O DIA DE FINADOS E O ARS MORIENDI – LIVRO CRISTÃO DA MORTE

O DIA DE FINADOS E O ARS MORIENDI – LIVRO CRISTÃO DA MORTE

 

Todas as culturas e religiões dedicam rituais, cerimônias e datas comemorativas aos mortos.

Desde as tradições eclesiásticas romanas do século VIII, o Dia de Finados é comemorado em 2 de novembro, data aproveitada de festividades pagãs (da mesma forma que os dias de Páscoa e de Natal).

Na maioria das igrejas cristãs o Dia dos Mortos vem logo após o Dia de Todos os Santos, 1º de novembro, o Festum Omnium Sanctorum, data em que se rende homenagens aos Santos e Mártires. A origem da data comemorativa aos que se foram está na festa popular celta chamada de Samhain na idade média, época em que acreditava-se que as almas dos mortos retornavam a suas casas para visitar os familiares, para buscar alimento e se aquecerem no fogo das lareiras.

Mas, para além das festividades e tradições, vemos que a Morte tem sido o mistério central de todas as tradições e religiões. E a vitória sobre o desaparecimento físico, como a Ressurreição prometida nos Evangelhos Cristãos, é um dos principais objetivos das vertentes espirituais de todas as culturas.

Por isso surgiram verdadeiras joias da espiritualidade humana, como o Livro Egípcio da Vida e da Morte, o Livro Tibetano dos Mortos (Bardo Thodol), o Livro Maia dos Mortos (Popol Vuh), somente para citar alguns.

E na Cristandade medieval não poderia ser diferente. Na época da Guerra dos Cem Anos (1337-1453) e da Peste Negra, em que um terço da população europeia foi dizimada pela doença que infectava as cidades imundas e cheias de ratos, muitos sacerdotes se recolheram a mosteiros na zona rural, sendo necessária a edição de manuais para que os próprios leigos cuidassem de maneira cristã dos últimos momentos de seus entes queridos. Neste contexto histórico surgiu o Ars Moriendi.

A fragilidade da vida nessas condições coincidiu com uma mudança teológica: enquanto no início da Idade Média se enfatizava o julgamento coletivo da humanidade no fim dos tempos, boa parte do clero do século XV focava no julgamento individual imediatamente após o falecimento. A morte e o julgamento tornaram-se questões urgentes que exigiam preparação.

O Ars Moriendi (“A Arte de Morrer”) são dois textos latinos de meados do século XV que trazem conselhos e procedimentos para uma boa morte, explicando como “morrer bem” de acordo com os preceitos cristãos do final da Idade Média.  O livro era muito popular, sendo traduzido para a maioria das línguas da Europa Ocidental. Cerca de 50.000 cópias foram impressas antes de 1501.

Havia originalmente uma primeira edição (“versão longa”) e uma posterior e mais simples (“versão curta“), contendo onze xilogravuras com imagens instrutivas que poderiam ser facilmente explicadas e memorizadas. Recordemos que a grande maioria da população medieval era analfabeta, por isso a versão curta era uma espécie de gibi.

Atualmente os originais em latim das duas versões são facilmente encontráveis em grandes bibliotecas digitais, como a do Congresso Americano.

Os autores dos dois textos são desconhecidos, mas supõe-se que sejam eclesiásticos dominicanos, talvez em continuidade à publicação de Jean de Gerson, o Opusculum Tripartitu, contendo uma seção chamada De Ars Moriendi. Gerson pode ter sido influenciado por referências anteriores em “compêndios de fé” que remontam ao século XIII.

O Ars Moriendi consiste de seis capítulos:

O primeiro capítulo explica que a morte tem um lado bom e serve para consolar o homem que está morrendo, nele incutindo a ideia de que a morte não é algo para se ter medo.

O segundo capítulo descreve as cinco tentações que cercam um moribundo e como evitá-las: a falta de fé, o desespero, a impaciência, o orgulho espiritual e a avareza.

