Hildegard Von Bingen – A Abadessa-Gênio do século XII Século XII, idade das trevas, Alemanha, o poder repressor da Igreja pairava como uma negra nuvem. Mulheres eram consideradas seres inspirados pelo demônio. Reis e nobres oprimiam o povo e a Europa vivia em guerras e doenças, as cidades eram imundas. A compra de títulos eclesiásticos era comum, mesmo entre pessoas sem a menor vocação religiosa. As pessoas viviam na miséria e morriam aos 30 anos. Uma era onde a visão de Deus era terrível, carregada de atributos inflexíveis e de inacessível majestade, de ira vingativa aos pecadores e “amor” aos “filhos diletos”. Mas houve uma Luz Feminina em meio a esta horrível época da história. Hildegard Von Bingen viveu às margens do rio Reno, onde construiu e fundou seu próprio Convento, para instruir e proteger suas noviças do machismo da época. Porém sabia distinguir a natureza humana de alguns da herança divina do casal: exaltava em suas obras a beleza do amor entre homem e mulher. De saúde frágil devido aos intensos esforços na luta pela liberdade do Convento e pelas grandes cargas emocionais e espirituais em seus êxtases, os longos períodos de febre e de cama contrastam com a grande produtividade e a qualidade genial de seus trabalhos. Como Francisco de Assis e Catarina de Siena, o corpo aparentemente frágil de Hildegard abrigava uma gigante espiritual da humanidade. Filósofa da vida e da natureza da Divindade expressa no ser humano, unia lógica e estética com um tempero metafísico incomparável, sempre harmonizados pela dialética escolástica. Abadessa habilidosa, colocou a arte e a medicina como ensinamento a suas aprendizes, conquistando a independência de seu convento de uma Abadia maior, dirigida pelo machismo da época. Médica fitoterapeuta famosa, com fórmulas obtidas pela profunda intuição que tinha ao meditar na natureza enquanto estudava a botânica oculta dos vegetais. Produzia suas pomadas, tinturas e óleos essenciais cantando para a divindade de cada planta, fórmulas maravilhosas até hoje utilizadas. Os cristais eram usados de forma constante para tratar várias doenças. Sua mais bela obra no campo da Medicina é o Liber subtilitatum diversarum naturarum creaturarum, ou Livro das propriedades – ou sutilezas – das várias criaturas da natureza, dividido em Physica – Liber simplices medicinae, ou Física – Livro da medicina simples, e Causae et curae – Liber compositae medicinae, ou Causas e curas – Livro da medicina complexa, onde expõe de maneira belíssima as diversas práticas terapêuticas que utilizava. Pelo seu conteúdo infere-se que tinha profundo conhecimento da medicina de Galeno, Hipócrates, assim como de grandes naturistas como Plinio, o velho, e das práticas avançadas dos médicos árabes. Escritora prolífica, ditava suas visões, êxtases e revelações a seu fiel e dedicado companheiro Wolmar, ilustrando de próprio punho suas obras, mostrando em cores vivas e contornos perfeitos desde a anatomia da sagrada sexualidade até as divinas energias que lhe vinham do alto. Nessa linha citamos sua trilogia: Liber Scivias Domini – Livro dos caminhos do Senhor onde fala sobre o Reino dos Céus, A Redenção e a Trindade; Liber Vitae Meritorum – Livro dos méritos da Vida, um Tratado de Ética, e o Liber Divinorum Operum – Livro das Obras Divinas, onde descreve um Painel de Toda Criação Divina. Compositora e musicista talentosa dizia que “…a música de júbilo suaviza os corações endurecidos…” e assim compôs obras e coros que exaltam a divindade e que são entoados até hoje nas igrejas e conservatórios no mundo todo. Usava a música para curar seus pacientes, sendo uma das primeiras musicoterapeutas com metodologia estruturada. Em suas obras insere técnicas especiais no contexto do canto gregoriano, que são o Ordo Virtutum – A Ordem das Virtudes e a Symphonia Armonie Celestium Revelationum – Sinfonia da Harmonia das Revelações Celestes, além de uma coletânea de 77 canções de uso litúrgico. Profetisa famosa, previa acontecimentos importantes para todo o império e para a Igreja, sendo orientadora frequente de nobres, imperadores e papas. Por esta habilidade foi chamada de a “Sibila do Reino”, em referência às sacerdotisas oraculares da antiga Grécia. Algumas frases da Sibila do Reno: Oh figura feminina, quão gloriosa és ! O Coração é o auditório da Alma, onde o Espírito vem tocar seus Acordes… Pobre alma, filha de tantas misérias…entretanto te invade o fluxo celestial dos mistérios de Deus… Deus se resiste aos soberbos e dá sua graça aos humildes. Pela sua metodologia de pesquisa, registro e repetição empírica, é considerada a primeira cientista após o declínio de Alexandria, dez séculos antes. Uma abadessa alemã dos anos 1.100, a Primeira Cientista Ocidental… Incrível! Com longos e profundos escritos sobre teologia e a natureza divina, foi declarada doutora em teologia da Igreja. Umas das 4 grandes mulheres reconhecidas pela Igreja Romana, ao lado de Tereza D´Ávila, Catarina de Siena e Terezinha do Menino Jesus. Seus medicamentos são utilizados até hoje, suas músicas continuam sendo sucesso, seus enigmáticos desenhos desafiam médicos, estudiosos de bioenergia humana e místicos de todas as linhas filosóficas e religiosas. Hildegard foi uma visionária e um gênio da humanidade. Uma das mulheres mais produtivas e com um legado que até hoje nos impressiona, 900 anos depois. Sua entrega aos pobres, vulneráveis e doentes enche os olhos de qualquer alma misericordiosa. Viva o Eterno Feminino de Deus! Viva o Serviço pela Humanidade encarnado na Alemanha nesta mulher genial pouco conhecida, Hildegard de Bingen ! Heloisa Pereira Menezes Nutricionista, Especialista em Logística, Instrutora de Gnose e diretora da Associação Gnóstica de Fortaleza
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Elementoterapia: A Magia Gnóstica dos Elementais Vegetais
