuis e brancos véus como o céu com nuvens da manhã, ou mantos azul-noturno com estrelas douradas sob uma Lua prateada. Adornadas de fitas coloridas, imitando o arco-íris, coroas, guirlandas ou com um círculo de estrelas sobre suas cabeças. O que fazem essas Mater-Dei nos dá segurança e esperança: descalças ou com humildes sandálias, pisam sobre serpentes, dragões e monstros. Outras vezes, com suas mãos delicadas, ora seguram seu Filho Adorado nos braços, ora abrem seguramente a boca de um leão, ora seus próprios sagrados seios indicando estar sempre pronta a alimentar seu Filho. E como nos protegem e cuidam: carregam cetros, vasos de água transbordante infinitamente renovável, chamas, crucifixos, livros sagrados, balanças, cálices, espadas, caniços, escudos, clavas, foices, cestos de frutos, flores como lírios, rosas ou lótus, ramos ou brotos de arroz, trigo, oliva, videira, pinho, “ovos” entre outros. Onde e como aparecem sempre denotam nosso objetivo como alma-filha: assomam-se nos céus, mares, florestas, cavernas, montanhas, vulcões, ventanias e tempestades. Seu coração dolorido vezes está guardado com suas suaves mãos, outras vezes emana intensos raios de Luz e noutras está flechado. Lembremos ainda de suas representações aladas, com chifres ou acompanhadas de pombas, falcões, cisnes e pássaros brancos, cervos, ursos, vacas e bezerros, como pode-se ver na seguinte passagem dos Vedas: “A Vaca dançou sobre o oceano celeste trazendo-nos os versos e as melodias A vaca tem por arma o sacrifício e do sacrifício surgiu a inteligência A Vaca é tudo que existe, Deus e Homens, Asuras, Manus e Profetas. Nela reside a Ordem divina, a Santidade, o Ardor cósmico. Sim, a Vaca faz viver os Deuses, a Vaca faz viver os homens.” Em verdade, todas carregam o profundo significado do Eterno Feminino de Deus. Ela é a Shakti Hindu, a Kundalini divinal, o Verbo em seu aspecto feminino universal, Deus-Mãe, Mãe-Deus, Anima Mundi de Platão, Urânia-Vênus, a adorável Isis, a casta Diana, matriz universal, ela é a esposa do Terceiro Logos, Ishtar dos Babilônicos. Possui 5 aspectos (Mãe Imanifestada, Mãe do Mundo, Mãe Morte, Mãe Natura Individual e Maga Elemental). Entre os sumérios era Ninhursag, Senhora da Montanha Sagrada. Recebeu vários nomes ao longo da história mesopotâmica, cujos significados foram: Grande Rainha, Senhora do Nascimento, Senhora da Vida, Mãe, Senhora do Embrião, Senhora Modeladora, Carpinteira de Interiores, Senhora Vulva, Senhora do Silêncio, Mãe que estende os joelhos, Mãe que Dá à Luz, Esposa dos Deuses, Senhora do Diadema. Desde as civilizações pagãs em que era Gadesh (sagrada) à pré-histórica Cibele dos frígios e romanos, mesma deusa Reia dos gregos, às mãezinhas egípcias Hathor, Nut e Isis, à Amaterasu do Japão e Parvati da Índia, à Theotokos dos russos e Tonatzin dos astecas, consolidou-se um grande panteão de Deusas-Mães. A Divina e doce Maria de Nazaré, aquela que é venerada mundialmente no cristianismo como mãe do Rabi da Galileia, mãe do Salvador Salvandus, exerceu a honrada missão de representar à toda humanidade o Sagrado Feminino, o divino Sacerdócio da Natureza de ser mãe e, principalmente, o despertar para o Eterno Feminino de Deus. E foi ela, como Filha da Luz, designada pela Divindade para ser a Mãe do Divino Redentor do Mundo. E por isso, sua veneração em todo o cristianismo é tão presente em todo o planeta seja em igrejas, formas de culto, litanias e artes. Recebeu diferentes invocações que deram origem, em muitos casos, a nomes próprios femininos compostos como Maria do Carmo, Maria do Socorro, Maria das Dores, Maria de Lourdes, Maria das Graças, Maria Stela , Maria de Fátima, Maria da Conceição, Maria Auxiliadora, Maria Mercedes, Maria dos Remédios, Maria Clara, Maria Luíza, Maria Alice, Maria Laura, Maria Tereza, Maria do Céu, Maria Elisa e tantas outras. Mas, como bem disse uma vez Samael Aun Weor em seu livro A Virgem do Carmo, “…nem a pena de Michelangelo, nem a Madona de Leonardo Da Vinci conseguiram nos traduzir de forma fiel a imagem da Virgem Maria. (…) Não é Maria aquela beldade inesquecível que desde crianças contemplamos sobre os suntuosos altares de nossas igrejas paroquiais, cujos sinos metálicos alegram os mercados de nossas paróquias. Ante nossos sentidos espirituais somente vemos uma virgem morena queimada