O terceiro capítulo lista as sete perguntas a serem feitas a um moribundo, junto com o consolo disponível a ele através dos poderes redentores do amor de Cristo.

O quarto capítulo expressa a necessidade de imitar a vida de Cristo.

O quinto capítulo é dirigido aos amigos e familiares, delineando as regras gerais de comportamento no leito de morte.

O sexto capítulo inclui orações apropriadas a serem ditas por um moribundo.

Enquanto o Livro Cristão da Morte (o Ars Moriendi) trata apenas da fase pouco antes da morte – enquanto o moribundo está no leito de morte, os livros Egípcio, Maia e Tibetano tratam de fases posteriores – como o julgamento, o encaminhamento e o impulso a um novo nascimento.

Entretanto, é de grande valor o estudo do Arte de Morrer Cristão, tanto para compreendermos o contexto histórico em que foi escrito, quanto para vislumbrarmos a psicologia do moribundo na cristandade, a qual perdura até nossos dias nos sentimentos de cristãos católicos, protestantes e ortodoxos, expressando o medo pelo desconhecido e pelo inferno, a luta do pecado contra a virtude, o desespero pela perda do contato com os entes queridos e as esperanças de ir para o céu.

Em termos de Religiosidade Universal e Gnose Mística, muito longe dos medos, apegos, pecados e diabos da Igreja Cristã Medieval, sabemos que nas Escolas de Iniciação Gnóstica a morte é apenas um estágio para a vida, ou, paralelamente, a vida é um estágio para a morte. E também constatamos que a transformação que chamamos de morte deve ocorrer a todo instante e de forma deliberada, fazendo desaparecer nossos defeitos psicológicos para que nasçam nossas virtudes. Foi esta a síntese intencionada por São Francisco de Assis, ao asseverar que “é morrendo que se nasce para a vida eterna”.

Para reverberar a Sabedoria Gnóstica, cabe lembrar o grande Mestre Gnóstico contemporâneo, Samael Aun Weor, quando ensina que “a Morte é a Coroa de todos” e que viveremos muito melhor se compreendermos este inevitável estágio de transição que é a Morte.


Sérgio Geraldo Linke – Associação Gnóstica de Fortaleza

O Tesouro dos Tesouros

O Tesouro dos Tesouros Creio no sagrado do amor,Na força capaz de tudo e todos transformar. Amar exige coragemNum mundo que foge dos sentimentos,Que embaça os espelhos,Que sufoca a almaEm torno de carências,Vaidades e apegos…Torpes medosDo sentimento vividoEm segredo. O que é mais real acaba por se abafarPor ilusórias métricas,Ambições, aparências,Que silenciosamente esmagamO tesouro dos tesouros,A luz das luzes… Que nunca se apagam…Mas talvez,Também nunca renasçam. Pois como todo tesouro necessita ser preservado, polidoE na senda Servido. Alessandra Espineli (poetisa e instrutora gnostica)

Leia mais »

Pai-Mãe Divino – Oração Pai Nosso (parte 3)