ELEMENTOTERAPIA: A MAGIA GNÓSTICA DOS ELEMENTAIS VEGETAIS A medicina e a psicologia acadêmicas têm grande aplicação na atualidade, mas elas não alcançam o diagnóstico e a terapia dos corpos mais sutis do ser humano. Segundo diversas tradições o ser humano possui sete anatomias (corpos físico, etérico, astral, mental, consciencial, anímico e espiritual) e sete fisiologias, as quais, se em desequilíbrio, podem somatizar doenças. Em cada ser humano estes veículos de manifestação possuem seus alimentos, venenos, exercícios e diferentes graus de desenvolvimento. Entender esta constituição energética invisível e agir com a força equilibrante correta é o que o mestre gnóstico contemporâneo Samael Aun Weor denominou de Medicina Oculta. Lançado há praticamente 70 anos, o livro Medicina Oculta fez de Samael um dos grandes mestres da tradicional medicina mágica indígena, valendo-lhe inclusive muitas incompreensões e perseguições à época. Hoje este conhecimento gnóstico está mais divulgado e tolerado, sendo até muitas vezes explorado de forma irresponsável por “terapeutas” inexperientes e não raro enganadores. Uma planta possui três esferas de atuação: a primeira é a mais conhecida e aplicada pela farmacêutica moderna – o princípio químico ativo contido no vegetal, aquele que agirá nos átomos, moléculas e na fisiologia física do doente; é pura química. O segundo raio de atuação de um vegetal é o energético, quando o princípio vital de uma planta é corretamente coletado e concentrado (dinamizado), como utilizado na fitoterapia, nos florais de Bach e na homeopatia. E também nas simpatias e “benzimentos” de nossas avós. É energia pura, bruta. No entanto, a terceira órbita de atuação de um vegetal é a que nos interessa aqui, pois ela é mais ampla e de ação mais profunda, por utilizar a energia inteligente da planta, seu princípio anímico, aquilo que na precisão dos termos da magia branca é conhecido como Elemental da Planta, sua “alma”. Esta ação pode se estender pelos 7 corpos do ser humano. Todos os pajés, xamãs e curandeiros indígenas utilizam este princípio espiritual. A força mágica elemental das plantas também foi amplamente usada por sábios famosos como Imhotep, Maimônides, Avicena, Hildegard Von Bingen, Paracelso e Samael Aun Weor, através da descrição de procedimentos para realmente “encantar” elementais vegetais com a magia branca. Ousamos até dizer que é um desperdício, por nossa ignorância e perda de sensibilidade extra-sensorial, utilizarmos apenas os princípios químico e energético de uma planta, quando sabemos que ela possui um elemental que é especializado em determinada ação direta nos planos espirituais da natureza. Como exemplo podemos citar o Elemental da Laranjeira, que é responsável pela divisão das riquezas no mundo, pela partição das sementes de tudo o que existe. Por isso ele pode ser magicamente utilizado para a prosperidade material e para os assuntos econômicos, sempre que a Lei Divina o permitir. Vale aqui ressaltar que na magia elemental gnóstica não se utiliza qualquer princípio químico (droga) que altere a psique, a percepção e a consciência das pessoas. Não há “drogas sagradas” na gnose original. Entretanto, há um outro ponto essencial para a correta e eficiente administração do tratamento mágico elemental: a índole e preparação do médico(a)-gnóstico(a). Em termos de magia branca (que não interfere no livre arbítrio das pessoas e sempre opera com fins nobres, desinteressados e humanitários), os elementais não atendem ordens de pessoas desequilibradas e despreparadas, dominadas pelo ego. Quem tem ódio, luxúria, ambição ou está imbuído de vingança simplesmente é ignorado pelas forças elementais da natureza quando tenta operar com a Magia Elemental Gnóstica. Por isso a preparação de uma médica-maga-gnóstica é muito exigente. Ela deve buscar (a) a completa pureza psicológica (aquilo que os antigos chamavam de Santidade e o gnosticismo atual denomina Morte Mística dos Defeitos Psicológicos), (b) o perfeito controle de suas energias criadoras (o que os cristãos primitivos chamavam de Castidade Santa – não se trata de celibato, com a atual gnose chamando de Alquimia Sexual) e sempre (c) pela Caridade Universal, o que atualmente chamamos de Serviço Desinteressado pela Humanidade. São estes os três pilares de formação de um Sanador Elemental. Dessa forma podemos entender como a Elementoterapia Gnóstica é aplicada. Ela é a convergência equilibrada e perfeita entre (I) o conhecimento da anatomia e da fisiologia ocultas do ser humano, (II) a sabedoria das plantas com seus usos, procedimentos mágicos e mantras (nomes secretos), e (III) a adequada índole do aplicador da terapêutica mágica gnóstica. Por isso, caro leitor, anelamos que com essas informações você realmente sinta respeito, até veneração, por qualquer “plantinha” que está à sua frente: nela há um ser espiritual puro, sem mente complicada e sem ego, que tem milhões de anos de evolução e que conhece como ninguém como fluem as energias nos distintos corpos humanos, desde o físico até o mais sutil. E ele se sente realizado em sua existência elemental quando é reconhecido, venerado e encantado para devolver a saúde a qualquer ser. Louvada seja Gaia, a Divina Mãe Natureza, com todos os seus trilhões de filhos à nossa disposição. Sérgio Linke é engenheiro e instrutor da Associação Gnóstica de Fortaleza
O MAIOR MISTÉRIO DO MUNDO: APRENDER A AMAR
O MAIOR MISTÉRIO DO MUNDO: APRENDER A AMAR No mês de junho, época do fogo e dos casamentos em festas juninas, homenageia-se em especial, no dia 13, a Santo Antonio, monge franciscano agostiniano de Coimbra, Portugal. A ele foram atribuídas várias histórias milagrosas ainda em vida, a maioria ajudando mulheres, que desde aquela época já eram marginalizadas pela sociedade. O Santo as ajudava a obter um casamento. Por isso, ficou popularizado como o santo casamenteiro e em sua homenagem, no Brasil, comemora-se no dia 12 de junho o Dia dos Namorados. Foi assim que essa data tornou-se comercial, na qual os namorados procuram presentear-se e comemorar, em nome do amor. Mas o que será o AMOR? AMOR, palavra tão largamente e até vulgarmente utilizada… Em favor da verdade, é preciso esclarecer que as pessoas confundem paixão com amor. O romântico Tom Jobim, certa vez, compôs “Pra que dividir, sem raciocinar, na vida é sempre bom multiplicar, e por a+b eu quero demonstrar que gosto imensamente de você… Ah! Por uma razão infinitesimal, você criou caso de cálculo integral… Se vão as paralelas no infinito se encontrar, por que demoram tanto dois corações a se integrar?”