pelo sol do deserto. Ante a vista do espírito desaparecem por completo todas as fantasias para aparecer em seu lugar uma humilde pródiga, uma humilde mulher de carne e osso.” A obra vocal do alemão Johann Sebastian Bach, o Magnificat, consiste num cântico de Maria oriundo do Evangelho segundo Lucas (Lucas 1:46-55). Tal oração da passagem bíblica é recitada pela Virgem Maria na ocasião da Visitação de sua prima Isabel. No contexto histórico, após Maria saudar Isabel, que está grávida com aquele que será conhecido como João Batista, a criança se mexe dentro do útero de Isabel. Quando esta louva Maria por sua fé, Maria entoa o Magnificat como resposta. Eis uma …

Canção de Lótus: Floresça seus Chacras e Irradie Amor

CANÇÃO DE LÓTUS: FLORESÇA SEUS CHACRAS E IRRADIE AMOR   O despertar e o desenvolvimento de nossos órgãos energéticos, chamados de Chakras nas tradições hindus, estão presentes em todas as culturas, mediante práticas espirituais que envolvem respiração, movimentos físicos, música e, principalmente, palavras de ressonância para transmitir a potência mágica do verbo humano – os famosos mantras. Nas tradições védico-budistas encontramos um dos mais belos e eficientes exemplos desses exercícios físicos, psíquicos e espirituais. Trata-se da Canção de Lótus, uma Ode de Enaltecimento à Vida, mas não somente à vida física de todos os seres. A Canção de Lótus trabalha com a energia cósmica brindada pelo universo, aquilo que os sábios chamam de Irradiações do Logos Solar. Samael Aun Weor, mestre gnóstico contemporâneo, ensina que o Logos Solar sustenta toda a vida nos planetas, emanando de si mesmo o Fohat ou energia ígnea que nutre a Terra e os demais globos. E a cada dia que passa a astrofísica comprova que o Sol nos alimenta de inúmeras partículas e campos, muito além do calor e da luz visível que se manifestam em nossa atmosfera. De origem indiana e tibetana, a Canção de Lótus tem a capacidade de nos fazer reconhecer conscientemente, focalizar eficientemente e direcionar corretamente esta energia solar imanente, de forma a dirigi-la para o alto de nossa cabeça. Mas nessa prática mântrica milenar não se trabalha somente com a porção física, atômica e quântica da energia solar, mas também e principalmente com a energia espiritual do nosso Astro Rei, aquilo que as tradições cabalistas chamam de Mikael, que os antigos egípcios chamavam de Rá, os persas de Mitra e os indianos de Surya. Chegará o dia em que nossa ciência acadêmica verá nos planetas e nas estrelas as energias inteligentes que os animam, aquilo que os ancestrais sábios sacerdotes chamavam e adoravam como Divindades Estelares e Planetárias – os Logoi dos gregos. Por este mesmo motivo, no Cristianismo Primitivo Original o Cristo Jesus foi relacionado ao Sol, ao Solis Invictus, sendo em muitos evangelhos apócrifos chamado de Filho da Chama, Filho do Sol, Aquele que dá Vida a todos. A Canção de Lótus, como os raios de luz que despertam a flor de lótus do lodo da terra, ao fazer com que os átomos luminosos do Sol desçam por nossa cabeça e passem pelos chakras ao longo da coluna, tem a capacidade de iluminá-los, despertá-los, fazê-los girar, regenerá-los, colorindo-os em suas cores e vibrações originais. Readquirimos saúde energética e sutil, havendo posteriormente a extensão desses benefícios ao nosso corpo físico. E a Canção de Lótus tem uma função ainda mais excelsa: quando a Luz Espiritual do Sol ilumina nosso coração no seu caminho de retorno ascendente (depois de chegar pela cabeça, descer ao cóccix e retornar ao peito), após ser carregada com nossas mais elevadas aspirações de Compaixão e Amor, é irradiada para todos os seres, como um Farol de Bondade, para que Todos Sejam Felizes, para que Todos Sejam Ditosos, para que Todos Estejam em Paz. No budismo tibetano temos a Meditação Toglen, “dar e receber”, que mesmo sem mantras, tem função compassiva análoga à Canção de Lótus. Observe, caro leitor, quão maravilhosa é esta prática. Com ela reconhecemos Deus na Luz do Sol, O chamamos para nossas flores da alma (chacras), para depois exalar os perfumes luminosos do Amor e da Compaixão a todos os seres. É um verdadeiro exercício consciente de Cooperação, Amor e Doação. Compartilhar o Espírito do Sol que Fecundou o Ser Humano Consciente de seu papel. Sabiamente ensina Samael Aun