Matemática Sagrada: a Gnose nos Números e na Geometria

Matemática Sagrada: a Gnose nos Números e na Geometria

A Associação Gnóstica de Fortaleza (AGF) faz parte do Conselho Diretor da Academia Gnóstica Internacional (AGNI), organização composta por líderes gnósticos de vários países, todos com experiencia acadêmica universitária e décadas de pesquisas e ensino do gnosticismo moderno. Este artigo foi escrito por 4 instrutores da AGNI.

Preconceitos ligados à Matemática

A matemática talvez seja a disciplina mais injustiçada nas escolas, pois é grande o número de pessoas que pensam saber pouco, têm alguma resistência e às vezes até traumas com a ciência dos números.
Talvez por inabilidade na abordagem de alguns educadores, talvez pela falta de se demonstrar o profundo relacionamento que existe entre a matemática e outros saberes como biologia, arte, esportes, por exemplo, levou a maioria dos estudantes a terem mais afinidade com as ciências linguísticas, biológicas ou sociais (história, geografia etc.) do que com a ciência de Pitágoras.
Mas o fato é que a matemática está em tudo: em nosso corpo, em nosso metabolismo, em nossa tecnologia, nas manifestações da natureza, constituindo-se a ciência dos números um verdadeiro Código da Criação, uma linguagem comum entre os humanos e a natureza, a base da tecnologia humana (desde fazer fogo até ir à Lua), inclusive com muitos “números sagrados”, como veremos adiante.
Por utilizar com perfeição a lógica e a abstração, os resultados precisos e as previsões estatísticas, a matemática possibilita a construção da mas palpável ponte entre ciência e filosofia, ou ainda entre arte e mística (espiritualidade).
Quando uma pessoa compreende a profundidade e o alcance da matemática, então deixa de lado as dificuldades iniciais com fórmulas e teoremas, e aprende a saborear a filosofia das quantidades, vendo-a como a estética do número, o código da natureza, a linguagem de Deus, e assim os preconceitos começam a se desfazer.
Quando se chega neste estágio a dificuldade inicial com números e fórmulas se transforma na alegria de se compreender como Deus Geometriza em seu laboratório – a própria Natureza.

Vida, Vibrações, Geometria Sagrada e Matemática

A Gnose nos ensina que tudo que tem vida vibra, tem sua frequência, sua radiação emanadora ou receptora, sempre para se inteirar (compor conjunto) com outras fontes vibrantes. Esta é a vibrante e matemática Teia da Vida.
Vista matematicamente, até uma pedra tem vibração ou “vida física”, pois é constituída de subpartículas atômicas que estão vibrando a velocidade assombrosas.
Aprofundando essa ideia, a pedra parece densa para nós, mas na realidade ela é constituída de enormes espaços vazios, porém como a vibração de suas partículas é muito alta, o mineral adquire uma consolidação de matéria, de densidade.
É como quando olhamos um ventilador: se ele está parado vemos as pás e o espaço entre elas; se ele funciona a baixa velocidade vemos um círculo aparentemente compacto, mas que na realidade é uma ilusão causada por nossa visão (interação de velocidades entre nossa percepção visual e a velocidade de giro do ventilador); agora se o ventilador entra em alta velocidade as pás simplesmente somem, não as vemos, aparece um espaço vazio.
Nestes simples exemplos podemos entender a profunda relação que existe entre tudo o que vibra (o movimento do ventilador, em rotações por minuto), a geometria (as diferentes formas visíveis por nós quando as pás estão paradas, ou do círculo do ventilador a média velocidade, ou do “sumiço” das pás do ventilador a alta velocidade), tudo comandado pela interação entre números, traduzidos como as frequências (rotações por minuto) em que o ventilador gira e a percepção de nosso sistema visual (a quantidade de “quadros” ou fotografias que nossos olhos podem captar por segundo, transmitindo a imagem para nosso cérebro, para processamento).
Vida, vibrações, geometria sagrada, números, aparência, ilusão, abstrato, realidade, frequência, relatividade – todos conceitos matemáticos que podem ser retirados de seu “imperceptível estado do mundo das ideias” para nossa compreensão física e fenomenológica aqui, no mundo físico. Isso é Sabedoria, Gnose.
Síntese: a matemática é a linguagem oculta da vida e das nossas percepções humanas sobre ela.

Cabala e Matemática

A Cabala, como cita Eliphas Levi em seu O Livro dos Esplendores, “poderia ser chamada de matemática do pensamento humano. Ela é a álgebra da fé (…). Resolve todos os problemas da alma com suas emoções, esclarecendo as incógnitas.”
Levi também anota que “A Cabala tem a sua geometria ideal, a sua álgebra filosófica e a sua trigonometria analógica”.
Referindo-se ao livro de Enoque – um antiquíssimo apócrifo hebraico, afirma o abade francês que “Dessa forma, a tradição aparece em seu nobre sentido de coragem, cativando o coração do homem, bem como a lei eterna que regula a expansão infinita, os números na imensidão e a imensidão nos números, poesia em matemática e matemática em poesia.”
A Cabala é um dos ramos místico-filosóficos que pode ser expresso através da sabedoria matemática (Gnose dos Números).
Qualquer pessoa que estude profundamente a Cabala e compreenda as leis de manifestação contidas na Árvore da Vida e suas Sephiroths poderá começar a estudar Matemática Mística.
Livros tradicionais e milenares de Cabala, como o Zohar e o Sepher Yetzirá, por exemplo, são ricos em relações entre a Criação, o Verbo, o Número e a Forma (letra), já ensinando como o Verbo Geometriza (dá forma) através do Número.

