Associação Gnóstica de Brasília

Missa do Galo: Origens e Simbologia.

MISSA DO GALO: ORIGENS E SIMBOLOGIA A missa do galo possui três esferas de entendimento: uma popular, outra histórica e a mais importante, a esotérica (iniciática ou alquímica). O nome “Missa do Galo” só se usa nos países de língua portuguesa e espanhola. Na maior parte do mundo cristão chama-se simplesmente de missa da noite de Natal ou missa da meia-noite. Na esfera mais externa, a popular, não há apenas uma explicação para este nome, existindo várias lendas. Uma aponta para o Papa Sisto III, que em 400 instituiu uma missa para celebrar o nascimento de Cristo “ad galli cantus”, isto é “à hora que o galo canta”, referindo-se ao início do novo dia: à meia-noite. Há quem avance a explicação para o insólito nome escolhido nos primórdios do cristianismo, quando os cristãos iam em peregrinação a Belém, onde se encontravam para rezar à hora do primeiro canto do galo. Outra explicação para a expressão diz que a Missa de Natal terminava muito tarde, e quando as pessoas voltavam para casa os galos já estavam cantando. Há também quem diga que um galo cantou à meia noite da véspera do dia de Natal, assinalando a chegada de Cristo. Num artigo de 2010, a Agência Eclesia, da Igreja Católica, dá mais uma razão. Agora de origem espanhola, contando que antes de baterem as 12 badaladas da meia noite de 24 de dezembro, cada lavrador da província de Toledo, na Espanha, matava um galo, em memória daquele que cantou três vezes quando Pedro negou Jesus, por ocasião da sua morte. A seguir, a ave era depois levada para a Igreja para ser oferecida aos pobres, que viam assim o seu Natal melhorado. A Agência acrescenta que havia ainda o costume, em algumas aldeias espanholas e portuguesas, de levar o galo para a Igreja para este cantar durante a missa, significando um prenúncio de boas colheitas. Para compreendermos melhor o segundo aspecto de entendimento, ou seja, o histórico, precisamos primeiro explicar, de forma resumida, as origens do 25 de dezembro ser o dia de nascimento de Jesus Cristo. Todas as antigas religiões e tradições sempre celebraram o natal, ou nascimento daquele que traz a luz e a vida, o próprio Sol. As festas de Dezembro no hemisfério norte representavam rituais de convocação para que o Sol retornasse àquelas regiões frias, trazendo novamente vida. O Sol físico simboliza o Sol Espiritual, simboliza o Cristo Cósmico. No solstício de inverno, aproximadamente a época do ano da noite de 24 para 25 de dezembro (no hemisfério norte), onde temos a noite mais longa e fria do ano, eram realizados os rituais, os cultos solares pedindo o retorno do Sol, da luz e da vida. Há mais de 4.000 anos na Pérsia já era realizado o culto e as festas a Mitra (deus Sol) nesta mesma data. Mitra tem uma história muito parecida com a de Jesus. Nos primeiros séculos da era Cristã também existiam as festas romanas chamadas de Saturnálias, quando na noite de 24 para 25 de dezembro comemoravam o “Natalis Solis Invicti” ou o Nascimento do Sol Invencível, ou seja, o Sol que não foi derrotado pelo frio, pelas noites longas, pela natureza recolhida. Porém, somente no ano 337 D.C. foi que o Papa Julio I promulgou oficialmente o dia 25 de dezembro como sendo o dia de nascimento de Jesus e para justificar essa atitude papal, S. João Crisóstomo explicava assim o porquê da escolha da data: “Em Roma, este dia acaba de ser escolhido como o do nascimento de Cristo a fim de que os Cristãos possam celebrar seus próprios ritos sem serem molestados pelos pagãos, já que esses estão ocupados com suas cerimônias” (as Saturnálias). Para celebrar o nascimento de Jesus, a missa do galo ou missa de natal foi instituída no século V, após o Concílio de Éfeso (431 D.C.), começando a ser celebrada oficialmente na basílica erigida no monte Esquilino pelo Papa Sisto III, dedicada a Nossa Senhora – posteriormente denominada Basílica de Santa Maria Maior. O galo canta quando o Sol está para nascer; como o Cristo nasce à meia-noite de 24 para 25 de dezembro e ele próprio é o Solis Invictus (Sol Invencível), aquele que dá a vida a tudo, a missa do galo passou a ser nessa hora. Agora, falando esotericamente, ABRAXAS representado pelo homem com cabeça de galo, que para os basilidianos é o símbolo do Logos Solar. O Galo, Gaio ou IAO é o Verbo, a Palavra Perdida. A ave cantante da alvorada também simboliza a potência sexual, a coragem, o primeiro a despertar, o chamador à luz e ao trabalho. IAO ou IAW, como visto em muitos dísticos do Galo Gnóstico Abraxas dos primitivos cristãos, também é um dos mais poderosos mantras e fórmulas alquímicas: I = Ignis (fogo, masculino, penetrante, enxofre), A = Aqua (água, feminino, absorvedora, mercúrio) e O = Origem (de onde vêm os Santos, sal). IAO ou o Galo representam a união alquímico-sexual entre o homem e a mulher, em castidade amorosa matrimonial (sem perder a energia criadora) e com fins de evolução espiritual. A simbologia de ABRAXAS é puramente alquímica: um homem com duas serpentes no lugar das pernas, simbolizando a serpente do bem, aquela que dá a vida, a mesma serpente de cobre de Moisés e a serpente tentadora do Éden, aquela que tem de ser domada, vencida, colocando o pé sobre sua cabeça e levantá-la pelo canal medular para abrir as sete igrejas. O Sol e Lua representando o trabalho com as forças solares (masculinas) e lunares (femininas). Tem na sua mão direita o látego da vontade e está em uma carruagem simbolizando o domínio dos corpos superiores do ser, por onde podemos viajar por todas as dimensões da natureza. Em sua mão esquerda tem um escudo para defender-se das forças sinistras. Sua cabeça é de galo mostrando o despertar de um novo dia cósmico, de uma criação dentro de nós mesmos, do despertar da consciência e de todas as faculdades adormecidas e com …