. Da música, uma realidade constante da vida, que precisa ser questionada: Por que o homem perde tanto tempo com as coisas vãs? Por que substituir o deleite do amor puro por julgamentos, cobranças, orgulhos, vaidades, competições? Já demonstrava Buda através da Metta Bavhana, a Meditação do Amor Benevolente que, embora todos os seres tenham seus anseios e anelos, defeitos e virtudes, a natureza primordial do Ser Humano é amar ao próximo como a si mesmo, frase célebre de Jeshua Ben Pandirá, o Mestre do Amor. Então por que não praticar essa natureza todos os dias, todos os minutos e segundos de nossa vida? Para agradar aos poetas, versamos o lusitano Camões: “Transforma-se o amador na cousa amada”. Na sabedoria gnóstica do mestre da amorosa-força, Samael Aun Weor, “Onde existe o cálculo aritmético, não há amor. Infelizmente, na vida moderna o amor cheira a conta de banco, mercadorias e celuloide. Naqueles lares onde só existem somas e subtrações, não existe amor. Quando o amor sai do coração, dificilmente regressa. O amor é um menino muito esquivo.” O amor sai do coração quando não fazemos dele uma morada digna para o amor. Francisco de Assis, amante incondicional de todas as criaturas já observava que “O amor não é amado”. Amar, todos somos capazes, amar está ao alcance de todos. Mas é preciso aprendê-lo e esse aprendizado já não é tão simples. É preciso amar o amor, mesmo que num primeiro instante, seja numa fração infinitesimal. E com nossos esforços que essa fração seja cuidada como uma semente rara, plantada e cultivada a cada instante de nossas vidas. Lembremos que para germinar, a semente precisa de solo fértil e toda terra precisa ser trabalhada, arada, cultivada. Muitos dizem que querem amar, mas poucos querem trabalhar sob a luz do sol, levantar a pesada enxada, fazer calos nas mãos, frieiras nos pés e até sangrar trabalhando na própria psicologia, em seus próprios defeitos psicológicos. Assim como é preciso deixar que as minhocas ajudem a decompor o material orgânico, digerindo-o e transformando-o em nutrientes, precisamos observar nossas canções psicológicas, transformar nossas impressões do dia a dia. Onde há personalismos, desejos, egoísmo, o próprio mim mesmo, não há amor. O amor é um produto divino do “nós”. Contudo, para os receosos, afirmamos serenamente: vale mesmo a pena aprender amar! Seja qual for o esforço para se alcançar tal dádiva. Pois, um só segundo em toda nossa existência de Consciência dessa força dá sentido e cor a toda vida. Talvez por isso, Kalil Gibran disse: “Quando o amor vos fizer sinal, segui-o; ainda que os seus caminhos sejam duros e escarpados. E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos; ainda que a espada escondida na sua plumagem vos possa ferir”. Já o poeta-filósofo alemão Goethe expressou: “Quando não se ousa amar sem reservas é que o amor já está muito doente”. Assim, no mais elevado sentido da palavra, verdadeiramente, nesse caminho de aprender a amar, há que se estar disposto a morrer para tudo. É o que também viveu São João da Cruz: “Quem souber morrer para tudo, terá a vida em tudo” e “Amar é trabalhar em despojar-se por Deus, de tudo o que não é Deus.” Algumas grandes almas que passaram por estas terras, verdadeiramente, aprenderam a amar. Praticaram o amor que não vem das honras e delícias do mundo material, que não provem da satisfação dos desejos, quereres e vaidades do ego, pois sabiam que todas essas conquistas transitórias não são levadas quando morremos. Jesus e Madalena, Osiris e Isis, São Francisco e Santa Clara, Samael Aun Weor e Litelantes, Joana D’Arc e Jean Totmouille, Hildegard Von Bingen e Volmar, Sidarta Gautama e Yashodhara, Krishna e Radha dentre outros, puderam e souberam amar, conheceram ISSO que não se pode definir, ISSO que penetra lá onde não chegam as humanas filosofias. Todas essas almas que realmente se enamoraram, descobriram algo sublime em comum: A liberdade provinda de amar a Deus e somente a Ele Servir. São tantos escritos de almas privilegiadas que sentiram os aromas do amor… mas encerraremos escolhendo uma delas, a de um monge que nos ensinou a Imitar o Cristo – o Mestre do Amor. Tomás de Kempis, que magistralmente escreveu sobre os admiráveis efeitos do amor divino, afirmou: “Quem ama nobremente não repousa no dom, mas em Mim (o Cristo) acima de todos os dons.” Que ao sentirmos o chamado para a iluminação do amor, busquemos o caminho que realmente nos leve a tal façanha e que nos inspiremos não nas vãs paixões mundanas, mas nas grandes almas que souberam amar… assim conseguiremos ouvir a voz interior de nosso Pai Interno e de nossa Mãe Divina que nos ensinam constantemente a Arte de Amar – mesmo que, pródigos filhos, não o percebamos! Alessandra Espineli Sant’Anna é engenheira e instrutora da AGB
Shazam! e o Raio do Super-Homem
Shazam! e o Raio do Super-Homem – por Vinícius de Lacerda Filmes sobre personagens do universo das HQs fazem cada vez mais sucesso. Afinal, o mito do herói sempre fez parte do nosso imaginário e das histórias que embalaram crianças e despertaram interesse nos jovens (e porque não dizer, nos adultos também). Em seu livro “A Jornada do Herói”, Joseph Campbell nos apresenta como esse arquétipo tem sido explorado nas lendas e mitos da humanidade: há um homem ou uma mulher comuns que se deparam com algo estranho, uma mudança na rotina, um segredo, uma aventura; daí, num primeiro momento, há a recusa em seguir, a qual logo é esquecida diante do encontro com o sobrenatural; durante a travessia, a descoberta dos poderes, dos talentos ou das virtudes, as primeiras provas ou desafios, as primeiras derrotas, os inimigos e aliados, o guia ou mestre e a grande missão se revela; há a provação ou o sacrifício, que logo se torna uma recompensa, que leva a um caminho de volta, de mudança, de ressurreição ou de redenção. O filme Shazam!, em cartaz desde meados de maio deste ano de 2019, conta a história de um menino órfão numa busca para encontrar sua mãe, de quem foi separado enquanto pequeno e, por isso, foi “condenado” a passar por diversos orfanatos e reformatórios juvenis. Até enfim encontrar a sua “família” num grupo de outros órfãos que vivem na casa de uma família (marido e esposa também órfãos) cheia de amor e de amizade. Para defender seu “irmão” com deficiência, nosso herói se arrisca enfrentando os famosos valentões da escola. A fim de não ser pego, foge e é levado de trem até uma caverna, onde um velho mago ou feiticeiro espera há séculos pela chegada de um campeão, o qual herdará os seus poderes. O garoto, então, pronuncia a palavra cabalística Shazam! (cujo nome é formado pela união das iniciais de Salomão, Hércules, Atlas, Zeus, Aquiles e Mercúrio), torna-se o