A Oração do Pai Nosso: “a busca de uma profunda amizade com quem sabemos que nos ama” (**) Na parte 1 deste artigo que trata dos Mistérios do Pai-Mãe Divino, abordamos a beleza da unicidade da criação, manifestando-se de forma complementar e cooperativa em seus lindos aspectos masculino e feminino. Na parte 2 estudamos as 7 Funções Sagradas do Eterno Masculino e do Eterno Feminino de Deus, vendo estas manifestações nas ações divinas concretas em nossas vidas. E finalizando essa “trilogia”, elaboramos esse artigo para orientação de Meditação Mística Gnóstica, onde cada frase deve ser refletida, meditada, pois foi inspirado e desenvolvido com base nos livros dos Mestres Samael Aun Weor, especialmente no Livro Catecismo Gnóstico (trecho marcado com * no texto),  na obra de Teresa D’Avila, em especial no  livro Caminho de Perfeição (marcado com **), na obra de João da Cruz, nos ensinamentos de Jesus, em especial no Sermão da Montanha (marcado com ***), assim como de todos os demais seres iluminados que nos ajudam constantemente a trilhar o caminho da Iniciação. Continuemos, portanto, nossa jornada, onde veremos um maravilhoso método de Conexão com o Pai, ensinado por Jesus e conhecido como a Oração do Pai Nosso. Antes de iniciar sua vida pública, Yeshua Ben Pandirá (Jesus) passou 40 dias de silêncio e meditação no deserto, marcando as colinas de Kurum Hattin (próximas ao lago de Genezaré), com sua primeira mensagem divina. Foi nesse lugar onde Ele proferiu o que conhecemos hoje como “o Sermão da Montanha”. Todo esse belíssimo texto pode ser encontrado no evangelho de Matheus capítulos 5 a 7. O texto é composto de ensinamentos esotéricos profundos, apesar de ter sido proferido em campo aberto a todos que lá estavam. O Sermão da Montanha, para ser compreendido, deve ser meditado, deve ser lido com a alma, para que assim possamos ouvir o nosso Sermão da Montanha Interno, que há de ser proferido pelo nosso Cristo Íntimo. Ele é integralmente espiritual e cósmico; não é uma teoria que devamos crer, mas sim uma realidade que devemos “Ser”. Diz Uberto Rohden: “Nele se encontram o oriente e o ocidente, o brahamanismo e o cristianismo e a alma de todas as grandes religiões da humanidade por que é a síntese da mística e da ética, que ultrapassa todas as filosofias e teogonias meramente humanas”. É no evangelho de Matheus (capítulo 6) onde o Salvador nos ensina como podemos nos comunicar e conectar com o nosso Pai Interno, e com o Pai de nosso Pai, ditando a primeira Oração da era cristã: O Pai Nosso! Essa oração é um verdadeiro tesouro capaz de nos elevar ao mais profundo êxtase se pronunciada com devoção e profundo Amor. Façamos então consciência de sua dádiva para usufruir dos dons que ela nos proporciona, nos recolhendo internamente, libertos das amarras do mundo e seguindo as orientações de Yeshua Bem Pandira, quando diz: Quando orares, entra no teu aposento, e fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê em oculto, te recompensará. (**) Porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes mesmo de pedirdes. (**) E fala assim…. PAI NOSSO QUE ESTÁS NOS CÉUS SANTIFICADO SEJA O TEU NOME VENHA A NÓS O TEU REINO SEJA FEITA A TUA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NOS CÉUS O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DÁ HOJE Porque tu és o doador de todos os bens meu Senhor! (**). PERDOAI AS NOSSAS OFENSAS ASSIM COMO PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO, MAS LIVRAI-NOS DE TODO MAL, AMÉM Heloisa Pereira Menezes é nutricionista, profissional de logística do mercado financeiroe instrutora de Gnose da Associação Gnóstica de Fortaleza, março de 2025

Leia mais »

Pai-Mãe Divino – suas Funções Sagradas (parte 2)