Weor que o ser humano capta determinadas energias do Cosmo e as transmite à Terra e aos seres vivos. Por isso, com a Canção de Lótus ampliamos esta nossa natural função de “antenas”, fazendo-a de forma consciente, intensa e amorosa. Pois bem, lembrando que a mística gnóstica é essencialmente prática, vamos descrever abaixo o passo-a-passo da Canção de Lótus, para que todas as pessoas que queiram colaborar nesta Coletiva Obra Luminosa, possam executar imediatamente este exercício espiritual milenar, incorporando-o em seu cotidiano, entoando todos os dias o Hino de Exaltação à Corrente Resplandecente da Vida. Preferencialmente, a prática deve ser realizada ao Sol Nascente, na sequência abaixo. Sente-se confortavelmente numa cadeira. Se preferir, deite-se de barriga para cima. Relaxe o corpo. Imagine que do Alto, do Absoluto, do Logos Solar, emana uma luz, uma energia poderosa, de cor dourada, refulgente, que penetra pelo alto da cabeça, no Chakra Occipital, inundando o Lótus Sahasrara e purificando suas mil pétalas com a cor violeta, onde se reflete o mundo da verdade eterna. Essa energia, do mais puro amor proveniente do Absoluto, expande-se agora para além do Lótus Sahasrara, fazendo vibrar intensamente cada átomo de cada célula da região da cabeça, elevando sua vibração. Mantenha esse quadro, avive esse quadro por uns quantos minutos enquanto estiver vocalizando o poderoso mantra AUM, pelo menos por 7 vezes, assim: AAAAAA-UUUU-MMMMM. Em seguida, canalize essa energia, essa luz celeste de puro amor e consciência para o Lótus Ajna, no entrecenho, inundando suas duas pétalas em focos de luz azul-safira, despertando a clarividência e os poderes da mente. A luz dourada, proveniente do Absoluto, que já inundou o Lótus de Sahasrara, agora se expande e inunda também todo o Lótus de Ajna, levando amor e consciência para os incontáveis átomos de inteligência que moram nessa região. Mantenha esse quadro, avive esse quadro por uns quantos minutos enquanto estiver vocalizando o poderoso mantra OM, pelo menos por 7 vezes, assim: OOOOOOOMMMMMMM. Agora faça com que essa luz dourada desça de Ajna para Vishudda, na garganta, fazendo luzir e brilhar suas 16 pétalas azuis celestes. Vishudda é a porta de libertação, a entrada da sabedoria divina, o centro do poder da palavra e do verbo. Faça agora com que essa luz dourada se expanda e inunde todo o Lótus Vishudda, toda a região da laringe, impregnando todos os átomos dessa região e elevando sua vibração, sua força e seu poder. Com este quadro em mente, por uns quantos minutos vocalize …

MAAT E ANÚBIS: DEUSES EGÍPCIOS DENTRO DE NÓS

MAAT E ANÚBIS: DEUSES EGÍPCIOS DENTRO DE NÓS O Antigo Egito produziu uma das mais esplendorosas e duradouras civilizações que a humanidade já viu, levando os ecos de sua espiritualidade e cultura às tradições hebraicas, persas, gregas, helênicas, romanas, cristãs e muçulmanas, vale dizer, a todo o ocidente. Os ancestrais arquétipos egípcios sempre relacionaram a dinâmica do mundo ao Caminho do Sol, à Barca Solar de Osíris, com sua jornada diária que começava no nascente como Kephra, reluzia ao meio dia no azimute do Nilo como Rá e concluía sua viagem no poente como Tum. Osíris cuidava dos Céus e Ísis zelava pela Terra. E, além das deidades celestes e da Terra, também veneravam a Constelação de Órion, para onde iria o Faraó (literalmente “Filho de Osíris-Rá na Terra”) quando morresse. Mas quem cuidava da Ordem de tudo isso ? Quem organizava os céus e a Terra para que a Serpente da Noite (Apopi) ou a ignorância humana não precipitassem tudo ao caos e à destruição ? A resposta está nesta verdadeira joia do gênio humano que é o Livro Egípcio da Vida e da Morte, que descreve os processos em vida e no pós-vida para que uma alma possa se libertar. E a cena central do Compêndio Egípcio ocorre justamente na Sala de Maat, onde a alma em transição é julgada. E ela nunca está só: é acompanhada por Osíris e Ísis, tem as anotações de seus atos lidas por Íbis-Thot, com Maat e Anúbis oficiando a cerimônia da Pesagem do Coração. Se o coração do julgado, representando sua pureza de espírito, for mais leve que uma pena, ele será conduzido aos céus, à Região dos Bem Aventurados. Se o coração estiver denso de seus desejos, apegos e maldades – mais pesado que a pena – um outro deus chamado Ammut se