herói, porém continua sendo uma criança no corpo de um adulto, tendo que aprender quais são seus poderes e amadurecer na luta contra o vilão. Vilão esse que, anteriormente, não foi escolhido pelo mago para receber os poderes, por não ser digno e por ter sucumbido às forças dos 7 pecados capitais. O vilão tenta então roubar os poderes do mocinho, que passa todo o filme lutando contra si mesmo, na sua busca por identidade e sentido da vida. Ao final, descobre que apenas dividindo seus poderes (virtudes) com seus “irmãos” é que seria capaz de derrotar o mal, representado pelo vilão e seus pecados (monstros que dele se desdobram e se materializam). Aliás, descobrindo que era preciso vencer primeiro a inveja para depois derrotar todos os outros pecados. Numa das mais belas cenas do filme, as virtudes (personificadas pelos irmãos do herói) enfrentam e vencem os defeitos ou pecados capitais, personificadas pelas emanações bestiais do vilão. A força do bem se distribui em todos os irmãos (as diferentes parte de nossa Alma) e as forças do mal são petrificadas e destruídas (os defeitos psicológicos sintetizados nos sete pecados capitais do vilão). Fernando Salazar Bañol, discípulo e secretário pessoal do V. M. Samael Aun Weor quando estava encarnado com seu bodhisatwa, em seu belíssimo livro intitulado “O Raio do Super-Homem”, narra a história do Mestre Contemporâneo da Gnose, nos revelando sua intimidade e o dia a dia do Avatar de Aquário até se tornar um Cristificado. Desde os primeiros passos da então criança Victor Manuel Gómez Rodríguez (aliás, muito antes disso, narrando, inclusive suas vidas anteriores), da juventude cheia de descobertas e de seu Ser Íntimo que o convidava a descobrir os segredos da espiritualidade até o seu Advento como Mestre de Mistérios Maiores em 1.954, fundindo-se com seu Cristo Samael, o raio da força. Durante toda a sua vida, Samael também foi descobrindo seus poderes e suas virtudes, enfrentou suas batalhas e seus desafios, foi provado, tentado, caiu, porém se ergueu pelo poder de sua vontade consciente, sua Thelema, tornando-se, assim, verdadeiramente um Ser Humano no mais exato sentido da palavra. Ou melhor, um Super-Homem. No filme Shazam!, há muitas e sutis mensagens gnósticas que nos remetem à própria vida do Kalki Avatar da Era de Aquário: seu uniforme é vermelho (cor de Marte) com uma capa branca (símbolo da Maestria e da Pureza); em seu peito, há o símbolo do raio (força); nos ombros, carrega duas imagens de felinos (o tigre, que representa a Força pela vitória sobre a luxúria, e o leão, que representa a Justiça Divina por se ter derrotado o Orgulho); recebe seus poderes de um mago (o Guia Interno, o Pai, o Instrutor), precisa desenvolvê-los sozinho (o caminho da Iniciação é solitário), tudo isso para derrotar o vilão (o ego, representado pelos pecados ou defeitos psicológicos). Depois de tudo isso, encontra a sua verdadeira família (os aliados do iniciado, aqueles que também trilham seu caminho na senda, inclusive seu Pai e Mãe Internos), para então esperar pelo próximo desafio (ou pela próxima prova iniciática). Ou seja, na Gnose o caminho que leva à Cristificação é como a jornada do herói: o homem ou a mulher comuns se deparam com um grande questionamento sobre a sua vida e sobre o que há além da vida, buscam por respostas e por caminhos até se depararem com a Verdade; essa Verdade faz com que questionem e quebrem velhos paradigmas, revela uma realidade além do mundo físico, desvelando também os mistérios da vida e da morte; aprende-se sobre os 3 Fatores de Revolução da Consciência (morrer misticamente, nascer alquimicamente e servir desinteressadamente), os quais levam o(a) futuro(a) adepto(a) ao início do caminho da Iniciação, o qual é cheio de provas, obstáculos, tentações, quedas, surpresas e batalhas; ocorre a luta contra os egos, a forja dos corpos solares, conquista-se a Maestria, desperta-se o Cristo Interno e então se inicia o trabalho de retorno ao Absoluto, não sem antes a missão de guiar toda uma humanidade pela mesma estrada Divina. Portanto, …
Natureza Mestra
Natureza Mestra Através da lente da vida, Da natureza que aqui habita, Da luz do Sol que colore as florezinhas em campânulas, Ora abertas, ora fechadas. Através do ar fresco e puro das selvas úmidas e geladas, Onde cantam doces e gratos os passarinhos, Vejo a liberdade provida. Sinto a paz da Mãe Terra querida, Sinto a força do Senhor da Esfera Bendita. Oh Adorável Mãe, como são lindos teus bosques e cabelos de folhagens, Teu aroma nos alcança pela dança das sílfides, Carregando o buquê que nas tuas flores reside. De repente, acordo em meio à tua beleza, E vejo minha pequenez frente à tua riqueza. Mãezinha perfumada, me ensina a ser como Tu és: Inabalável, destemida, generosa, Consciente, Incansável, criativa, formosa, presente. Reclino-me agora a Teus macios pés. Senhora que permite que toda criatura Brinque inconsciente em teu corpo desnudo Desde as formigas que correm por entre teus pastos fecundos, Fazendo buraquinhos em tua pele, Ou por este vasto mundo onde os saltinhos das frágeis lebres São tomados pelos disparos Dos irmãozinhos elefantes, que ao ouvirem teus sismos, estrondosamente infantes, vão para tuas terras distantes. Desde os cardumes de peixinhos, que se alimentam de teus pântanos, às grandes Baleias, que agitam as águas de teus cântaros. Sempre, simplesmente Gaia, Que acolhe o homem debaixo de tua saia, Que encobre os crustáceos nas areias de tuas praias, Que faz do leão mais um filho na multidão. Teu filho nascido tem cabeça de falcão, Que se alimenta do leite fecundo de tuas fêmeas, Abrigando-se em suas calorosas e leves penas. Mãezinha de doce canto, Tão amorosa és, que quando choras, Fazes cascatas das lavas Pahoehoe, Transformando-as em almofadas, novo berço de teus amores. Desde os tempos de outrora, Vibra a Aurora, Sorrindo, suporta suas dores, Gestando e parindo os frutos, os seres e as flores, fazendo-se fecunda pelo Pai Solar. Nem podes nem queres parar, quando surge a luz lunar E mesmo no colo da Mãe Estrelada, ao se reclinar, Continua a girar e a contar suas histórias e memórias de lutas e glórias Até que o Grande Arquiteto conclua seu projeto. Mãe Divina, Grande Poetisa, senhora do Véu de Nuvens, Ensina tuas filhas a verem na tua realeza, A missão de verdadeira riqueza, Que a nós profetisa: Ser Mãe é um Sacerdócio da Natureza!