PAI-MÃE DIVINO – SUAS FUNÇÕES SAGRADAS (PARTE 2) Na parte 1 deste artigo que trata dos Mistérios do Pai-Mãe Divino, abordamos a beleza da unicidade da manifestação da criação, manifestando-se de forma complementar e cooperativa em seus lindos aspectos masculino e feminino, estendendo-se pela esfera da criação desde o cosmos sideral até o microcosmo humano. Continuando nossa jornada na construção de uma sagrada interação amorosa, real e criadora, vejamos agora as Funções do ETERNO MASCULINO DE DEUS e do ETERNO FEMININO DE DEUS. Todos esses aspectos (masculino e feminino) agem no mundo em todos os cosmos (ordens ou dimensões do universo), e podem se expressar através de 7 funções sagradas. Assim como as funções do Eterno Feminino de Deus (EFD) estão ligadas à nutrição, à interiorização, à força centrípeta (para dentro), as funções do Eterno Masculino de Deus (EMD) estão ligadas à expansão, ao movimento exterior, à irradiação ou às forças centrifugas, que se expandem, as forças emissoras do universo (a Respiração de Brahama). Vamos então agora entrar na barca do conhecimento e navegar pelas 7 funções sagradas do Eterno Feminino e Masculino de Deus para poder vislumbrar no horizonte de nossa existência, a terra firme da Sabedoria. 1- GERAR Vamos imaginar os primeiros instantes da maravilha da criação do universo.O instante inicial onde nada existia: somente o “Deus desconhecido”, denominado também como Agnosthosteos, Aquele que encerra todo o poder, toda luz, toda escuridão, tudo que foi, é e será.É o PAI-MÃE – o Imanifestado.Nesse momento surge então a primeira grande lei do universo que é a vontade de Deus de crear. É nesse instante que esse Creador se divide em PAI E MÃE.A Mãe é a matéria primordial, o substrato, a atração para amalgamar; já o Pai é a energia primordial, o movimento, a expansão para disseminar.E o amor que os une é o Espírito Santo Cósmico , o amor do Filho, do Cristo, da vida, da união. Aquele que une, que constroi.Nessa conjunção perfeita do Pai Cósmico, da Mãe Cósmica e do Espírito Santo Cósmico é que  o grande Pai e  Mãe exercem sua 1ª função sagrada: GERAR Gerar a vida no útero de sua amada, e assim crear tudo o que há no universo: os mundos, sóis, planetas… É aí que se encontra a essencia da Lei da Criação, a Lei do 3 , o gnóstico Triamazikamno – que significa, o três criando através do amor. Por correspondência no ser humano, assim como o óvulo na mulher aguarda a chegada do espermatozoide para que a geração se efetue, o EFD, a mãe Terra, a mãe planeta, aguarda os raios do Pai Sol para que a vida seja gerada em seu ventre (a Terra).É lindo imaginar que no plano macrocósmico a função de gerar do EMD implica em irradiação, em movimento, em busca para encontrar o óvulo, encontrar a Terra (e a terra) para que os raios do sol possam penetrá-la. Ele só cria se encontrá-La; Ela só cria se encontrá-Lo. E a Vontade de Deus é justamente permitir que isso aconteça : “o beijo de amor creador”. Um exemplo prático desse amor pode ser constatado na fotossíntese que é o processo que transforma a energia luminosa do Sol em energia química, transmutando elementos e produzindo oxigênio e açúcares. Nós Seres Humanos e a maioria dos outros seres de nosso planeta somos totalmente dependentes desse ato de amor! Ao PAI compete buscar, ir além, movimentar, buscar alimento. E é por isso que temos sempre ligado ao homem o arquétipo da caça, o arquétipo de “sair de casa” para buscar o alimento; e o arquétipo de “ficar em casa”, no lar, sempre ligada à mulher, cuja função de nutriz é aguardar o alimento que deve ser trazido pelo macho para assim poder prepará-lo e distribuir à família, ao grupo de seres abrigados pelo lar, seja ele uma casa num bairro simples, uma mansão milionária, a cidade em que moramos, nosso próprio planeta ou todo o Universo com seus bilhões de galáxias. Claro que são exemplos da natureza como um todo e que se adaptam conforme os costumes etc. Mas queiramos ou não, gostemos ou não, são responsabilidades Universais que temos que assumir perante as Leis e administrar. Isso não significa que, no âmbito humano, a mulher não possa estender suas funções e o homem não deva ampliar seus deveres. 2- GESTAR e SUSTENTAR         Ao gerar, todo pai sabe que cabe a ele sustentar seu rebento, seu filho. Portanto, assim como em sua 2ª função a Mãe Divina gesta, ou seja, prepara sua cria no seu ventre, o Pai Divino tem como 2ª função sustentar sua família, sua prole. Trazer o alimento, trazer a luz do Sol, aquecer, trazer aquilo que a Mãe precisa para gestar. Apesar da vida se desenrolar no ventre da Mãe, é o Pai, no seu sagrado ofício, quem trabalha constantemente para que a vida de seu filho seja provida de alimento físico e espiritual. A luz do Sol busca a Terra, a penetra, permitindo tanto o início da vida como o sustentar de toda vida. Eis aí o grande segredo da transubstanciação, da eucaristia onde o Pai Sol impregnando com sua energia sagrada o trigo e a uva, sustenta seus filhos no caminho espiritual. Esta é a Liturgia da Vida, a qual, no âmbito das comunidades humanas, pode ser despertada mediante a sábia operação da magia gnóstica. Essa luz do Pai é o sustento energético, sem o qual nenhuma vida existe, pois, essa é a luz da vida que permite a realização dos processos bioquímicos e fisiológicos em todo ser e que vão ser processados pela Mãe na sua função de gestar. Da mesma forma é Ele quem alimenta, quem sustenta os nossos processos espirituais sagrados que serão imprescindíveis para nosso crescimento interno. PAI e MÃE são a unidade múltipla e perfeita, são o 2 em 1 e o 1 em 2 (Duo in Uno – Uno em Nihilo). Um não existe sem o outro. Eles coexistem em perfeição. Esse é o casal divino!