encarrega de levar o espírito do morto para a purificação no Duat (os infernos egípcios). Vê você, estimado leitor, alguma analogia com o julgamento dos mortos nas religiões Abramânicas (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo) ? Maat é portanto a Deusa egípcia da Ordem e do Amor, é a Mãe de Compaixão para os antigos egípcios, como a Kwan-Yin Budista, a Ishtar Persa ou a Compadecida Maria Cristã, Nossa Senhora. Maat é a Divindade da Verdade, da Justiça, da Retidão e da Harmonia. A Maat egípcia inspirou o símbolo da justiça humana atual, onde uma dama (que originalmente não tinha os olhos vendados) cuida da balança com uma espada na mão. Para a Divina Maat deveria o morto fazer suas 42 Confissões Negativas no Salão da Verdade e da Justiça, clamando de alto verbo e coração leve: não roubei, não menti, não fiz ninguém chorar, não poluí a natureza, não bisbilhotei, não fofoquei, não profanei meu corpo… Podemos até ver os Dez Mandamentos de Moisés dentro das 42 Diretivas Egípcias de Maat. Reflita comigo, leitor sagaz: você estaria preparado agora para passar incólume pelo Salão Egípcio da Verdade e da Justiça, recitando as 42 Negativas ? E as bondades e atribuições de Maat iam muito além do julgamento dos mortos. A Deusa da Justiça Egípcia, além de garantir o equilíbrio básico do universo, perpassava toda a natureza e a sociedade egípcia: harmonizava o ciclo das estações, ditava o calendário religioso, os negócios humanos justos (comércio), bem como balizava a honestidade e a confiança nas relações sociais. Isso era tão observado que, se atualmente um presidente eleito numa República jura obedecer a Constituição Federal em seus atos, há 5 mil anos o Faraó jurava seguir as Leis de Maat em todo Egito, por toda sua vida. Ao lado de Maat, outro Valor Universal é o arquétipo de Lei encarnado por Anúbis, o Deus Egípcio com cabeça de chacal, cuja figura é tão mal compreendida e equivocadamente utilizada nos filmes e jogos digitais atuais. A Divindade Egípcia Anúbis nada tem a haver com violência ou terror. Ele era o preparador do ser humano para a Ressurreição, para o Renascimento, cuidando do morto (a múmia) para que ele continuasse sua jornada nos céus. Anúbis sintetiza o arquétipo do Cuidado, da Atenção, do Preparo para o Divino, da premiação aos bons e da correção aos ruins; é o distribuidor de Karmas (pagamento de dívidas pelos pecadores) e Darmas (dádivas brindadas pela divindade aos virtuosos). Além de distribuir dons e aprendizados, o Mestre Anúbis cuida com Maat dos procedimentos da Pesagem do Coração, ou seja, verifica se a alma está leve e desprendida, se ela deixou para trás o egoísmo e o apego, o desejo e a ambição. Todo este imenso trabalho de Amor é feito pelo Deus Chacal Egípcio, implacável em seu Ofício Sagrado. E, como todos os Deuses das Religiões Solares, Maat e Anúbis representam partes íntimas de nosso próprio Ser, raios de nossa própria individualidade espiritual, ensinando-nos a psicologia do equilíbrio, da ordem, da justiça, da correção, do preparo, da transcendência, do desapego, do respeito às Leis. Exatamente por isso ensinou o mestre gnóstico contemporâneo Samael Aun Weor: “As Divindades do país ensolarado de Kem (o Egito) estão dentro de nós… aqui e agora… basta que as invoquemos”. Portanto, atento leitor, reconheça dentro de si mesmo as virtudes de Maat e de Anúbis, da Lei, do Amor e da Ordem, para que você as exerça em todos os seus atos, unindo seu Universo Interior a essas Sublimes Divindades Egípcias, para que Elas o conduzam à sua própria Heliópolis Interior, onde só reina a Paz e a Felicidade.             Sergio Geraldo Linke Engenheiro, Executivo do Mercado Financeiro e Instrutor de Gnose

O Som em Todas as Coisas