GNOSE: A ARTE DE VIVER FELIZ
GNOSE: A ARTE DE VIVER FELIZ A maioria dos seres humanos passa por diferentes fases em sua vida: família original, relacionamentos, estudo, profissão, mudanças, prazeres, dores, construção de nova família, maturidade, velhice. Em qualquer dessas etapas pode haver o chamado à espiritualidade, a busca pelo transcendente, os grandes questionamentos, a sede de Deus. E há várias opções na busca pelo Divino, desde as chamadas religiões confessionais até linhas mais esotéricas e de outras épocas e regiões do planeta. A Gnose é uma dessas fontes de sabedoria para saciar a sede pelo Divino. Gnose é a síntese do conhecimento humano e teve suas origens pré-cristãs (no Egito, Índia, China, Grécia, Pérsia, Mesopotâmia, América Central etc.) e também como uma fortíssima linha do Cristianismo Primitivo nos três primeiros séculos da era atual, sendo perseguida como heresia pelo clero fanático da época, alinhado ao decadente império romano. O Gnosticismo cristão foi considerado perigoso pelas suas ideias revolucionárias e, incrível, cada vez mais atuais: (I) a mulher tem as mesmas condições e direitos materiais e espirituais que o homem; (II) a busca por Deus não necessita de intermediários; e (III) é a maturidade espiritual e as ações que fazem o cristão, e não apenas o batismo e a frequência à igreja. Desde meados do século passado a Gnose teve seu renascimento e reestruturação contemporâneos com Samael Aun Weor, filósofo com praticamente uma centena de livros e que proferiu milhares de palestras e seminários. Atualmente as escolas gnósticas estão presentes em todas as grandes cidades do mundo. Uma das formas de abordarmos a Gnose é pelos seus desdobramentos como Ciência, Filosofia, Arte e Mística. Como Ciência, a Sabedoria Gnóstica busca observar, estudar e compreender os mistérios da natureza e do ser humano, utilizando a lógica superior e instrumentos experimentais comuns e também transcendentes, como o estudo dos sonhos, a projeção astral e a meditação. Por isso os tesouros científicos gnósticos proporcionam uma completa e profunda pesquisa, conduzindo a leis exatas, descritas e reproduzíveis. O gnóstico cientista utiliza os sentidos e a razão para entender o mundo, de forma completa e sempre instigante. No seu aspecto Filosófico, a Gnose toma o caminho de explicar as grandes questões da existência humana: Por que existimos? Qual a origem do sofrimento humano? Para onde vamos? De onde vem essa harmonia em todas as coisas? O que é a felicidade? A filosofia gnóstica se manifesta como dialética (linguagem) superior e tem origem na intuição, nos “insights” como se fala modernamente. Os antigos chamavam de Revelação a esses “eurekas” filosóficos recebidos do mundo arquetípico. Utilizando técnicas de auto-observação serena, de não identificação com eventos perturbadores externos e de Meditação Interior Profunda, o filósofo gnóstico aprende a saborear conscientemente a beleza das causas íntimas da Natureza. Na sua expressão Artística, a Gnose busca o sentido estético e o despertar das emoções superiores. Através da beleza e da harmonia é possível conectar-se com o Altíssimo, perceber a Divindade dentro de nós. Por isso todas as civilizações se valem da arte para perpetuar seu conhecimento acumulado, para registrar suas conquistas culturais em pedra, tintas, notas musicais, movimentos de dança e tantas outras expressões artísticas. Ao nutrir-se de arte o gnóstico se delicia ao ouvir Deus numa ária de Bach, ou vê-Lo no mármore esculpido por Michelângelo, ou contemplá-Lo nos lábios divinos da Monalisa de Leonardo da Vinci, ou ainda vê-Lo fluir nos movimentos amorosos do Lago dos Cisnes no balé de Tchaikovsky… Tudo reporta ao divino, tudo inspira ao Criador. Em suas cores Espirituais e Místicas, a Gnose resignifica o étimo original da palavra religião, do latim “religare”, religar o ser humano a Deus. A maioria das religiões atuais foi tão degenerada por seus ambiciosos e despreparados líderes, que o termo religião soa até pejorativo e perigoso para algumas pessoas. Como religiosidade mística a Gnose respeita e venera todas as religiões do mundo, pois constata que elas são expressões da mesma Divindade, apenas retratada em diferentes personagens, histórias, livros e discípulos. A Maria hebraica não é mais e nem menos que a Kwan Yin tibetana; o Jesus da Galileia tem a mesma expressão de filho de Deus que o Krishna hindu… todos são salvadores, todos são lindos, todos são maravilhosos, todos são veneráveis, todos devem ser glorificados. Quem compreende isso se torna um Místico Gnóstico, vê Deus em seu coração, na Natureza e nos olhos de todos os seres… Para destacar o que significa a Gnose e os quatro pilares do conhecimento humano selecionamos estas excelsas palavras de Samael Aun Weor: a Gnose é um ensinamento cósmico que busca restituir dentro de cada um de nós a capacidade de viver de forma consciente e inteligente, através do estudo, compreensão e experimentação da Arte, da Ciência, da Filosofia e da Mística Transcendental. Sergio Linke é engenheiro e instrutor de Gnose
Runas: Sabedoria Nórdica dos Primórdios da Humanidade
RUNAS: SABEDORIA NÓRDICA DOS PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE A sabedoria divina é transmitida aos seres humanos de diversas formas e para distintos níveis de consciência. Assim ocorre em praticamente todas as tradições e povos, quando lendas e mitos, ou mesmo histórias de grandes mestres, originam linhas espiritualistas e até grandes religiões. Dessa maneira vemos as Tradições Cabalistas originando de forma velada o ensinamento judaico exposto no Antigo Testamento; vislumbramos o Budismo Tântrico Tibetano exalando os perfumes misteriosos no budismo popular praticado na Índia, na China, no Nepal e no Japão; constatamos o Cristianismo Prático contido no livro gnóstico Pistis Sophia, onde são aprofundados os ensinamentos de Jesus a seus discípulos nos 11 anos após a Ressurreição. E assim poderíamos citar todas as grandes tradições espirituais e religiosas do mundo; nelas sempre há um lado mais superficial e público, de cunho adorativo e onde busca-se a “salvação ao seguir cegamente as leis transmitidas por um enviado da divindade”. E há outro aspecto interno, dito esotérico ou iniciático, mais misterioso e de mais trabalhosa execução, onde são exigidos esforços conscientes, padecimentos voluntários e muito trabalho psicológico sobre si. Ao estudarmos as tradições nórdicas não poderia ser diferente. Na antiguidade dos países escandinavos como a Suécia, a Noruega e a Dinamarca, encontramos as chamadas Runas Sagradas, as quais atualmente são utilizadas, nem sempre de forma honesta, como método de predição do futuro, da mesma forma que o tarô ou o i-ching. Essas expressões de sabedoria vão muito além da vã necessidade egóica do ser humano de conhecer o futuro. Numa oitava superior, essas formas de sabedoria são completos sistemas filosóficos para a evolução humana, dando-nos um verdadeiro mapa do caminho para uma transformação radical de ordem psicológica