Leia mais »

Pai-Mãe Divino – os Mistérios do Uno (parte 1)

PAI-MÃE DIVINO – OS MISTÉRIOS DO UNO (PARTE 1) A grande maioria das pessoas que compõem nossa civilização ocidental, muito provavelmente tiveram uma formação religiosa onde “Deus” é visto como um ser antropomórfico, autoritário, vingativo e claro, masculino.Isso é um reflexo de séculos e séculos de uma conduta equivocada e deliberada, tanto da sociedade como de todas as estruturas filosóficas, religiosas e sociais vigentes, nos diversos momentos de nosso passado.Na Gnose sabemos que Deus é Pai e é Mãe, e que um não existe sem o outro.O mestre gnóstico Samael Aun Weor nos ensina que os movimentos mecânicos, tanto dos indivíduos quanto da sociedade, são regidos por uma lei chamada de A Lei do Pêndulo, onde em um momento estamos num extremo e logo depois nos colocamos no ponto antagônico a ele (no extremo oposto).Portanto, da mesma forma que no passado, durante muito tempo, nos dedicamos a um “Deus Pai”, agora corremos o risco de nos direcionarmos, ou melhor, nos identificarmos e valorizarmos somente um “Deus Mãe” (como vemos hoje em muitos grupos equivocados, onde o homem, o elemento masculino, é retirado e somente a mulher é valorizada e aceita).Deus é unidade, não se divide.Deus se manifesta isso sim, em diversos aspectos, dentre os quais alguns são de responsabilidade da Deusa-Mãe e outros do Deus-Pai. Simplesmente uma questão de ordem.Assim que, em tudo que fazemos, pensamos, projetamos etc., devemos buscar o equilíbrio, o fiel da balança, como forma de manifestar as duas forças dessa unidade múltipla e perfeita.Falar da Mãe é também falar do Pai.Todos os aspectos e funções de cada um deles são complementos perfeitos um do outro.Enquanto não tivermos isso profundamente arraigado e compreendido, sofreremos de uma sociedade abusiva, intolerante e irracional.E como nos aproximar desses aspectos divinos? A resposta se encontra na reflexão de outra questão: Como agimos quando queremos fazer amizade com alguém?Começamos por nos aproximar dessa pessoa, prestar mais atenção nela, nos interessar por seus hábitos, seus gostos, suas atitudes, seus valores etc.Inicialmente buscamos de forma inconsciente uma complementação, ou um exemplo para nos espelhar e nos ajudar a caminhar, seja qual for o caminho, e se essas características forem adequadas às nossas expectativas, nossa admiração aumentará.  Então tudo o que essa pessoa fizer ou pensar será importante para nós.Começamos depois a trocar ideias, opiniões, conselhos, e nessa troca constante e amigável nascerá uma amizade.Da mesma forma será com a nossa Mãe Divina e com nosso Pai Interno.Comecemos por nos aproximarmos deles (reaproximarmos) através da atenção constante em suas manifestações. Estudá-los em todos os seus aspectos e funções. Ver sua ação na realidade do mundo que nos cerca, interna e externamente. Buscá-los dentro de nós com palavras simples, mas sinceras. Confiar na graça divina de que seremos ouvidos e atendidos no melhor para todos nós.Aos poucos, os ouvidos do nosso coração irão se abrindo, e seremos capazes de ouvir a Sua Voz Suave e silenciosa em absolutamente tudo.Para Teresa D’Avila isso se chamava “oração”, que nada mais é do que construir uma intimidade, uma amizade sincera e profunda com Aquele ou Aquela que sabemos que nos amam.