O SOM EM TODAS AS COISAS A maioria dos seres humanos possui os 5 sentidos capazes de realizar suas funções comuns. Podemos ver, admirar as cores e formas, sentir o gosto, os cheiros, sentir a textura; mas e o som de todas as coisas? Como ouvir uma pedra, o céu, o Sol, o Universo? Como acessar o mundo iluminado do som e da música que vibra em tudo? Tudo que vive, vibra; tudo que vibra emite som! Nossos ouvidos captam um intervalo muito pequeno das vibrações e dessa forma acreditamos que a linguagem dos sons que captamos é um privilégio. O maravilhoso instrumento auditivo humano capta frequências que vão de 20 a 20.000 Hz (vibrações por segundo). Apesar de parecer bastante, é ínfimo em comparação à imensidade de vibrações emitidas por todos os corpos que compõem o Universo. Só quando sentimos que a vida vai além das coisas que podemos perceber é que iniciamos a maravilhosa busca das correlações entre as expressões física e a metafísica. Podemos afirmar que todos os povos de todas as civilizações se expressaram através de sons, audíveis ou inaudíveis e, na busca de sentir e explicar sua própria existência na conexão com o TODO, exploraram essa comunicação com o Universo de maneira muito peculiar. O vento, o fogo, o ar, o furacão, as águas que correm nos rios ou as ondas do mar, as folhas que brincam com a brisa, o raiar do dia, o silêncio das noites estreladas, a melodia que corre no coração……toda essa energia impulsionou a alma a encontrar e abrir as arcas de um saber atávico, dando origem ao conhecimento da linguagem sagrada: a Palavra Perfeita. O Ser Humano então, como um Deus, podia criar! Expressar-se com a pureza das eras. Tocava seu instrumento Divino como Orfeu, que com sua lira encantada sustava os rios, amansava as feras e movia pedras. Muitos foram os seres que conscientes do poder e encantamento da linguagem e da palavra deram origem a lendas, mitos, contos. Instrumentos foram construídos sob as leis perfeitas da Matemática Sagrada. A ciência da música surgiu nos planos da vida e o Ser Humano podia então entrar nos mundos sutis pelos portais dos sons. Samael Aun Weor, contemporâneo mestre gnóstico do Som, descreve em seu livro “Heptaparaparshinock, o Mistério da Música” sobre a existência de um desses instrumentos chamado AYA ATAPAN, que era composto de 49 cordas que, ao serem tocadas, fazia-nos viajar pelos nosso mundos internos. CHAT-CHAI-MERNIS era o nome da ciência utilizada pelos sábios seres que habitaram as antigas civilizações para fazer surgir instrumentos tão perfeitos. Neste mesmo livro há a história de um grande rei chamado Konuzion e seus 2 sobrinhos Choon-kil-tez e Choon-tro-pel que viveram no início da raça Ária (mais de 80.000 anos atrás), na região onde hoje se encontra o deserto de Gobi. Esses grandes seres construíram um belíssimo instrumento chamado Dzendveokh que tinha a capacidade de filtrar cores e sons e transformá-los em elementos diversos, ou seja, Criar! Pitágoras no século VI a.C. protagonizou essa ânsia quando percebeu a correlação entre a música e a matemática, construindo o que ele chamou de monocórdio (instrumento com 1 única corda). Um único som poderia, através de uma relação matemática simples, se desdobrar em muitos, surgindo a teoria musical. Percebeu também que as estrelas e os planetas emitiam sons, denominando essa harmonia celeste de “Música das Esferas”. Dizia o mestre grego que a música era o melhor meio para purificarmos a alma e que “o universo era uma escala ou um número musical cuja própria existência se devia à sua harmonia”. Mas o grande deus Saturno, senhor do tempo, viu seus filhos caminharem pelas estradas da inconsciência e perder seus belíssimos poderes! Entramos em eras obscuras e tristes. Esquecemos de nós mesmos… nossos corações não mais cantaram Odes Celestes… não mais reconhecemos a Vida Pulsante! Perdemos o conhecimento secreto da ciência de CHAT-CHAI-MERNIS! Dorme em nós agora novamente o dom da Música. Não mais compreendermos a linguagem da Natureza! A linguagem dos deuses! Por isso, quando ouvimos o som de um violino Stradivarius, último remanescente de uma série de instrumentos mágicos criados pelo ser humano, somos tocados novamente pela saudades daquilo que fomos um dia, vibrando como crianças exultantes ao ouvirem a voz de sua mãe! Sejamos como o pequeno pássaro que, com pequenas gotas de água no bico, num esforço hercúleo, faz o que pode para apagar um incêndio na floresta. As gotas são nossas palavras; o incêndio é a dissonância deste mundo caótico. A Palavra é um dom. Usemo-la com responsabilidade. Cada expressão vocal deve ser realizada com Consciência e Amor para fazermos novamente vibrar as Cordas que nos conectarão a essa Grande Orquestra Cósmica que chamamos de Vida.   Heloisa Pereira Menezes Nutricionista, Especialista em Logística, Instrutora de Gnose e diretora da Associação Gnóstica de Fortaleza

SERVIR A HUMANIDADE: MOTIVAÇÕES DA ALMA