e espiritual. Usar o sagrado conhecimento Rúnico para ver o futuro é como se utilizássemos um super-computador para fazer uma mera conta de adição; ou pior, se pedíssemos a Jesus para tirar coelhos de cartolas… Até a origem mitológica das Runas brinda muita sabedoria: Odin, deus nórdico descrito no Edda, para receber a Sabedoria Proibida contida nas Runas, submeteu-se a um supremo ato de autossacrifício. Ele permaneceu suspenso por 9 dias e 9 noites na Yggdrasil – a Árvore do Mundo, suportado pela sua própria lança. O número 9 traz o arquétipo da Transmutação e da Sabedoria Conquistada e a Lança é símbolo de Vontade, da Força e do Poder Criador. Samael Aun Weor, sábio gnóstico do século XX, ensina que as Runas Sagradas podem ser utilizadas numa oitava superior para a evolução humana. Samael demonstra serem as Runas verdadeiros instrumentos da Geometria Sagrada e dos Sons Mágicos, como pantaclos de poder ou precisas antenas capazes de captar e concentrar energias do cosmos, despertando no ser humano suas potencialidades adormecidas. Numa linguagem moderna podemos dizer que as Runas Nórdicas, aplicadas como exercícios posturais físicos e sons sagrados (mantras rúnicos), são um sistema completo de Bioenergética para despertar energias espirituais no praticante, através da ressonância com o divino e do alinhamento com nossa própria deidade interior. Ao posicionarmos o corpo físico na forma de uma determinada runa, concentrando-nos e reverberando devocionalmente seu sagrado som, toda a nossa estrutura interior (chacras, nadis, corpos sutis e centros psíquicos) absorverá e concentrará a energia cósmica correspondente à runa exercitada. E o movimento de dentro para fora é o mesmo: uma runa é como uma “ordem unida” para que todas as partes de nosso Ser Interno executem determinada ação interior, de forma coordenada e coesa. Ensinam as tradições gnósticas que o Alfabeto Rúnico foi brindado aos seres humanos nos primórdios da 1ª Raça Raiz (Raça Protoplasmática ou Polar), há milhões de anos. Este sagrado alfabeto primitivo constava originalmente de 22 caracteres ou letras com mágicos poderes espirituais, 15 dos quais o sábio gnóstico Samael decifra e ensina em várias de suas obras. Cada Runa é um símbolo hierático de divinos ensinamentos secretos, um verdadeiro judô cósmico, tal como os mais ocultos mistérios do tai-chi-chuan, do chi-kung, das lamaserias tibetanas e até mesmo de certas ásanas da yoga. Com o uso das Runas numa oitava superior vários benefícios podem ser alcançados, dentre eles o controle e a harmonia do corpo físico; o equilíbrio dos pensamentos e emoções por meio do som e das posturas sagradas; o fortalecimento da respiração e dos chacras através dos mantras rúnicos; a captação e direcionamento de poderosas energias do universo para elevar nossa vibração; a ampliação do nível de consciência; a conexão com as partes mais sagradas e elevadas de nosso Ser Interno e o direcionamento da Vontade para o atingimento de objetivos específicos. Sérgio Linke é engenheiro e instrutor da Associação Gnóstica de Fortaleza
MAGIA: A GRANDE CIÊNCIA DIVINA
MAGIA: A GRANDE CIÊNCIA DIVINA Magia é um termo que vem do antigo persa “Magh”, mais tarde latinizado como “Magna”, significando Grande, Excelsa, Superior. Por isso, Magia é a Magna Ciência, o Grande Conhecimento, a Excelsa Arte, a Transcendente Sabedoria. Modernamente, podemos definir a Magia como a arte-ciência de operar as invisíveis forças que animam a natureza. Arte porque implica em ação direta e talentosa e Ciência porque exige exatidão de procedimentos, fórmulas, símbolos e instrumentos, sempre com resultados iguais. Ocorre até um fato interessante ao longo da história: o que antigamente era tido como Magia e Forças Ocultas com o conhecimento do fenômeno e a evolução da ciência acaba se tornando tecnologia, ciência aplicada. Isso ocorreu, por exemplo, quando o bandeirante Anhanguera “botou fogo no rio” ao jogar álcool na água, fazendo-se passar por um grande mago perante os índios Goiá. Mas a Magia foi tachada de heresia desde a chamada Idade das Trevas, nos obscuros séculos em que a igreja perseguiu e calou todos que não estavam alinhados a seus dogmas e preceitos de poder político. À Magna Ciência se referiam como “coisa do diabo”, “artes malignas”, “conluio com o mal” e tantos outros ignorantes adjetivos. Milhares de mulheres curandeiras, na maioria das vezes parteiras ou meras fitoterapeutas medievais, foram torturadas, julgadas sem direito a defesa e levadas à fogueira por invocarem espiritualmente o poder curativo das ervas. Com base numa atenta e isenta leitura de livros sagrados como a Bíblia, o Alcorão, o Baghavat Gita, os Vedas, o Livro Egípcio da Morada Oculta, o Bardo Thodol tibetano), podemos até afirmar que os chamados “milagres” e “grandes feitos espirituais e divinos” nada mais são que a manipulação voluntária e consciente de forças da natureza, constituindo em verdadeiros atos de Magia, no mais exato uso o termo. Óbvio que o fanatismo religioso tenta nos induzir ao erro de ver Jesus caminhando sobre as águas como um milagre, enquanto vaticina como magia negra o voo de um monge budista sobre os bambus. E a história está cheia de grandes mestres da Magia, homens e mulheres que demonstraram publicamente seus poderes: Hermes-Thot e Ísis no Egito, Moisés abrindo caminho pelo mar, Jesus e Madalena com seus inúmeros milagres, Cornélio Agripa, Jâmblico, Hildegard Von Bingen e suas visões, Merlin e a Dama do Lago, Tritêmio, Paracelso, Nicolás Flamel e sua esposa Perenelle, Teresa D´Ávila e suas flutuações em êxtase – muitas na presença do companheiro também mago João da Cruz, Clara de Assis expulsando exércitos inimigos e tantas outras. Quantos legítimos prodígios de magos e magas nossa vã filosofia contemplou nesses Campos do Senhor… Talvez por esses motivos a magia faça parte do imaginário popular, do folclore, da cultura das civilizações e até dos arquétipos da psique humana… ela está entranhada nos livros, contos e mitos. A ponto de fazer grandes sucessos do cinema, como nas histórias do menino-mago Harry Potter… Lá está a Magna Arte, mesmo que empobrecida e desprovida dos verdadeiros princípios e segredos da Magna Arte. Como tudo no universo, na Magia também se manifesta a dualidade. De um lado temos a chamada Magia Branca, que se ocupa de fins nobres, desinteressados e humanitários, nunca interferindo no livre arbítrio das pessoas e sendo, portanto, de natureza benigna, divina e luminosa. Na outra polaridade existe a Magia Negra, que interfere no livre-arbítrio de outrem e normalmente busca soluções para desejos egoicos de ambição, vingança, ciúmes e disputas, mostrando sua natureza maligna, sombria e desprovida de luz (daí o uso do adjetivo Negra, o qual utilizamos apenas por tradição histórica). E entre as magias branca e negra pode haver a magia cinzenta, onde ora os fins são benignos e ora são malignos. Modernamente isso se manifesta em algumas organizações como “dia do bem” e “dia do mal”, ou “mesa branca” e “mesa negra”. A magia