É assim que nos aproximamos de Nossos Pai-Mãe Internos. É assim que mais além de conhecê-los, iremos vivenciá-los.Que tal então iniciar isso agora mesmo, lendo e refletindo sobre seus aspectos e funções? Vamos lá…. Para começar, vamos relembrar os Aspectos da Mãe Divina, do Eterno Feminino de Deus, e assim ampliar nossa compreensão do TODO DIVINO PAI-MÃE, que são expressões que transcendem formas religiosas ou meras opiniões. Por simples correspondência às Leis do Universo, é no feminino (mulher na representação humana) onde se inicia todo processo de vida, da formação de um novo ser. Ela gera, gesta, dá à luz ao rebento, alimenta-o, cuida, educa etc. Por isso o 1º aspecto da Grande Mãe é a Mãe Cósmica, aquela que gera e gesta seus filhos (sóis, planetas, mundos etc.). Aquela que através da sua matéria primordial forma tudo o que há em seu ventre profundo. A Grande noite Cósmica. Ela também cria a gravidade e por isso, tudo vai se especializando, se afunilando, se particularizando, para cuidar de seus filhos de maneira mais atenta. Então vemos surgir seu 2º aspecto, a Mãe Natureza. Natureza não só do planeta Terra, mas de todos os seus filhos. Cada um a tem perto de si, cuidando em suas especificidades e necessidades. E esse cuidado vai se fortalecendo ao se desdobrar como 3º aspecto: a Mãe Particular (de cada SER); e no 4º aspecto: a Maga Elemental, que cuida de nossa fisiologia e por fim no 5º aspecto: a Mãe Morte, Senhora de todas as transformações. Se por um lado temos uma Mãe Divina Cósmica, que representa a gravidade, a matéria, a Mater (mãe) do universo, por outro lado temos um Pai Cósmico que representa toda a expansão do universo, a irradiação, a energia do universo. Se temos uma Mãe Divina da Terra que é a Mãe Natureza, temos um Pai Divino do céu, o Pai Sol, o Pai da luz, o Pai irradiador que tudo nutre. Ele é o fogo do céu penetrante e quente, e a Mãe Divina é a água do planeta – dúctil, receptiva e adaptativa. Se temos uma Mãe Divina Interna uma Mãe Cósmica Particular, que nos acompanhada de instante a instante e que é nossa confidente e amiga, também temos nosso Pai Interno, um Pai Cósmico Particular que nos inspira e que é nosso herói Divino. Se temos uma Mãe Morte , a grande transformadora que se expressa e age em todos os cosmos e mundos, que nos acompanha internamente nos processos pós morte, temos  também Nosso Pai Morte, que sempre acompanha a grande Mãe Morte; Ele é nosso kaon interior (o acompanhamento da lei divina dentro de nós, um aspecto de nossa consciência), que representa a lei dentro de nós, que representa os lipikas que registram nossos atos e que nos julga internamente nos tribunais do karma, e nos orienta nos processos de retorno; Ele é também aquele que nos dá o Donun Dei, a

Leia mais »

Biomúsica e Terapia das Imagens: A Harmonia da Música e dos Símbolos na Transformação Interior