A Simbologia Gnóstica do Natal

A SIMBOLOGIA GNÓSTICA DO NATAL A Gnose sintetiza o conhecimento expresso na ciência, na filosofia, na arte e na espiritualidade, objetivando ensinar técnicas psicológicas e metafísicas para despertar no ser humano seu imenso potencial adormecido. Dentre as ferramentas ensinadas pelo Gnosticismo está a Simbologia Oculta, a qual permite captar o significado misterioso dos valores universais e dos códigos iniciáticos contidos em livros, músicas, monumentos, estátuas, pinturas, esculturas e tantas outras manifestações artísticas e culturais do gênio humano. Antes da era Cristã houve gnósticos entre os egípcios, caldeus, chineses, maias, celtas, gregos e vários outros povos. Nos primórdios do cristianismo, antes da Igreja Romana ser formada no século IV pelo decadente Império Romano, houve várias correntes cristãs e dentre elas o Gnosticismo era a mais importante. Surgiram então gnósticos famosos como Justino, Basílides, Valentin, Cérdon, Teúdas e muitos mais. Estes sábios gnósticos foram taxados de hereges e expulsos da recém formada seita romana, justamente por defenderem ideias como a não necessidade de intermediários para se chegar a Deus, a igualdade entre o homem e a mulher e que Jesus não “nasceu pronto”, mas se formou em trabalhosos e precisos processos iniciáticos de auto-evolução anímica. Com a necessidade de se proteger os mistérios crísticos das pseudo-teologias e adulterações bíblicas com finalidade política, muitos dos mistérios gnósticos do Natal foram velados em símbolos que, graças a Deus, sobrevivem até nossos dias. Vários desses arquétipos não estão presentes apenas no Natal Cristão, mas também em outros povos, culturas e religiões, onde se comemora o Natalício de um Filho de Deus, ou a manifestação física entre os homens da própria Divindade, como é o caso de Osíris no Egito, Mitra na Pérsia, Quetzalcoatl no México asteca, Inti entre os povos andinos, Krishna para os hindus, Fo-Ji na China… e tantos outros. Para se compreender os símbolos natalinos em sua integridade é necessário ampliar o entendimento do que é o Cristo. A Igreja Romana introduziu o falso conceito de que Cristo foi apenas Jesus e que somente Ele foi o filho Uno-de-Deus.  O que os gnósticos de todos os tempos sempre conservaram foi a sabedoria de que, além do Cristo Cósmico (o Logos Solar), do Cristo Histórico (Jesus de Nazaré, por exemplo), do cristo Mitológico (Osíris, Krishna, Mitra etc), há o Cristo Íntimo – uma parte de nosso próprio Ser Interior Profundo que precisa nascer de uma Virgem (nossa Mãe Divina, Stela Maris) e num estábulo (entre os animais que representam o ego, nossos desejos e apegos). A este Cristo Íntimo os gnósticos cristãos denominaram Salvador Salvandus. Por isso sintetizou belissimamente o mestre gnóstico contemporâneo Samael Aun Weor: “De nada terá valido o Cristo ter nascido em Belém se não nascer também em nosso coração”. Passemos então a alguns dos principais símbolos do Natal, com sua interpretação gnóstico-cristã-primitiva. A DATA DE 25 DE DEZEMBRO Esta data era comemorada desde eras remotíssimas, quando se faziam homenagens e festas cerimoniais em