cinzenta acaba caindo, por isso, na Magia Negra. É como aquele religioso exemplar que posa de santo na cerimônia religiosa aos domingos, mas é um verdadeiro demônio para a família, amigos e colegas de trabalho. E já dizem as escrituras: ou se é quente ou frio; os mornos são cuspidos da boca de Deus. Samael Aun Weor, grande mago branco e restaurador da gnose no século XX, é muito exato ao afirmar que pelo tipo de magia se conhece o mago e pela índole do mago se conhece a magia. Ninguém que sacrifique animais ou que aceite interferir na liberdade das pessoas pode ser mago branco. E um mago branco nunca está metido com dinheiro, com seduções e aberrações sexuais ou com egolatria e fama. E muito menos forma impérios econômicos explorando a fé inconsciente das pessoas. O Mago Branco é discreto, humilde, solícito, sereno, bem casado, respeitador das pessoas e da natureza, ganha a vida honestamente, devotado à Divindade e sempre disposto a servir causas justas e benignas. O mesmo vale, obviamente, para a Maga Branca. Esta generalização de chamar de Magia tanto as ações do bem quanto as do mal, sem utilizar os complementos Branca ou Negra, foi induzida pela igreja para generalizar, confundir e alimentar as perseguições. E este intento maldoso repercute até hoje, acontecendo o mesmo com o Tantrismo ou Magia Sexual: há tantrismo branco (feito entre esposo e esposa, sem desperdício das energias criadoras e com fins de purificação espiritual) e há tantrismo negro (baseado na promiscuidade e nas perversões sexuais). Por isso, sempre que alguém entusiasmado utiliza o termo Magia ou Tantrismo, cabe indagar se é Tantra Branco ou Negro… a maioria das pessoas nem pensa nesta crucial distinção. Há fogo que cura e fogo que mata, água que purifica e água que afoga. Como aplicações da Magia Branca no nosso dia-a-dia podemos citar a limpeza de corpos sutis (chamadas em algumas religiões de incensamento, benção com água ou com cinzas etc.); a purificação e consagração de ambientes como casas, lojas, escritórios (que aparece em algumas formas religiosa como “bençãos” ou “exorcismos”); a imantação de objetos para infundir-lhes força de proteção (joias, amuletos, talismãs) e até a …
SONHOS E PROJEÇÃO ASTRAL: AUTOCONHECIMENTO, TRANSFORMAÇÃO, FELICIDADE
SONHOS E PROJEÇÃO ASTRAL: AUTOCONHECIMENTO, TRANSFORMAÇÃO, FELICIDADE Pelo menos uma vez na vida já nos perguntamos: o que são os sonhos e para que servem? Sonhos caóticos e desconexos, uma mistura de fantasia, projeção de objetivos materiais e emocionais, repetições de coisas da vida: trabalho, estudo, família, afazeres de casa etc., tudo parece não ter significado algum, porém, o ensinamento gnóstico nos ensina que os sonhos mostram nosso estado psicológico atual, nosso conteúdo psíquico mais profundo; nos sonhos vêm à tona nossos valores subconscientes e inconscientes e, algumas vezes, em pesadelos, também material infraconsciente. “Geralmente, o aspecto inconsciente de um acontecimento nos é revelado por meio de sonhos, onde se manifesta não como um pensamento racional, mas como uma imagem simbólica”. O Homem e seus Símbolos – Carl G. Jung. Se estivermos atentos a tudo que lembramos dos sonhos e fizermos um esforço para compreendê-los, podemos aprender muito de nós mesmos. Não é à toa que Platão disse: “conhece-se o homem pelos seus sonhos”. Os sonhos vão muito além disso, pois a misericórdia de Deus é tão grande que nos é concedida mesmo em nossa situação atual de inconsciência, afastamento da Divindade e sem conexão direta com as partes superiores do Ser, ou seja, temos nossa consciência totalmente adormecida. Mesmo assim, podemos receber orientação Divina ou mensagens através dos sonhos, um canal de comunicação para os “não despertos”. As imagens oníricas são formadas não somente por conteúdos subjetivos de nosso subconsciente e inconsciente, mas também por conteúdos objetivos que nos vêm através dos Centros Superiores do Ser – o Centro Mental Superior e o Emocional Superior. Por isso que ao longo da história temos visto relatos de prodígios maravilhosos que se iniciaram com um sonho. Por exemplo, no Alcorão islâmico temos o lailatal-miraj, o sonho onde Maomé é visitado pelo anjo Gabriel e levado a conversar com antigos profetas como Abraão e Moisés; no Velho Testamento temos Jacó e a escada por onde sobem e descem anjos da terra ao céu (Gn 28-12); José e o sonho do faraó (Gn 41); no Novo Testamento temos a concepção de Jesus anunciada a José através de um sonho (Mt 1-20); O sonho revolucionário de Pedro (At 10, 11-28); no budismo tibetano Kargyuta, Milarepa, yogue do séc. XII entrega-se à sua missão após sonhar com a casa de sua família em ruínas, e muitos outros. Temos várias vantagens em estudar os nossos sonhos. As principais são conhecer nosso estado emocional, receber instrução interna (e aí cresce a importância do estudo da interpretação), conhecer nossas reações psicológicas, saber do nosso estado espiritual atual. O estudo dos sonhos é um degrau para nos tornarmos conscientes nos sonhos e, assim, deixarmos de sonhar e começar a estudar conscientemente na 5ª dimensão da natureza, que é o mundo dos sonhos – e também da projeção astral consciente. Abaixo trechos do livro “A Doutrina Secreta de Anahuac”, do revolucionário Mestre Gnóstico do Séc. XX, Samael Aun Weor: “É evidente que os sonhos são de qualidade diversa devido ao fato concreto de estarem relacionados diretamente com cada um dos centros psíquicos do corpo humano. Com rigor da verdade e sem exagero algum podemos afirmar que a maioria dos sonhos encontram-se vinculados ao Centro Instintivo-Motor, quer dizer, são ecos de coisas vista durante o dia, de sensações e movimentos, mera repetição astral daquilo que vivemos diariamente. Mesmo assim, algumas experiências de tipo emocional, tais como medo, que tanto dano faz à humanidade, acorrem nos sonhos caóticos de Centro Instintivo-Motor. Existem, pois, sonhos emocionais, sexuais, intelectuais, motores, instintivos, e outros. Os sonhos mais importantes, as vivências íntimas do Ser, acham-se associados aos dois centros: o Emocional Superior e o Mental Superior… … Uma das coisas mais extraordinárias é que as pessoas pensam que estão em relação somente com o mundo externo. A Gnose nos ensina que estamos em relação com o mundo interior, invisível para os sentidos físicos comuns, mas visível para a Clarividência. O mundo Interior Invisível é muito mais extenso e contém muito mais coisas interessantes que o Mundo Exterior, para o qual estamos sempre olhando através da janela dos cinco sentidos. Muitos sonhos referem-se ao lugar onde estamos no Mundo Interior Invisível, de onde surgem as diversas circunstâncias da vida… … A linguagem dos sonhos é exatamente comparável à linguagem das parábolas. Aqueles que interpretam tudo literalmente pensam que o Semeador do Evangelho Cristão saiu a semear e que as sementes caíram em pedregais etc., mas não entendem o sentido dessa parábola, porque este, em si mesmo, pertence à linguagem simbólica do Centro Emocional Superior. Convém