Biomúsica e Terapia das Imagens: A Harmonia da Música e dos Símbolos na Transformação Interior A Biomúsica e a Terapia das Imagens são abordagens terapêuticas inovadoras que integram música, imaginação e simbolismo para promover equilíbrio emocional e paz interior. A música, há milênios, é reconhecida como uma ferramenta de cura, capaz de despertar emoções profundas e transformar estados internos. Quando associada à visualização guiada e à exploração de imagens simbólicas, torna-se um poderoso meio de acessar o inconsciente, dissolver bloqueios e estimular a renovação interior. A Biomúsica tem suas raízes nas tradições ancestrais que usavam ritmos, cantos e instrumentos para induzir estados alterados de consciência e promover curas espirituais. No século XX, essa prática foi sistematizada como um método terapêutico que estimula a expressão emocional, melhora a saúde mental e fortalece o vínculo entre corpo e mente. Já a Terapia das Imagens se baseia no estudo do inconsciente coletivo, conforme proposto por Carl Jung, e no uso de arquétipos e símbolos para ressignificar experiências e integrar aspectos ocultos da psique. Na tradição gnóstica, Samael Aun Weor enfatizou o poder da arte como um dos pilares do desenvolvimento espiritual. Ele ensinou que a música superior e os símbolos arquetípicos podem atuar como portais para a transformação interior, permitindo que o buscador acesse estados elevados de consciência e compreenda realidades ocultas. Através da música e das imagens, é possível entrar em sintonia com forças superiores e receber inspiração direta do mundo espiritual, como acontece nos grandes mitos e nas visões dos iniciados. Os benefícios dessas abordagens são vastos: redução do estresse e da ansiedade, ampliação da criatividade, maior clareza mental e aprofundamento da percepção simbólica. Além disso, ao trabalhar com a linguagem dos sons e das imagens, a Biomúsica e a Terapia das Imagens auxiliam no desenvolvimento de uma consciência mais desperta e na superação de padrões limitantes, permitindo uma transformação genuína. O Workshop de Biomúsica e Terapia das Imagens da Associação Gnóstica de Brasília integra esses elementos, proporcionando uma vivência alinhada ao caminho gnóstico. Para Samael Aun Weor, os mitos e os sonhos contêm chaves fundamentais para a autorrealização, e a arte verdadeira deve servir ao despertar da consciência. Através da música, despertamos estados superiores de percepção, e por meio das imagens, acessamos os mistérios profundos da psique. Essa é uma oportunidade de experimentar, na prática, o poder da arte como canal de transcendência e autoconhecimento.

Leia mais »