Matemática como criação divina

Samael Aun Weor, sábio gnóstico contemporâneo, ensina em sua obra Tarot e Cabala: “O Universo é feito com a Lei do Número, da Medida e do Peso; a matemática forma o Universo, os números tornam-se entidades vivas.”
De acordo com Samael, “Deus é um geômetra para os gnósticos. A matemática é sagrada. Na escola de Pitágoras não era admitido ninguém que não soubesse matemática, música etc.”. Arremata o releitor da Gnose contemporânea: “O mundo da matemática é o mundo de Atman (espírito mais elevado)”.
Portanto, devemos estudar Pitágoras e reconhecer que Deus, os Elohim ou cosmocratores, em geral, são grandes matemáticos realizadores.
Nesse sentido, há outras referências valiosas, dentre as quais podemos acrescentar a sabedoria de antigos rituais gnósticos que ensina:
“Deus é a chama que crepita em tudo, a geometria vivificante de tudo. Por isso o número é Santo, é Infinito, é Eterno. Ali onde ELE reside não há diferenças, a Variedade é a Unidade.”
Há um relato de várias fontes que faz parte do enorme acervo de “lendas urbanas” associadas ao mestre gnóstico Samael Aun Weor, lá pelos idos de 1970: conta-se que um de seus alunos mais próximos estudava engenharia e lhe disse que não conseguia entender um tema de matemática típico de sua carreira universitária. Samael, ao ouvir a dificuldade do estudante gnóstico, deu a ele e a outros uma profunda aula de matemática inteira, com equações e tudo. E o melhor, o sábio gnóstico explicou a eles que essas equações surgem no mundo causal, do mundo das causas, da Vontade Divina. Explicamos: pessoas que desenvolvem suas capacidades intuitivas superiores, que visitam à vontade o mundo das causas naturais, o ambiente dos arquétipos, têm muita intimidade com a matemática.
Um exemplo claro de que os números podem ser vistos como entidades sagradas e deuses vivos encontra-se nos famosos “quadrados mágicos” (série de números dispostos em forma de quadrado, com igual número de linhas e colunas, na qual a soma em qualquer direção e sentido dá sempre o mesmo resultado). Utilizados na Astroteurgia Gnóstica, eles têm sido objeto de estudo ao longo da história da humanidade, em todos os tempos e culturas do mundo.
Há evidências de que os sacerdotes egípcios usaram os quadrados mágicos para prever o futuro e na China, no ano 2.200 a.C., o imperador Shu viu o quadrado mágico 3×3 em uma carapaça de tartaruga no rio Lo.
Há muita literatura mostrando que Apolônio de Tiana utilizou Os Quadriláteros Perfeitos, assim como Cornélio Agripa e Paracelso, dentre outros.
Atualmente, nas escolas primárias e secundárias, são recomendados como recursos didáticos de cálculo.
Da mesma forma, um lugar especial merece a Geometria da Natureza ou Geometria Sagrada, associada aos grandes construtores de pirâmides e catedrais e à arte em geral.
O estudo do número áureo, da proporção áurea, da sequência de Fibonacci, dos fractais e da simetria bilateral na Natureza confirmam que a Matemática não é uma ciência criada pelos seres humanos, como muitos sustentam no materialismo científico. Como muitas das maravilhas da natureza, não se trata de uma criação humana, mas sim de uma descoberta da humanidade.
Outro exemplo interessante pode ser encontrado na necessária correspondência que deve ser feita entre música e matemática.
O estudo da lei da oitava não é completamente compreendido sem a matemática e a ciência das vibrações.
Isso nos leva a entender que não apenas as leis do Três e do Sete são matemáticas, mas as famosas 48 Leis que regem o mundo físico (estudadas pela Gnose Moderna) estão sujeitas a princípios matemáticos, como as leis do ritmo, do retorno, da recorrência e do julgamento dos desencarnados, entre outras, através dos Axiomas do Número, do Peso e da Medida.
Além disso, os ensinamentos Samaelianos indicam que a própria morte física (ou novo nascimento, se encarado do outro lado da “equação”) é uma operação matemática que considera duas parcelas: (I) os valores positivos (virtudes ou darmas) e negativos (defeitos ou karmas) com os quais nascemos; (II) acrescidos ou decrescidos da parcela de nossas ações ao longo da vida. Entretanto, os valores liberados na morte mística (eliminação do ego e afloramento de virtudes) são positivos, enquanto a morte física deve ser considerada como uma subtração matemática.
O estudo da Astrologia Hermética não poderia ser realizado na ausência de princípios astronômicos e astrofísicos, não sendo possível negar que a Astronomia e a Astrofísica, sem dúvida, dependem inteiramente da matemática.

Matemática, Tecnologia e Desenvolvimento de Potencialidades Humanas

Aprofundando ainda mais e explorando agora um sentido prático da ciência-filosofia-arte-mística dos números, é sabido que a matemática tem aplicações científicas (engenharia, tecnologia, medicina etc.) e também usos financeiros (mercado, ações, investimento, estudos de viabilidade econômica e financeira de projetos de infraestrutura), no caso da matemática aplicada.
Quando se estuda a matemática aplicada em seus detalhes – algo que poucas pessoas fazem, simplesmente por falta de afinidade ou por não conhecerem a linguagem e as ferramentas da matemática – vemos como a matemática vai além dos números e das fórmulas, pois relaciona coisas abstratas com o conhecimento concreto.
Entre outras coisas, a matemática aplicada, muitas vezes embasada na matemática pura, estuda números, formas, magnitudes e possibilidades.
Cada ferramenta matemática listada abaixo, por exemplo, se estudada, compreendida, aplicada e meditada, fornece extensos ensinamentos gnósticos e “insights” que vão muito além da mera racionalidade, pois resultam em princípios filosóficos, místicos e até espirituais:

  • Cálculos infinitesimais (diferenciais e integrais): amplamente utilizados em física e engenharia, para estudar como as grandezas físicas variam e se acumulam. Quando há movimento ou crescimento em que atuam variáveis ​​que produzem por exemplo a aceleração dos corpos, a matemática a ser utilizada é o cálculo infinitesimal.
  • Operadores de geometria vetorial como Gradiente, Divergente, Rotacional e Laplaciano, amplamente utilizados no estudo de ondas eletromagnéticas e irradiação (propagação) em geral.
  • Álgebra Booleana (base de toda lógica digital, dos computadores, da Inteligência Artificial) e Álgebra Matricial (base da matemática transfinita, que admite infinitas dimensões matemáticas).
  • Cálculos Estatísticos, base da ciência que prevê o clima, o mercado, as nações, as populações etc., que também sustenta toda a Futurologia Científica.
  • Cálculos financeiros, que são utilizados para verificar a viabilidade de um projeto com suas variáveis ​​de risco, receitas esperadas e custo de financiamento ao longo do tempo. Com essas informações são definidos parâmetros importantes para tomada de decisão quanto a um negócio/empreendimento/investimento, como a taxa interna de retorno do investimento, a depreciação do ativo imobilizado e o cálculo do valor presente líquido ou valor presente. Sem a matemática aplicada às finanças não seria possível saber se um projeto ou investimento é viável ou não.
  • Os números sagrados utilizados nas artes e que estão presentes em todo o universo, desde a hélice do DNA até as galáxias espirais, como Pi (3,1416), Fi ou seção áurea (1,618) e o número de Neper (base logarítmica 2,718).

E a matemática vai mais além, pois ela é a base do desenvolvimento tecnológico e científico da humanidade. A ciência dos números permitiu ao ser humano compreender os fenômenos da Natureza e do Cosmos, para que ele utilizasse as forças e leis da natureza a seu favor.
Porém, é importante esclarecer que quando o ser humano consegue verificar os fenômenos que observa com suas equações, não inventa leis, apenas as descobre.
As chamadas leis de Newton e de Kepler, entre outras, são demonstrações matemáticas relativamente recentes, que explicam por que o Universo é como é. Usando cálculos de expansão do Universo, as estimativas atuais indicam que o Cosmo físico (pelo menos nesta última manifestação do Big-Bang) tem cerca de 14 bilhões de anos.
Recentemente, a matemática aplicada à física de partículas levou a um modelo de Universo em que tudo se reduz a “cordas” vibrando intensamente e aglutinando-se entre si.
Na física quântica, as equações matemáticas têm solução se partirmos do princípio da simetria universal e de um espaço multidimensional com 10 níveis ou cordas. Simetria sagrada: a moderna física quântica fala em 10 vibrações ou cordas; a cabala nos ensina os 10 Sephirotes ou Esferas Divinas; o ser humano tem 10 dedos nas mãos e nos pés.
Em suma (que se origina de soma, resultado, conceito elevado, ideia final): o universo foi revelado aos seres humanos com a complexidade e simplicidade das fórmulas matemáticas.
Por isso, o velho e intuitivo Galileu Galilei afirmou: “A matemática é a linguagem com a qual Deus escreveu o Universo”.

Matemática e Filosofia Gnóstica

É extraordinário o estudo da filosofia da matemática e sua aplicação espiritual, com base na recomendação de Samael Aun Weor de “meditar sobre fórmulas físicas”.
Um exemplo disso é o estudo da segunda lei de Newton, que se resume na fórmula: F= (m)x(a), que, em palavras, pode ser definida assim: “para uma massa entrar em movimento acelerado é necessária a aplicação de uma força”.
Reflita um pouco caro leitor, dentro de você, em sua psicologia, em seu caminho espiritual: o que seriam essa “força”, essa “massa” e essa “aceleração ou crescimento da velocidade” ?
Cita também o mestre gnóstico da atualidade a famosa equação da relatividade de Einstein: E = (m)x(c2), equivalente a afirmar que: “a energia contida numa quantidade de massa pode ser expressa ao se considerar a velocidade da luz ao quadrado, ou seja, aplicado em duas oitavas sobre si mesma”. Novamente sugerimos uma reflexão íntima: como você pode elevar suas vibrações, a partir de seu corpo físico ? O que é, dentro de você, esta luz aplicada ao quadrado, ou em duas direções dimensionais ortogonais ?
Ao vislumbrarmos as conclusões filosóficas profundas advindas de fórmulas matemáticas, entendemos porque Samael ensina que “o número é sagrado, é infinito, é eterno”, e que podemos ver os números como entidades sagradas, deuses vivos.
Portanto, a matemática, como ciência que constrói uma ponte entre a filosofia e a mística, incluindo o estudo estético na música e nas artes (a seção áurea, a lei das oitavas), sintetiza a Gnose em seus quatro pilares (ciência, filosofia, arte e mística).
Seria muito longo descrever a profunda filosofia e mística contidas em entes matemáticos elevados como postulados (premissas), teoremas (afirmações comprovadas) e axiomas (verdades universalmente aceitas), mas em todos eles há profunda sabedoria gnóstica.
Não é surpreendente, portanto, que alguns dos filósofos mais profundos e eternizados da humanidade, como Fo-Ji (I-Ching), os fabulosos hindus védicos, os maias, os egípcios e os gregos, só para citar alguns, sempre tenham trabalhado com a união perfeita entre a Matemática e a Filosofia.
Sergio Linke, instrutor da Associação Gnóstica de Fortaleza, Brasil, ilustrando essa ideia afirma que “o artista tem uma matemática intuitiva em seu profundo sentido estético; o filósofo usa matemática reflexiva quando conjectura sobre o abstrato das verdades universais; o místico saboreia os números e formas geométricas nas inúmeras manifestações perfeitas da Natureza e, claro, o cientista tem os números como ferramenta do seu dia a dia.”
Samael Aun Weor coloca ainda profundos conceitos matemático-filosóficos em sua Gnose, como o Nihilo Imanifesto (lei do zero), o Uno Emanador (lei do 1), o Duo Manifestador, o 3 Criador (lei de Triamazikamno), o 7 Organizador (lei de Heptaparaparshinock) e o Infinito, como o Sagrado Sol Abstrato Absoluto, que se funde com o zero, em uma espiral divina de absorção e de emanação – isso é matemática pura e transfinita. Novamente a Gnose das Leis Transfinitas.
Nessas conexões entre Matemática e Filosofia, é necessário especificar que a Dialética Gnóstica enfatiza a necessidade de se encontrar a síntese, o ponto médio, a não dualidade de qualquer conflito característico deste mundo de polaridades, para escapar da perigosa “heresia (dogma ) de separatividade”.
É urgente aprender a refletir e utilizar a terceira força (nem tese, nem antítese, mas sim síntese), o chamado “Zero Inicial” ou “Vazio Iluminador” da filosofia gnóstica, ou ainda o “Caminho do Meio” de Buda.
Por isso Samael sintetiza: “A ação lacônica do Ser, como manifestação concisa, é o movimento que o Real Ser de cada um de nós (o Íntimo) realiza de forma sintética, matemática e exata como uma mesa pitagórica”.