honra ao renascimento do Sol, o Solis-Invictus (invencível), a cada solstício de inverno no hemisfério norte, que ocorre no final de dezembro. O Natal é, portanto, antes de tudo, uma Festa Solar, uma cerimônia ao Doador de Vida, à Luz e ao Nascimento daquele que nos brinda a vida e nos salva do erro, do pecado e da escuridão. A Igreja ocidental tomou “emprestada” esta data dos chamados povos “hereges”. Veja que incrível: o Natal é uma festa pagã solar que se tornou cristã personalizada. O PAPAI NOEL O bom velhinho que nos traz os presentes representa a própria Divindade Interna, o Pai Interno ou Kether como dizem os gnósticos cabalistas, que nos dá virtudes se “fomos bons durante o ano que passou”, ou seja, nos oferece dons se bem utilizamos os talentos que o Altíssimo nos brindou. Isso no oriente, é chamado de recebimento de Dharma pelo bom uso do livre-arbítrio. Infelizmente, na atualidade a maioria das pessoas está completamente afastada de sua divindade interna e dos desígnios da Lei Divina. O modo de viver materialista para uns e a mera exaltação ao Cristo Histórico, para outros, fez esta humanidade se esquecer do Cristo Íntimo, do Natal do Cristo do Coração. A MAMÃE NOEL Viva representação da Mãe Divina Particular de cada um de nós, Binah, que ao lado do Pai Interno Kether rege todo o nosso universo espiritual interno. Carinhosa, amorosa e sábia, ela é a autora velada de nossos dias, quando nos devotamos a ela e agimos de acordo com nossa consciência. As pessoas que se entregam ao seu ego deixam de ouvir sua Mãe Divina e caem no erro. A Mamãe Noel é a própria representação Natalina de Maria, Maia, Ísis, Insoberta, Cibele, Kwan-Yin, Tonantzin, Amaterasu. OS DUENDES Os auxiliares do Papai Noel, em sua fábrica de brinquedos e para a entrega dos presentes, representam nossos corpos físico, etérico, emocional e mental (os 4 corpos inferiores e mais densos), os quais devem participar incansavelmente das ações virtuosas emanadas do Pai Interno para que nossas palavras, pensamentos e atos reflitam as virtudes da alma (os presentes do Papai Noel). Estes presentes-virtudes devem ser distribuídos a todos, como Serviço Voluntário de Amor Desinteressado pela Humanidade. O PRESÉPIO Instituído na Cristandade por São Francisco de Assis no século XIII, o arranjo de estátuas representando o nascimento do Cristo é repleto de simbolismos. Desde o próprio local de nascimento (uma manjedoura num estábulo), que representa nossa condição de pobreza espiritual atual, até o casal divino (Maria e José são as vivas representações de nossa Mãe Divina e nosso Pai Interno). Os animais ao redor do Divino Menino denotam nossos defeitos humanos (preguiça, orgulho, inveja, gula etc.). Um Cristo sempre nasce de um Casal santo, de uma Mãe casta, no meio da pobreza e dentre os animais. É adorado nos céus e na Terra. OS TRÊS REIS MAGOS E OS PRESENTES DE OURO, INCENSO E MIRRA Representam não somente os Reis (governantes) e Magos (mágicos ou Sacerdotes) dos povos da Terra que vieram adorar o Cristo Nascente, mas também as fases iniciáticas pelas quais passam os caminhantes …

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