SERVIR A HUMANIDADE: MOTIVAÇÕES DA ALMA Todos deveríamos tomar Consciência da importância de Servir ao próximo, de que sempre de alguma maneira, podemos ajudar alguém; e que isso é um privilégio, uma honra extremamente gratificante. Servir é estar à disposição, é poder auxiliar, cuidar, ser prestativo. O maior exemplo foi dado por Jesus. Ele, mesmo sendo Rei, ensinou e personificou a humildade do Servir. Quando Jesus, em uma ação de humildade durante a Última Ceia, lava os pés de Seus discípulos, toma a forma de servo e nos mostra que o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para Servir e para dar a sua vida em resgate de muitos (Mt 20.28.). Com essa passagem, Jesus ensina que devemos fazer o mesmo com o nosso semelhante, devemos Servir uns aos outros. O mais gratificante para aquele que serve é compreender a maravilhosa dinâmica do Reino de Deus. Todos nós podemos entrar nesse dinamismo. Temos uma oportunidade única de hoje sermos melhores e ajudarmos nossos irmãos a também sê-lo. Portanto, quando decidimos viver os princípios do Reino dos Céus, somos auxiliados pela Divindade, que nos ensina a também sermos generosos. Quanto mais damos, servimos e ajudamos os que necessitam de nós, mais seremos saciados e mais alegres e felizes nos tornaremos, ”pois Deus ama quem dá com alegria” (II Coríntios 9,7c). Segundo o grande mestre Gnóstico do século XX, Samael Aun Weor, quem se sacrifica pela humanidade, ou seja, aquele que Serve, respeita e colabora consciente e voluntariamente com a mais sagrada Lei Universal. E essa lei o premia, o alimenta, através dessa ação, nos fazemos de canal ou agente sagrado de circulação de vida. Servir é uma decisão pessoal. É uma entrega. É ser sensível para reconhecer que alguém precisa de sua ajuda. É ter a humildade para olhar ao redor e perceber que existe alguém chorando, ou algum ser necessitando de cuidados e de amor. Francisco de Assis, nosso grande modelo de servidor, numa época em que o amor estava escasso neste mundo, revolucionou com seu novo jeito de Servir e amar. Iniciou sua missão moldando sua vida na imitação de Cristo. Segundo São Francisco, é preciso aceitarmos os ensinamentos do Cristo para nossa vida. Mas não somente aceitá-los: é imprescindível que em prática o Servir, já que o desejo de nosso Pai é que sigamos o Seu exemplo. Para o irmão de Assis, a melhor forma de seguir os exemplos de Jesus é pregar o Evangelho na sua vivência diária, e assim o fez. Efetivou sua Oração “Instrumento de Paz”, conhecida no mundo inteiro, porém caracterizada como súplica ao senhor para se tornar um grande servidor. São Francisco, com sua palavra, sua coragem e suas escolhas, tornou-se também para o homem de hoje um exemplo de fé e de desapego. Amando o próximo e principalmente os mais necessitados, ele expressou visivelmente em suas atitudes a morte mística e consequentemente a ascensão das suas virtudes. Muitas vezes, achamos que, quando juntamos bens é que adquirimos abundância, mas é bem ao contrário. Ao dividirmos o que temos é que nunca nos faltará nada, esse é o segredo do Reino de Deus. A Lei da Compensação nos diz “Não gaste teu Capital em ser servido, aumenta teu Capital em Servir”. Sua consequência nos proverá de toda sorte de graças, para que, em tudo, tenhamos sempre o necessário. E ainda tenhamos de sobra para toda boa obra, como está escrito: “Distribuiu generosamente, doou aos pobres; a sua justiça permanece para sempre” (II Coríntios 9,8-9). Segundo Samael Aun Weor, ao servirmos conseguimos expressar nosso amor pelo nosso semelhante e, dessa forma, conseguimos pagar ou diminuir nossas dívidas perante a Divindade pois, como ele mesmo dizia “O Karma é um remédio que a Divindade nos dá”. A consequência desse amor é a lei do Darma que nos gratifica pelas boas ações, as quais, mediante o Servir ao nosso semelhante, permite-nos adquirir créditos. Precisamos estar atentos quanto à nossa forma de Servir. Ao nos auto-observarmos e exercitando a meditação podemos identificar nosso grau de vaidade e egoísmo que nos leva à hipocrisia. A partir de então, devemos nos conscientizar quanto à disciplina nas atitudes, evitando as queixas, buscando aprimorarmos o nosso pensamento, mensurar o desapego e o nosso sacrifício voluntário e, quando necessário, refugiarmo-nos na oração e na paciência. Quando nos unimos ao bem para servirmos no campo do amor, conseguimos concretizar nosso trabalho voluntário na abençoada oportunidade de poder Servir, e numa verdadeira dádiva para quem recebe. Assim como fizeram os Grandes Mestre da humanidade, que consagremos nossa vida ao Servir!     Eulina Dias da Silva Lopes é pedagoga e instrutora da Associação Gnóstica de Brasília