A Intuição Matemática

Mais pérolas de sabedoria samaeliana: “o mundo das intuições é o mundo da matemática”, “as fórmulas matemáticas conferem conhecimento intuitivo” e “quem quiser despertar a intuição deve estudar Física e Matemática.”
“O gnóstico que quiser ascender ao mundo da intuição deve ser matemático, ou pelo menos ter noções de aritmética. As fórmulas matemáticas conferem conhecimento intuitivo. As fórmulas de Kepler e Newton podem ser usadas para nos exercitar no desenvolvimento do conhecimento intuitivo.”
Dentre as grandes escolas matemáticas estão os logicistas, por um lado, e os intuicionistas, por outro. Isto é, há matemáticos que fazem matemática utilizando o método dedutivo, análise e raciocínio lógico. Outros matemáticos fazem matemática intuitiva.
Um exemplo disso é encontrado no filme “O Homem que Conheceu o Infinito”, a história de Srinivasa Ramanujan, um matemático indiano que, devido às suas habilidades surpreendentes, estudou em Cambridge e se tornou membro da Sociedade Matemática de Londres.
Há mais de 100 anos, o sábio hindu chegou a diversos resultados que até hoje são conhecidos como Matemática de Ramanujan, especialmente nas áreas de análise matemática, teoria dos números, séries infinitas e frações continuadas. Ele também foi autor de trabalhos usados até hoje para o âmbito da medicina do câncer e da informática (nascente na época), que redundam atualmente na Inteligência Artificial.
Porém, não podemos esquecer que, para ascender ao conhecimento intuitivo, a didática ensina primeiro a alcançar o conhecimento pela inspiração e, previamente, o conhecimento pela imaginação.
Segundo a definição tradicional de Gnose encontrada nos dicionários, como “conhecimento intuitivo das coisas divinas”, o tipo de intuição privilegiada nos estudos gnósticos é aquele que nos permite compreender a realidade suprema.
Entretanto, num sentido mais amplo, a intuição, juntamente com a inspiração e a imaginação, constituem três tipos de conhecimento superior que são atualmente reconhecidos como indispensáveis ​​para a formação de “soft-skills” (competências pessoais) em profissionais e gestores de empresas contemporâneas.
Os relâmpagos intuitivos são sintéticos. A intuição é a chave para uma tomada de decisão rápida. Às vezes, a decisão tomada é uma espécie de arrebatamento (revelação inesperada), como acontece com grandes enxadristas em suas tentativas de vitória.
Grandes jogadores de xadrez intuitivos têm a capacidade de encontrar a melhor opção prática sem consumir muito tempo em cálculos e, portanto, no relógio. Assim, para Garri Kasparov, várias vezes campeão mundial de xadrez, a experiência e a intuição são tão importantes quanto a capacidade de analisar os fatos. A intuição não apenas nos diz o que e como, mas também quando.
Além da imaginação e da inspiração, podemos alcançar o ápice da intuição criativa. A intuição é algo diferente da análise lógica. A intuição é a capacidade de conhecer, compreender ou perceber algo de forma clara e imediata, sem a intervenção do intelecto, sem a necessidade de realizar raciocínios complexos.
A intuição é uma habilidade cognitiva que não requer o uso da lógica, uma vez que a lógica humana, tal como a conhecemos, é dualista, baseia-se na luta dos opostos.
Como exemplos de conceitos dualistas temos bem e mal, certo e errado, rico e pobre, alto e baixo, meu e seu.
Ou seja, a lógica, como característica do pensamento vertical e focal, separa, divide, classifica, dá o termo “razão” que significa divisão. A lógica analisa, quebra (divide).
Complementarmente, a intuição, como característica do pensamento expansivo e sistêmico, unifica, reorganiza. A intuição sintetiza (integra).
Em termos filosóficos, especificamente relacionados com a Gnoseologia ou Teoria do Conhecimento, é necessário um pensamento monista e holístico, que permita o acesso à intuição.
Monismo é a doutrina filosófica que sustenta que a matéria e o espírito, o físico e o psíquico, como aspectos da realidade, são idênticos em sua essência, ou seja, que a realidade última é composta inteiramente de uma única substância. No campo religioso, ele será a divindade suprema. Para os gregos, essa substância primordial era chamada de Arché ou Arké. Para os hindus, é Akasha.
Uma intuição é uma ideia que possui as duas propriedades fundamentais de uma realidade concreta e objetivamente dada: imediatismo (evidência intrínseca) e certeza (não uma certeza convencional formal, mas uma certeza imanente e praticamente significativa).
Em entrevista à BBC Mundo, o ganhador do Prêmio Nobel de Física, James Peebles, explicou que formulou em 1982 a teoria da matéria escura porque é simples e direta, oriunda de pura intuição.
E ainda assim, essas informações tão amplas e ricas sobre as bases científicas da matemática como origem e suporte de tudo, podem parecer incompreensíveis para um cidadão reflexivo comum, dada a complexidade do raciocínio, dos termos e das fórmulas.
A boa pista para sair deste labirinto é dada por Samael Aun Weor: use sua intuição, querido leitor.
Samael ensina um exercício para “afinar o coração” e despertar a faculdade da intuição: a prática gnóstica mântrica de vocalização da vogal O. O praticante deve se concentrar no coração, vocalizando e alongando o som, assim: OOOOOOOOOOOOOOOOOOO. Haverá resultado se a prática for executada de forma consciente e constante, pelo menos uma hora por dia e durante pelo menos um ano.
Ao despertar o poder da intuição, você será um aluno melhor, um notável explorador do seu próprio mundo interior, com capacidade excepcional de ler e compreender a natureza dos números e sua expressão na matemática.