lembrar que todo sonho, por absurdo ou incoerente que seja, tem algum significado, pois nos indica não só o Centro Psíquico a que está associado, como também o estado Psicológico de tal centro… …“É preciso lembrar sempre que há influências superiores que atuam sobre nós e que são registradas por nosso aparelho psíquico, mas se estivermos apegados a nossos sentidos e não dermos plena atenção à nossa vida interior, tampouco conseguiremos perceber estas influências”. Após nos tornarmos conscientes dos sonhos, podemos passar a uma nova etapa, que é a projeção do corpo astral consciente. Aí sim deixamos de ser fantoches nas mãos de pessoas, escritores, padres, pastores, médiuns, gurus etc. e passamos a estudar diretamente na fonte de conhecimento, passamos a fazer parte de um seleto grupo de estudantes esotéricos práticos que vivenciam o próprio conhecimento além do tempo e do espaço, muito além da morte. Ao viajar conscientemente na 5ª dimensão, podemos aprender durante as horas de sono, enquanto nosso corpo físico descansa. Podemos visitar templos e bibliotecas com conhecimentos há muito tempo perdidos, podemos conhecer nossas passadas existências e assim compreender nossa própria vida atual, podemos conversar diretamente com os Mestres da Loja Branca, com anjos, budhas, Jesus, Samael etc., também podemos conhecer lugares, encontrar desencarnados e conversar com outras pessoas despertas. Por estes e outros motivos podemos e até devemos nos esforçar ao máximo para dominarmos as técnicas que nos proporcionam estas maravilhosas experiências místicas, todas brindadas …
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Meditação: estar no colo da Divindade
Meditação: estar no colo da Divindade O tema da meditação tem ocupado cada vez mais espaço em nossa sociedade. Há milênios usada como a prática religiosa por excelência, a meditação atualmente tem também uma vertente científica e acadêmica, onde são ressaltados seus resultados benéficos na agitada vida moderna. Na tradição espiritual a Meditação objetiva o autoconhecimento e a autorrealização do ser humano, buscando acessar o Ser Interior e fundi-lo com a Divindade – o chamado êxtase ou Samadhi. Na Meditação espiritualista busca-se a libertação da individualidade, do ego, da parte, para religar-se à Criação, ao Divino, ao Todo que tudo originou. Já na sua abordagem científica, muito em moda na atualidade e algumas vezes explorada comercialmente com intenções não tão nobres, a meditação surge como uma espécie de terapia mental ou ferramenta de concentração, de atenção plena, de resolução de problemas e até de controle de emoções e pensamentos, diminuindo a ansiedade e o estresse, atuando ainda no combate à depressão. A meditação propicia um descanso e uma recuperação profunda no menor tempo possível, tanto física quanto mental e emocionalmente, sendo muito eficaz contra os distúrbios do sono. Pratico meditação regularmente há mais de 40 anos e pude constatar que são verdadeiros todos os benefícios e objetivos propostos pela ciência e pela religião. A meditação é tanto a busca da quietude mental e emocional necessária para conquistar um estado interior de clareza e tranquilidade, quanto uma ferramenta de contato com a Divindade. E ela nos permite acessar tanto o Divino Interior (nosso Real Ser) quanto a Deidade Externa, Aquela que a tudo sustenta. Por isso que tão belamente sintetizou o mestre gnóstico contemporâneo Samael Aun Weor, ao ensinar que “a Meditação é o Pão diário do Sábio”, ou seja, quem medita busca Sabedoria para alimentar sua alma. Mas por que então todas as pessoas não meditam ? Se esta técnica milenar é tão revolucionária, qual o motivo de tantos nem a conhecerem ? Durante anos busquei essas respostas… Ora, muito simples: pelo mesmo motivo que nem todas admiram as estrelas, ou aprendem novas línguas, ou fazem exercícios físicos: elas não se voltaram para isso ou ainda não descobriram a beleza, o prazer e os benefícios dessas práticas. Recentemente convivi bastante com minhas afilhadas pequenas e com meu neto recém-nascido. Como sempre, as crianças são nossos melhores instrutores, bastando estarmos atentos: ao pegá-los no colo e observá-los serenamente pude constatar algo extraordinário: quando medito me sinto criança no colo de Deus. Uma criança no colo recebe calor, aconchego, proteção, carinho, às vezes mamadeira ou seio para mamar… Da mesma forma quando buscamos Deus nos momentos de aflição. Uma criança no colo pode se deslocar, mesmo que ainda não saiba andar ou esteja adormecida… Do mesmo jeito quando clamamos ao Eterno para nos guiar e acompanhar. Uma criança no colo conquista guarida de seus medos, de suas angústias, de suas inseguranças, de suas dores… Idêntico a quando pedimos Providência Divina. Uma criança no colo consegue olhar do alto, ver mais amplo, mais longe, vislumbrando coisas que antes – do mais baixo – não via. Ela conquista uma outra visão de mundo. Tal qual quando rogamos que o Altíssimo nos amplie a visão e nos mostre a verdade e completude das situações. Uma criança no colo consegue conversar olho-no-olho com o adulto, com seu pai, sua mãe, seu avô ou seu padrinho… ela consegue antever como será um dia: grande, forte, poderosa, sábia (é assim que as crianças nos veem). Da mesma maneira quando buscamos Imitar o Cristo, o Filho de Deus. Assim a criança conquista novos parâmetros, aprende a se autoconhecer, traça planos para se aprimorar e se autotransformar, ganha motivação, exemplos e forças para seguir adiante, para recomeçar. Da mesmíssima forma, com este espírito de esperança no recomeço, comemoramos as principais datas religiosas no ocidente – o Natal e a Páscoa, ambos símbolos solares de nascimento, ressurreição e paz. Já pratiquei dezenas de técnicas de meditação, espiritualistas e científicas… e fiz cada uma durante pelo menos vários meses. Não vou citá-las aqui para não criar diferenciações. Mas confesso que depois de alguns anos comecei a achá-las muito complicadas, muito técnicas, muito esquematizadas, muito dependentes de condições externas, muito cartesianas, muito humanas, muito adultas… atualmente muitas até fomentam a venda de caros aplicativos de celulares ou salas de meditação hi-tech. Hoje, ao buscar o estado meditativo, lembro-me de minha infância com Coração de Menino e simplesmente me deixo ficar no colo da Divindade. Ali, como criança da alma e infante do espírito, sei que tudo receberei do Altíssimo, do Deus Pai-Mãe. Agora compreendo porque há tanta devoção, emoção e sabedoria nas figuras da Mãe egípcia Ísis com Hórus ao colo, ou da hebraica Mãe Maria com Jesus nos braços… ou ainda dos Pais Osíris e José com seus rebentos… Esses Mestres foram salvadores porque deixaram-se pegar no colo por suas Mães e Pais Divinos. E com um só objetivo: depois se tornarem eles mesmos colos para toda Humanidade. Então para você, querido leitor que está buscando técnicas para aprender a meditar, tenho apenas uma sugestão: Bom colo ! Sérgio Linke é engenheiro, profissional do mercado financeiro e instrutor de Gnose