RELIGIÕES: REMINISCÊNCIAS DAS SAUDADES DE DEUS NA ALMA HUMANA

RELIGIÕES: REMINISCÊNCIAS DAS SAUDADES DE DEUS NA ALMA HUMANA   Contam as antigas tradições não alteradas pelos homens, que desde quando fomos emanados pelo Criador como chispas, nesse canteiro divino dos mundos, fomos levados a percorrer os diversos reinos da natureza – mineral, vegetal, animal, até chegarmos à dita de adentrar o Templo do Reino Humano. De puros e singelos elementais (energias inteligentes que animam os reinos mineral, vegetal e animal), passamos a ter Alma (energia individual e inteligente no estágio humano) e com ela a reponsabilidade de quem já pode decidir por si mesmo – o livre arbítrio. Passamos a ter consciência de Deus e a possibilidade de sentir e viver a mais bela experiência dada a um SER: a capacidade de AMAR. Mesmo tendo passado diversos manvântaras (“grande idades”, em sânscrito), idades, épocas, ciclos nessa experiência ímpar, nossa história, todos os porquês da nossa existência sempre nos acompanharam. Então por que nos esquecemos de tudo? Por que a felicidade paradisíaca nos parece tão longe? Por que sofremos? Porque nos distanciamos do Criador, da Verdade que nos emanou e fomos “engolidos“ pelas leis mecânicas da Natureza, sendo levados a conhecer cada vez mais e mais a materialidade. Fomos perdendo o contato com o Emanador Supremo e, assim, nos esquecendo a história de nós mesmos e dos mundos e Universos. Perdemos a capacidade de responder às questões que tanto afligem e inquietaram todas as civilizações: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Percebemos que muito mais do que comida, bebida, roupas, contato físico, social etc., necessitamos saber porque vivemos e para que vivemos! Caímos num imenso sono! Nessa busca incessante do homem por recuperar sua história e retornar ao Paraiso Perdido, Shangrilá, surgiram as diversas religiões. Mas o que é religião? Será que é o batismo numa Igreja Cristã? Será que é a adoração num templo Budista?  Será que é a contrição fervorosa diante do Muro das Lamentações? Ou será a peregrinação à cidade sagrada de Meca? E mais, será que todos os participantes de todas essas expressões religiosas compartilham sentimentos semelhantes a respeito do que fazem? E por que fazem o que fazem? E o que significa tudo isso? O livre arbítrio nos permite buscar os caminhos de diversas maneiras, mas todas essas expressões comungam 3 grandes pilares, utilizados na linguagem teológica moderna: O Dogma, A Moral e O Culto. Esses são os alicerces das diversas religiões confessionais que existiram e existem. Dogma é o ponto fundamental de uma doutrina religiosa, apresentado como “certo” e indiscutível, cuja verdade se espera que as pessoas aceitem sem questionar. Na religião Cristã a Santíssima Trindade é um dos dogmas mais aceitos. Moral é o conjunto de valores como honestidade, bondade, caridade etc., considerados universalmente como norteadores das relações sociais da conduta dos homens e estabelecido pelos livros sagrados. No Cristianismo a moral pode ser sintetizada nos Dez Mandamentos de Moisés. Culto é a reverência respeitosa a uma divindade através de cerimônias, ofícios, rituais etc. E isso basta para nos levar de volta ao mundo da Consciência perdida? É capaz de fazer, como nos contos de fadas, que o Cavaleiro recupere a bela Princesa que dorme na torre mais alta do castelo? Dá-lhe forças para enfrentar os espinhos e dragões que dificultam sua subida? Infelizmente é preciso muito, muito mais! Precisamos de uma religião interna profunda e firme. Precisamos desenvolver uma mística religiosa capaz de firmar os pés de nossa fé na Verdade mais pura, a Gnosis – o conhecimento Eterno e Profundo das Eras. Aquilo que é obtido por Revelação Interna, não por adoração externa, leitura de livros e fé mecânica. Precisamos redescobrir nossas capacidades perdidas e reler os livros de nossa história com o suor de nosso trabalho! Sem dogmas, mas sim firmes