Além de Euclides

Exemplos muito ilustrativos da concepção geométrica do mundo encontram-se na obra O Livro Amarelo, em que Samael Aun Weor transcende os postulados da Geometria de Euclides, com base em princípios já reconhecidos desde o início do século XX pelas geometrias não euclidianas.
Sobre esses princípios, com a síntese conceitual que o caracteriza, cita Samael: “O paralelo único não existe. O espaço tridimensional absoluto e dogmático do geômetra Euclides é improvável e falso.” Neste livro o mestre gnóstico Samael explica, entre outros elementos matemáticos interessantes, que o espaço é multidimensional e que a quarta dimensão é hiperespacial, o que podemos e devemos relacionar com ondas eletromagnéticas e, mais modernamente, até com a relatividade e a física quântica.
Em relação à quarta dimensão, reconhecida pelos físicos desde o início do século XX, em seu livro O Parsifal Revelado, Samael coloca a frase nos lábios de Gurnemanz: “O tempo é espaço aqui”. Já no livro O Cristo Social, Samael aborda a questão dos hipersólidos ou corpos quadridimensionais. Explica também que os fenômenos da Natureza se processam dentro dos conceitos de tempo, espaço e movimento.
O espaço é multidimensional. No entanto, percebemos o mundo de acordo com nosso sentido espacial. Percebemos o espaço tridimensional, ou seja, observamos linhas, planos e sólidos. Com o sentido espacial desenvolvido, poderíamos perceber a quarta, a quinta ou até a sexta dimensão.

A lógica superior

Na Mensagem de Natal 1967-68, intitulada Os Corpos Solares, Samael aborda o tema da matemática transfinita desenvolvida por George Cantor que, para esse fim, juntamente com a análise da multidimensionalidade do espaço e da lógica superior, nos recomenda a prestar muita atenção a Pedro Ouspensky, especialmente às suas obras Um Novo Modelo do Universo e O Tertium organum.
Nesta obra, o gênio gnóstico contemporâneo Samael parte da lógica dedutiva para nos levar à lógica superior, ao terceiro cânone do pensamento ou tertium organum. Existem três métodos diferentes: os dois primeiros são dedução e indução; mas o terceiro existiu antes dos outros dois.
Essa lógica que surge ao colocarmos sabiamente a parte superior do centro intelectual a serviço do coração, tem seus próprios axiomas, como os seguintes, citados por Samael Aun Weor: “Tomando os axiomas de Aristóteles como modelo, poderíamos expressar de forma inteligente o principal axioma da lógica superior da seguinte forma: ‘A é A e não A’. ‘Tudo é A e não-A.’ A fórmula lógica: A é A e não A, corresponde a uma certa fórmula matemática transfinita que diz: ‘uma grandeza pode ser maior ou menor que ela mesma’ ”.

Conclusões

O conjunto de relações que poderíamos fazer entre a Gnose e a Matemática é inumerável.
É impressionante, como vimos, a maneira com que a Filosofia dos Números se entrelaça com a Ciência da Quantidade, a Arte da Geometria Sagrada e a Mística do Uni-Verso-Criador.
Este mistério em muitas épocas foi altamente iniciático e sua divulgação a externos era até punido com a morte.
Mas nos atrevemos a afirmar que este segredo continua sendo reservado somente aos “eleitos”, mas agora num sentido mais amplo: àqueles que se auto-elegeram para investigar os belíssimos tesouros da ciência-filosofia-arte-mística chamada de Matemática.
Você agora é chamado a adentrar este maravilhoso Vestíbulo do Sagrado Templo dos Números, querido leitor, interessada leitora. As condições são:

  • Estude a matemática sem preconceitos e com leveza, como se nunca a tivesse visto;
  • Aguce sua Intuição criadora, nutrindo a imaginação e a inspiração, como ensina a Gnose de Samael Aun Weor. Meditação Serena Profunda é o caminho;
  • Não use somente a mente e o raciocínio para chegar às conclusões; a matemática é uma musa muito exigente. Para ser conquistada presenteie-a com emoção, carinho, amor. Coração e intuição são as joias que Ela mais aprecia;
  • Trabalhe intensamente com a Psicologia do Despertar da Consciência, para manter a mente límpida e fluente. Que teu pensamento seja um instrumento não nas mãos do ego, mas sim do Íntimo, do Ser, da tua Sagrada Mônada Imortal.

Este foram passos percorridos por gênios como Pitágoras, Hipátia de Alexandria, Al-Kwarismi, Fibonacci, Elena Piscopia, Kepler, Caroline Herschel, Newton, Leibniz, Gauss, Sofya Kovaleskaya, Ramanujan, Maryam Mirzakhani.
Portanto, agora fazemos este convite a você, querido leitor, estimada leitora, para que se motive e comece a saborear as maravilhosas interrogações que a abstração dos números nos evoca no infinito de nossas almas.
Nossa Alma é uma fagulha do Divino; e eles se comunicam por matemática !

Academia Gnóstica Internacional, agosto de 2024: Fernando Navarro (México),
Gerardo Aldana (Colômbia), Jorge Galindo (Guatemala) e Sergio Linke (Brasil).

