Pai-Mãe Divino – os Mistérios do Uno (parte 1)

PAI-MÃE DIVINO – OS MISTÉRIOS DO UNO (PARTE 1)

A grande maioria das pessoas que compõem nossa civilização ocidental, muito provavelmente tiveram uma formação religiosa onde “Deus” é visto como um ser antropomórfico, autoritário, vingativo e claro, masculino.
Isso é um reflexo de séculos e séculos de uma conduta equivocada e deliberada, tanto da sociedade como de todas as estruturas filosóficas, religiosas e sociais vigentes, nos diversos momentos de nosso passado.
Na Gnose sabemos que Deus é Pai e é Mãe, e que um não existe sem o outro.
O mestre gnóstico Samael Aun Weor nos ensina que os movimentos mecânicos, tanto dos indivíduos quanto da sociedade, são regidos por uma lei chamada de A Lei do Pêndulo, onde em um momento estamos num extremo e logo depois nos colocamos no ponto antagônico a ele (no extremo oposto).
Portanto, da mesma forma que no passado, durante muito tempo, nos dedicamos a um “Deus Pai”, agora corremos o risco de nos direcionarmos, ou melhor, nos identificarmos e valorizarmos somente um “Deus Mãe” (como vemos hoje em muitos grupos equivocados, onde o homem, o elemento masculino, é retirado e somente a mulher é valorizada e aceita).
Deus é unidade, não se divide.
Deus se manifesta isso sim, em diversos aspectos, dentre os quais alguns são de responsabilidade da Deusa-Mãe e outros do Deus-Pai. Simplesmente uma questão de ordem.
Assim que, em tudo que fazemos, pensamos, projetamos etc., devemos buscar o equilíbrio, o fiel da balança, como forma de manifestar as duas forças dessa unidade múltipla e perfeita.
Falar da Mãe é também falar do Pai.
Todos os aspectos e funções de cada um deles são complementos perfeitos um do outro.
Enquanto não tivermos isso profundamente arraigado e compreendido, sofreremos de uma sociedade abusiva, intolerante e irracional.
E como nos aproximar desses aspectos divinos? A resposta se encontra na reflexão de outra questão: Como agimos quando queremos fazer amizade com alguém?
Começamos por nos aproximar dessa pessoa, prestar mais atenção nela, nos interessar por seus hábitos, seus gostos, suas atitudes, seus valores etc.
Inicialmente buscamos de forma inconsciente uma complementação, ou um exemplo para nos espelhar e nos ajudar a caminhar, seja qual for o caminho, e se essas características forem adequadas às nossas expectativas, nossa admiração aumentará.  Então tudo o que essa pessoa fizer ou pensar será importante para nós.
Começamos depois a trocar ideias, opiniões, conselhos, e nessa troca constante e amigável nascerá uma amizade.
Da mesma forma será com a nossa Mãe Divina e com nosso Pai Interno.
Comecemos por nos aproximarmos deles (reaproximarmos) através da atenção constante em suas manifestações. Estudá-los em todos os seus aspectos e funções. Ver sua ação na realidade do mundo que nos cerca, interna e externamente. Buscá-los dentro de nós com palavras simples, mas sinceras. Confiar na graça divina de que seremos ouvidos e atendidos no melhor para todos nós.
Aos poucos, os ouvidos do nosso coração irão se abrindo, e seremos capazes de ouvir a Sua Voz Suave e silenciosa em absolutamente tudo.
Para Teresa D’Avila isso se chamava “oração”, que nada mais é do que construir uma intimidade, uma amizade sincera e profunda com Aquele ou Aquela que sabemos que nos amam.
É assim que nos aproximamos de Nossos Pai-Mãe Internos. É assim que mais além de conhecê-los, iremos vivenciá-los.
Que tal então iniciar isso agora mesmo, lendo e refletindo sobre seus aspectos e funções? Vamos lá….

Para começar, vamos relembrar os Aspectos da Mãe Divina, do Eterno Feminino de Deus, e assim ampliar nossa compreensão do TODO DIVINO PAI-MÃE, que são expressões que transcendem formas religiosas ou meras opiniões.

Por simples correspondência às Leis do Universo, é no feminino (mulher na representação humana) onde se inicia todo processo de vida, da formação de um novo ser. Ela gera, gesta, dá à luz ao rebento, alimenta-o, cuida, educa etc.

Por isso o 1º aspecto da Grande Mãe é a Mãe Cósmica, aquela que gera e gesta seus filhos (sóis, planetas, mundos etc.). Aquela que através da sua matéria primordial forma tudo o que há em seu ventre profundo. A Grande noite Cósmica.

Ela também cria a gravidade e por isso, tudo vai se especializando, se afunilando, se particularizando, para cuidar de seus filhos de maneira mais atenta. Então vemos surgir seu 2º aspecto, a Mãe Natureza.