num corpo de Doutrina deixado por Grandes Iniciados e Avatares que se sacrificaram por essa humanidade triste e doente. Samael Aun Weor, grande expoente do século XX nos ensina que a Moral deve ser calcada em 3 Fatores de Revolução da Consciência, onde é necessário se auto conhecer profundamente e lutar contra si mesmo, nascer em espirito através do Amor consciente e trabalhar incessantemente pela humanidade. Também nos ensina que rendermos Culto à Vida só é possível com a obediência consciente das leis divinas da Natureza, ventre de onde viemos e onde existimos. Que o homem e a mulher, como expressões do Deus Criador, podem exercer sua divindade através da mais bela energia do Amor – o Poder de Criar. “Todas as religiões são pérolas a adornar o colo da Divindade”, diz Samael Aun Weor. Todas como pedras preciosas são realmente belas. Cada qual com seu grau de pureza, sua intensidade de brilho, seu valor…. Cada uma delas em um degrau na escada que leva ao Criador. Cada gema foi engastada no colar de Deus por um de seus Filhos Auto-Eleitos: Fo-Ji, Osíris, Orfeu, Buda, Krishna, Quetzalcoatl, Moisés, Jesus… Nossa história está diante de nós, ávida por abrir suas páginas e se revelar. Saibamos lutar como valentes guerreiros e buscar nos campos de batalha contra nós mesmos o fio que nos religará à tão almejada Felicidade.   Heloisa Pereira Menezes Nutricionista, Especialista em Logística e Instrutora de Gnose

Constelação Familiar e Música Sideral

Constelação Familiar e Música Sideral Conheça as influências de seus antepassados e exerça seu livre-arbítrio com mais consciência Constelação Sistêmica é uma abordagem terapêutica pela qual se torna possível identificar e solucionar problemas e conflitos de pessoas, empresas e organizações. Tudo e todos somos partes de um sistema e, como tal, sofremos influências do sistema. A Constelação é um método eficaz e poderoso para reconhecer emaranhamentos na vida familiar do ser humano, trazendo relaxamento da tensão e compreensão nas situações problemáticas vivenciadas na família. Isso permite que o amor flua entre os membros do sistema familiar. Criada pelo Terapeuta alemão Bert Hellinger, a Constelação Familiar mostra como as forças entranhadas no Sistema Familiar podem ser redirecionadas para o equilíbrio, quando membros desse sistema são reconhecidos, respeitados e colocados no seu devido lugar. Várias gerações são envolvidas trazendo a compreensão das implicações fatídicas e inconscientes dentro das famílias. Através da Constelação Familiar pode-se trazer à luz a dinâmica escondida no Sistema Familiar e desenvolver a força interior da família. A capacidade de entender seu próprio comportamento fica ampliada, sendo possível a reconciliação consigo mesmo e com os outros membros do Sistema. Dissolvendo os “nós” familiares antigos, a pessoa liberta-se e os efeitos são estendidos às gerações passadas e futuras de sua família. O sistema familiar é um grupo de pessoas que se mantêm unidas por vínculos de sangue e por uma força invisível que é o amor. Independentemente de se conhecerem, terem convivido entre si ou terem consciência desse amor. Quando chegamos ao mundo no seio de uma família, não herdamos somente a genética, mas também sistemas de crença e esquemas de comportamento. Rupert Sheldrake, biólogo estudioso e pesquisador dos segredos da mente, explica que dentro dos campos morfogenéticos os objetivos do processo são atraídos para este espaço multidimensional. As ideias e situações já conhecidas dentro do seu campo atraem as situações porque já existe uma memória intrínseca pela ressonância mórfica do nosso campo mental. A Criação foi mobilizada como um teclado constelar. Toda a realidade é movimento vibratório e produz ondas de diversas dimensões. Não é fantasioso afirmar que a oscilação vibratória do Cosmos produz ‘som” audível e inaudível, que influencia qualquer campo morfogenético. Por isso que está sintetizado na Tábua de Esmeralda de Hermes Trismegisto: “O que é acima é abaixo; o que é dentro é fora”.     Fernando Salazar Bañol Escritor e palestrante internacional, formado em Beamer Light Pen – Aura  Soma pela International Academy Colour Therapeutics – Tetford – Inglaterra e graduado como terapeuta em Constelação Familiar e Organizacional pelo método Bert Hellenger.

plugins premium WordPress