Pai-Mãe Divino – Oração Pai Nosso (parte 3)

A Oração do Pai Nosso: “a busca de uma profunda amizade com quem sabemos que nos ama” (**) Na parte 1 deste artigo que trata dos Mistérios do Pai-Mãe Divino, abordamos a beleza da unicidade da criação, manifestando-se de forma complementar e cooperativa em seus lindos aspectos masculino e feminino. Na parte 2 estudamos as 7 Funções Sagradas do Eterno Masculino e do Eterno Feminino de Deus, vendo estas manifestações nas ações divinas concretas em nossas vidas. E finalizando essa “trilogia”, elaboramos esse artigo para orientação de Meditação Mística Gnóstica, onde cada frase deve ser refletida, meditada, pois foi inspirado e desenvolvido com base nos livros dos Mestres Samael Aun Weor, especialmente no Livro Catecismo Gnóstico (trecho marcado com * no texto),  na obra de Teresa D’Avila, em especial no  livro Caminho de Perfeição (marcado com **), na obra de João da Cruz, nos ensinamentos de Jesus, em especial no Sermão da Montanha (marcado com ***), assim como de todos os demais seres iluminados que nos ajudam constantemente a trilhar o caminho da Iniciação. Continuemos, portanto, nossa jornada, onde veremos um maravilhoso método de Conexão com o Pai, ensinado por Jesus e conhecido como a Oração do Pai Nosso. Antes de iniciar sua vida pública, Yeshua Ben Pandirá (Jesus) passou 40 dias de silêncio e meditação no deserto, marcando as colinas de Kurum Hattin (próximas ao lago de Genezaré), com sua primeira mensagem divina. Foi nesse lugar onde Ele proferiu o que conhecemos hoje como “o Sermão da Montanha”. Todo esse belíssimo texto pode ser encontrado no evangelho de Matheus capítulos 5 a 7. O texto é composto de ensinamentos esotéricos profundos, apesar de ter sido proferido em campo aberto a todos que lá estavam. O Sermão da Montanha, para ser compreendido, deve ser meditado, deve ser lido com a alma, para que assim possamos ouvir o nosso Sermão da Montanha Interno, que há de ser proferido pelo nosso Cristo Íntimo. Ele é integralmente espiritual e cósmico; não é uma teoria que devamos crer, mas sim uma realidade que devemos “Ser”. Diz Uberto Rohden: “Nele se encontram o oriente e o ocidente, o brahamanismo e o cristianismo e a alma de todas as grandes religiões da humanidade por que é a síntese da mística e da ética, que ultrapassa todas as filosofias e teogonias meramente humanas”. É no evangelho de Matheus (capítulo 6) onde o Salvador nos ensina como podemos nos comunicar e conectar com o nosso Pai Interno, e com o Pai de nosso Pai, ditando a primeira Oração da era cristã: O Pai Nosso! Essa oração é um verdadeiro tesouro capaz de nos elevar ao mais profundo êxtase se pronunciada com devoção e profundo Amor. Façamos então consciência de sua dádiva para usufruir dos dons que ela nos proporciona, nos recolhendo internamente, libertos das amarras do mundo e seguindo as orientações de Yeshua Bem Pandira, quando diz: Quando orares, entra no teu aposento, e fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê em oculto, te recompensará. (**) Porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes mesmo de pedirdes. (**) E fala assim…. PAI NOSSO QUE ESTÁS NOS CÉUS SANTIFICADO SEJA O TEU NOME VENHA A NÓS O TEU REINO SEJA FEITA A TUA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NOS CÉUS O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DÁ HOJE Porque tu és o doador de todos os bens meu Senhor! (**). PERDOAI AS NOSSAS OFENSAS ASSIM COMO PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO, MAS LIVRAI-NOS DE TODO MAL, AMÉM Heloisa Pereira Menezes é nutricionista, profissional de logística do mercado financeiroe instrutora de Gnose da Associação Gnóstica de Fortaleza, março de 2025

Leia mais »

Pai-Mãe Divino – suas Funções Sagradas (parte 2)