Natureza não só do planeta Terra, mas de todos os seus filhos. Cada um a tem perto de si, cuidando em suas especificidades e necessidades.

E esse cuidado vai se fortalecendo ao se desdobrar como 3º aspecto: a Mãe Particular (de cada SER); e no 4º aspecto: a Maga Elemental, que cuida de nossa fisiologia e por fim no 5º aspecto: a Mãe Morte, Senhora de todas as transformações.

Se por um lado temos uma Mãe Divina Cósmica, que representa a gravidade, a matéria, a Mater (mãe) do universo, por outro lado temos um Pai Cósmico que representa toda a expansão do universo, a irradiação, a energia do universo.

Se temos uma Mãe Divina da Terra que é a Mãe Natureza, temos um Pai Divino do céu, o Pai Sol, o Pai da luz, o Pai irradiador que tudo nutre. Ele é o fogo do céu penetrante e quente, e a Mãe Divina é a água do planeta – dúctil, receptiva e adaptativa.

Se temos uma Mãe Divina Interna uma Mãe Cósmica Particular, que nos acompanhada de instante a instante e que é nossa confidente e amiga, também temos nosso Pai Interno, um Pai Cósmico Particular que nos inspira e que é nosso herói Divino.

Se temos uma Mãe Morte , a grande transformadora que se expressa e age em todos os cosmos e mundos, que nos acompanha internamente nos processos pós morte, temos  também Nosso Pai Morte, que sempre acompanha a grande Mãe Morte; Ele é nosso kaon interior (o acompanhamento da lei divina dentro de nós, um aspecto de nossa consciência), que representa a lei dentro de nós, que representa os lipikas que registram nossos atos e que nos julga internamente nos tribunais do karma, e nos orienta nos processos de retorno; Ele é também aquele que nos dá o Donun Dei, a permissão divina para exercer o dom da alquimia (a ciência das transmutações através da elevação da energia criadora-sexual), a permissão para edificar nossos corpos solares – só o Pai Interno pode nos dar!

Se temos nossa Maga Elemental, a mãe que cuida de nossos processos energéticos internos, nossa bioquímica, nossa fisiologia, nossa libido, temos o nosso Pai Interno, sob a forma de nosso Intercessor Elemental, que lida com nossos processos mágicos externos, os processos do nosso contato com a natureza.

É Ele, nosso Pai no seu aspecto de Elemental Intercessor quem possui o acesso direto com o senhor Jeová, grande hierarca de todas as estruturas elementais da natureza. Ele é, portanto, a representação do senhor Jeová dentro de nós.

Sempre agindo dentro de nós como um casal, como polaridades que derivam de um só aspecto sagrado, uno, uni total, mas que sempre se expressam através dessas 2 polaridades. PAI-MÃE !

Ele, emissor, expressão da força centrifuga, energia que se expande, força masculina.

Ela, receptora, expressão da força centrípeta, gravidade, matéria, força feminina.

Essa compreensão é libertadora, mas infelizmente não a tivemos presente em nossas diversas civilizações e tão pouco hoje. Algumas culturas priorizaram somente o Pai Interno, como os hebreus e também os cristãos dos primeiros séculos.

Já outras culturas expressaram com mais ênfase a Mãe Divina, como os tibetanos, os chineses, alguns cristãos dos séculos 10-11 como os cátaros e os celtas que cultuavam a Notre Dame, a Nossa Senhora, a Mãe Divina, a Grande Mãe.

Poucas foram as ocasiões que, como civilização, vivenciamos um real equilíbrio entre essas 2 forças, pois o conhecimento e a vivência dessa realidade sagrada sempre foram compreendidos por muito poucos.

Então, compreendendo esses conceitos gnósticos transcendentes, você agora está convidado a refletir sobre seus próprios paradigmas e começar a ver a criação como uma dança perfeita e eterna, onde o Pai-Mãe lançam seus passos de bondade nessa luminosa interação cósmica que é a Vida, a sua Vida !

Heloisa Pereira Menezes é nutricionista, profissional de logística do
 mercado financeiro e instrutora de Gnose da Associação Gnóstica de Fortaleza

(Na Parte 2 desse artigo detalharemos mais a maravilha do “duo-in-uno” – o dois em um, o Pai-Mãe – manifestado na sua obra através das diversas FUNÇÕES SAGRADAS dos Eternos Feminino e Masculino de Deus, como gerar, gestar, parir, absorver. Não perca esta sequência, que ampliará ainda mais seu entendimento para permitir a concreta vivência e a exata conexão com o Pai-Mãe Cósmicos).

Título

O que é GNOSE?

A Associação Gnóstica de Brasília – AGB é uma instituição civil sem fins lucrativos, que objetiva divulgar a gnose moderna reestruturada por Samael Aun Weor, filósofo, antropólogo e cientista colombiano radicado no México, com mais de 80 livros editados em 70 países. 

plugins premium WordPress