A Libertação do Ego e o Caminho para a Verdadeira Felicidade

A Libertação do Ego e o Caminho para a Verdadeira Felicidade Desde a Grécia Antiga até o cristianismo primitivo e o gnosticismo, o conceito de ego sempre esteve associado ao conjunto de defeitos psicológicos que acumulamos ao longo da vida. Esses defeitos são agregados à nossa psique pelos maus hábitos, pelo descuido com a própria mente e pela entrega desenfreada aos prazeres e ambições.Na psicologia primordial grega e na filosofia original cristã (Philokalia), o ego é compreendido como um conteúdo psicológico negativo que nos leva ao erro e ao “pecado”, afastando-nos da harmonia divina. Ele é a raiz do sofrimento humano. O Ego na Perspectiva Gnóstica O gnosticismo traz uma visão distinta do ego em relação à psicologia acadêmica.Enquanto na psicologia convencional o ego é um elemento fundamental da psique e não pode ser eliminado, no gnosticismo o ego representa nossos defeitos psicológicos — e deve ser eliminado para que alcancemos a verdadeira libertação.Samael Aun Weor, mestre gnóstico contemporâneo, sintetizou essa verdade ao afirmar: “O ego é a raiz do sofrimento”.Na jornada gnóstica, romper as correntes do desejo, do medo e das ilusões nos liberta da falsa identidade que construímos a partir do que possuímos, sentimos ou pensamos.O ego nos mantém presos em um ciclo incessante de busca e insatisfação, esperando que algo externo nos preencha. No entanto, a plenitude sempre esteve dentro de nós. O Verdadeiro Caminho para a Felicidade A felicidade genuína não se encontra em posses, reconhecimento ou prazeres fugazes. Ela nasce no silêncio da mente, na paz de um coração livre e na consciência desperta. Quando dissolvemos e eliminamos o ego, nos libertamos do sofrimento e acessamos um estado de plenitude infinita — uma felicidade que não depende de nada externo, pois emana da conexão com o Ser, nossa Essência Interior Profunda.Aqueles que transcendem as ilusões da mente experimentam um estado de paz imutável, amor incondicional e liberdade absoluta. Nada pode afetá-los, pois já não há nada a ser defendido ou temido. Não há mais carência, pois tudo já é completo. Não há mais ansiedade, pois o tempo perde sua importância. Não há mais dor, pois compreende-se que tudo sempre fez parte do grande plano da existência.Esse estado não é uma utopia inatingível — ele está ao alcance de todo aquele que se propõe a despertar.Muitas pessoas passam a vida em busca da fama, do reconhecimento e da acumulação de bens materiais. Conquistam tudo o que muitos desejam, mas, no fim, encontram-se vazias, mergulhadas em tristeza, depressão e doenças. A própria experiência nos ensina que a verdadeira felicidade nunca virá de fora, mas sempre de dentro.Não é o ter, mas o ser. A busca desenfreada por algo externo para preencher o vazio interior apenas nos afasta da plenitude que já habita em nós.Por isso, tantos seres iluminados vieram à Terra e, mesmo sem possuir nada, tinham tudo. Eles compreenderam que a riqueza verdadeira não está nas mãos, mas na alma, e, ao encontrá-la, não puderam fazer outra coisa senão compartilhá-la com o mundo.Como diz a máxima espiritual: “Aquele que possui a luz, ilumina os demais.” Assim, os grandes mestres não guardaram para si a essência divina, mas irradiaram amor, sabedoria e paz, transformando a vida de muitos. Eles não buscavam reconhecimento, pois já haviam encontrado a Verdade dentro de si.A felicidade real não é uma meta distante, nem uma conquista exterior. Ela é um estado de ser, acessível a todo aquele que se propõe a despertar.Quando cessamos a busca incessante por algo fora de nós e voltamos nosso olhar para dentro, descobrimos que tudo o que sempre procuramos já estava ali: a paz imutável, o amor infinito e a liberdade absoluta. O Chamado à Transformação e à Verdadeira Felicidade Nosso Pai Interno nos convida constantemente a essa liberdade, mas cabe a nós escolher ouvir esse chamado. Nossa Mãe Interna, o fogo abrasador do Espírito Santo, pode purificar nossa psique se a nutrirmos e reverenciarmos corretamente.A chave está na atenção plena, na auto-observação e na vontade inquebrantável de retornar à Verdade. A felicidade absoluta não é um destino distante, mas sim nosso estado natural, o propósito de nossa alma.Quando nos despimos das ilusões do ego, o que resta é apenas luz, amor e plenitude eterna. Esse é o verdadeiro sentido da vida: ser um com a Verdade, ser um com o Divino, ser infinitamente livre.As escolas gnósticas oferecem técnicas práticas, objetivas e eficazes para a eliminação do ego, permitindo o florescimento das Virtudes da Alma. Tudo isso de maneira didática, gradual e serena, sem fanatismos ou ilusões.Que tal, então, buscar a felicidade de forma profunda e perene, no caminho certo e com os métodos corretos? Manoella de Paula Pessoa Vieira é advogada einstrutora gnóstica da Associação Gnóstica de Fortaleza.

Leia mais »

Título

O que é GNOSE?

A Associação Gnóstica de Brasília – AGB é uma instituição civil sem fins lucrativos, que objetiva divulgar a gnose moderna reestruturada por Samael Aun Weor, filósofo, antropólogo e cientista colombiano radicado no México, com mais de 80 livros editados em 70 países. 

plugins premium WordPress