PAI-MÃE DIVINO – SUAS FUNÇÕES SAGRADAS (PARTE 2) Na parte 1 deste artigo que trata dos Mistérios do Pai-Mãe Divino, abordamos a beleza da unicidade da manifestação da criação, manifestando-se de forma complementar e cooperativa em seus lindos aspectos masculino e feminino, estendendo-se pela esfera da criação desde o cosmos sideral até o microcosmo humano. Continuando nossa jornada na construção de uma sagrada interação amorosa, real e criadora, vejamos agora as Funções do ETERNO MASCULINO DE DEUS e do ETERNO FEMININO DE DEUS. Todos esses aspectos (masculino e feminino) agem no mundo em todos os cosmos (ordens ou dimensões do universo), e podem se expressar através de 7 funções sagradas. Assim como as funções do Eterno Feminino de Deus (EFD) estão ligadas à nutrição, à interiorização, à força centrípeta (para dentro), as funções do Eterno Masculino de Deus (EMD) estão ligadas à expansão, ao movimento exterior, à irradiação ou às forças centrifugas, que se expandem, as forças emissoras do universo (a Respiração de Brahama). Vamos então agora entrar na barca do conhecimento e navegar pelas 7 funções sagradas do Eterno Feminino e Masculino de Deus para poder vislumbrar no horizonte de nossa existência, a terra firme da Sabedoria. 1- GERAR Vamos imaginar os primeiros instantes da maravilha da criação do universo.O instante inicial onde nada existia: somente o “Deus desconhecido”, denominado também como Agnosthosteos, Aquele que encerra todo o poder, toda luz, toda escuridão, tudo que foi, é e será.É o PAI-MÃE – o Imanifestado.Nesse momento surge então a primeira grande lei do universo que é a vontade de Deus de crear. É nesse instante que esse Creador se divide em PAI E MÃE.A Mãe é a matéria primordial, o substrato, a atração para amalgamar; já o Pai é a energia primordial, o movimento, a expansão para disseminar.E o amor que os une é o Espírito Santo Cósmico , o amor do Filho, do Cristo, da vida, da união. Aquele que une, que constroi.Nessa conjunção perfeita do Pai Cósmico, da Mãe Cósmica e do Espírito Santo Cósmico é que  o grande Pai e  Mãe exercem sua 1ª função sagrada: GERAR Gerar a vida no útero de sua amada, e assim crear tudo o que há no universo: os mundos, sóis, planetas… É aí que se encontra a essencia da Lei da Criação, a Lei do 3 , o gnóstico Triamazikamno – que significa, o três criando através do amor. Por correspondência no ser humano, assim como o óvulo na mulher aguarda a chegada do espermatozoide para que a geração se efetue, o EFD, a mãe Terra, a mãe planeta, aguarda os raios do Pai Sol para que a vida seja gerada em seu ventre (a Terra).É lindo imaginar que no plano macrocósmico a função de gerar do EMD implica em irradiação, em movimento, em busca para encontrar o óvulo, encontrar a Terra (e a terra) para que os raios do sol possam penetrá-la. Ele só cria se encontrá-La; Ela só cria se encontrá-Lo. E a Vontade de Deus é justamente permitir que isso aconteça : “o beijo de amor creador”. Um exemplo prático desse amor pode ser constatado na fotossíntese que é o processo que transforma a energia luminosa do Sol em energia química, transmutando elementos e produzindo oxigênio e açúcares. Nós Seres Humanos e a maioria dos outros seres de nosso planeta somos totalmente dependentes desse ato de amor! Ao PAI compete buscar, ir além, movimentar, buscar alimento. E é por isso que temos sempre ligado ao homem o arquétipo da caça, o arquétipo de “sair de casa” para buscar o alimento; e o arquétipo de “ficar em casa”, no lar, sempre ligada à mulher, cuja função de nutriz é aguardar o alimento que deve ser trazido pelo macho para assim poder prepará-lo e distribuir à família, ao grupo de seres abrigados pelo lar, seja ele uma casa num bairro simples, uma mansão milionária, a cidade em que moramos, nosso próprio planeta ou todo o Universo com seus bilhões de galáxias. Claro que são exemplos da natureza como um todo e que se adaptam conforme os costumes etc. Mas queiramos ou não, gostemos ou não, são responsabilidades Universais que temos que assumir perante as Leis e administrar. Isso não significa que, no âmbito humano, a mulher não possa estender suas funções e o homem não deva ampliar seus deveres. 2- GESTAR e SUSTENTAR         Ao gerar, todo pai sabe que cabe a ele sustentar seu rebento, seu filho. Portanto, assim como em sua 2ª função a Mãe Divina gesta, ou seja, prepara sua cria no seu ventre, o Pai Divino tem como 2ª função sustentar sua família, sua prole. Trazer o alimento, trazer a luz do Sol, aquecer, trazer aquilo que a Mãe precisa para gestar. Apesar da vida se desenrolar no ventre da Mãe, é o Pai, no seu sagrado ofício, quem trabalha constantemente para que a vida de seu filho seja provida de alimento físico e espiritual. A luz do Sol busca a Terra, a penetra, permitindo tanto o início da vida como o sustentar de toda vida. Eis aí o grande segredo da transubstanciação, da eucaristia onde o Pai Sol impregnando com sua energia sagrada o trigo e a uva, sustenta seus filhos no caminho espiritual. Esta é a Liturgia da Vida, a qual, no âmbito das comunidades humanas, pode ser despertada mediante a sábia operação da magia gnóstica. Essa luz do Pai é o sustento energético, sem o qual nenhuma vida existe, pois, essa é a luz da vida que permite a realização dos processos bioquímicos e fisiológicos em todo ser e que vão ser processados pela Mãe na sua função de gestar. Da mesma forma é Ele quem alimenta, quem sustenta os nossos processos espirituais sagrados que serão imprescindíveis para nosso crescimento interno. PAI e MÃE são a unidade múltipla e perfeita, são o 2 em 1 e o 1 em 2 (Duo in Uno – Uno em Nihilo). Um não existe sem o outro. Eles coexistem em perfeição. Esse é o casal divino!

Leia mais »

Pai-Mãe Divino – os Mistérios do Uno (parte 1)

PAI-MÃE DIVINO – OS MISTÉRIOS DO UNO (PARTE 1) A grande maioria das pessoas que compõem nossa civilização ocidental, muito provavelmente tiveram uma formação religiosa onde “Deus” é visto como um ser antropomórfico, autoritário, vingativo e claro, masculino.Isso é um reflexo de séculos e séculos de uma conduta equivocada e deliberada, tanto da sociedade como de todas as estruturas filosóficas, religiosas e sociais vigentes, nos diversos momentos de nosso passado.Na Gnose sabemos que Deus é Pai e é Mãe, e que um não existe sem o outro.O mestre gnóstico Samael Aun Weor nos ensina que os movimentos mecânicos, tanto dos indivíduos quanto da sociedade, são regidos por uma lei chamada de A Lei do Pêndulo, onde em um momento estamos num extremo e logo depois nos colocamos no ponto antagônico a ele (no extremo oposto).Portanto, da mesma forma que no passado, durante muito tempo, nos dedicamos a um “Deus Pai”, agora corremos o risco de nos direcionarmos, ou melhor, nos identificarmos e valorizarmos somente um “Deus Mãe” (como vemos hoje em muitos grupos equivocados, onde o homem, o elemento masculino, é retirado e somente a mulher é valorizada e aceita).Deus é unidade, não se divide.Deus se manifesta isso sim, em diversos aspectos, dentre os quais alguns são de responsabilidade da Deusa-Mãe e outros do Deus-Pai. Simplesmente uma questão de ordem.Assim que, em tudo que fazemos, pensamos, projetamos etc., devemos buscar o equilíbrio, o fiel da balança, como forma de manifestar as duas forças dessa unidade múltipla e perfeita.Falar da Mãe é também falar do Pai.Todos os aspectos e funções de cada um deles são complementos perfeitos um do outro.Enquanto não tivermos isso profundamente arraigado e compreendido, sofreremos de uma sociedade abusiva, intolerante e irracional.E como nos aproximar desses aspectos divinos? A resposta se encontra na reflexão de outra questão: Como agimos quando queremos fazer amizade com alguém?Começamos por nos aproximar dessa pessoa, prestar mais atenção nela, nos interessar por seus hábitos, seus gostos, suas atitudes, seus valores etc.Inicialmente buscamos de forma inconsciente uma complementação, ou um exemplo para nos espelhar e nos ajudar a caminhar, seja qual for o caminho, e se essas características forem adequadas às nossas expectativas, nossa admiração aumentará.  Então tudo o que essa pessoa fizer ou pensar será importante para nós.Começamos depois a trocar ideias, opiniões, conselhos, e nessa troca constante e amigável nascerá uma amizade.Da mesma forma será com a nossa Mãe Divina e com nosso Pai Interno.Comecemos por nos aproximarmos deles (reaproximarmos) através da atenção constante em suas manifestações. Estudá-los em todos os seus aspectos e funções. Ver sua ação na realidade do mundo que nos cerca, interna e externamente. Buscá-los dentro de nós com palavras simples, mas sinceras. Confiar na graça divina de que seremos ouvidos e atendidos no melhor para todos nós.Aos poucos, os ouvidos do nosso coração irão se abrindo, e seremos capazes de ouvir a Sua Voz Suave e silenciosa em absolutamente tudo.Para Teresa D’Avila isso se chamava “oração”, que nada mais é do que construir uma intimidade, uma amizade sincera e profunda com Aquele ou Aquela que sabemos que nos amam.É assim que nos aproximamos de Nossos Pai-Mãe Internos. É assim que mais além de conhecê-los, iremos vivenciá-los.Que tal então iniciar isso agora mesmo, lendo e refletindo sobre seus aspectos e funções? Vamos lá…. Para começar, vamos relembrar os Aspectos da Mãe Divina, do Eterno Feminino de Deus, e assim ampliar nossa compreensão do TODO DIVINO PAI-MÃE, que são expressões que transcendem formas religiosas ou meras opiniões. Por simples correspondência às Leis do Universo, é no feminino (mulher na representação humana) onde se inicia todo processo de vida, da formação de um novo ser. Ela gera, gesta, dá à luz ao rebento, alimenta-o, cuida, educa etc. Por isso o 1º aspecto da Grande Mãe é a Mãe Cósmica, aquela que gera e gesta seus filhos (sóis, planetas, mundos etc.). Aquela que através da sua matéria primordial forma tudo o que há em seu ventre profundo. A Grande noite Cósmica. Ela também cria a gravidade e por isso, tudo vai se especializando, se afunilando, se particularizando, para cuidar de seus filhos de maneira mais atenta. Então vemos surgir seu 2º aspecto, a Mãe Natureza. Natureza não só do planeta Terra, mas de todos os seus filhos. Cada um a tem perto de si, cuidando em suas especificidades e necessidades. E esse cuidado vai se fortalecendo ao se desdobrar como 3º aspecto: a Mãe Particular (de cada SER); e no 4º aspecto: a Maga Elemental, que cuida de nossa fisiologia e por fim no 5º aspecto: a Mãe Morte, Senhora de todas as transformações. Se por um lado temos uma Mãe Divina Cósmica, que representa a gravidade, a matéria, a Mater (mãe) do universo, por outro lado temos um Pai Cósmico que representa toda a expansão do universo, a irradiação, a energia do universo. Se temos uma Mãe Divina da Terra que é a Mãe Natureza, temos um Pai Divino do céu, o Pai Sol, o Pai da luz, o Pai irradiador que tudo nutre. Ele é o fogo do céu penetrante e quente, e a Mãe Divina é a água do planeta – dúctil, receptiva e adaptativa. Se temos uma Mãe Divina Interna uma Mãe Cósmica Particular, que nos acompanhada de instante a instante e que é nossa confidente e amiga, também temos nosso Pai Interno, um Pai Cósmico Particular que nos inspira e que é nosso herói Divino. Se temos uma Mãe Morte , a grande transformadora que se expressa e age em todos os cosmos e mundos, que nos acompanha internamente nos processos pós morte, temos  também Nosso Pai Morte, que sempre acompanha a grande Mãe Morte; Ele é nosso kaon interior (o acompanhamento da lei divina dentro de nós, um aspecto de nossa consciência), que representa a lei dentro de nós, que representa os lipikas que registram nossos atos e que nos julga internamente nos tribunais do karma, e nos orienta nos processos de retorno; Ele é também aquele que nos dá o Donun Dei, a

Leia mais »

Biomúsica e Terapia das Imagens: A Harmonia da Música e dos Símbolos na Transformação Interior

Biomúsica e Terapia das Imagens: A Harmonia da Música e dos Símbolos na Transformação Interior A Biomúsica e a Terapia das Imagens são abordagens terapêuticas inovadoras que integram música, imaginação e simbolismo para promover equilíbrio emocional e paz interior. A música, há milênios, é reconhecida como uma ferramenta de cura, capaz de despertar emoções profundas e transformar estados internos. Quando associada à visualização guiada e à exploração de imagens simbólicas, torna-se um poderoso meio de acessar o inconsciente, dissolver bloqueios e estimular a renovação interior. A Biomúsica tem suas raízes nas tradições ancestrais que usavam ritmos, cantos e instrumentos para induzir estados alterados de consciência e promover curas espirituais. No século XX, essa prática foi sistematizada como um método terapêutico que estimula a expressão emocional, melhora a saúde mental e fortalece o vínculo entre corpo e mente. Já a Terapia das Imagens se baseia no estudo do inconsciente coletivo, conforme proposto por Carl Jung, e no uso de arquétipos e símbolos para ressignificar experiências e integrar aspectos ocultos da psique. Na tradição gnóstica, Samael Aun Weor enfatizou o poder da arte como um dos pilares do desenvolvimento espiritual. Ele ensinou que a música superior e os símbolos arquetípicos podem atuar como portais para a transformação interior, permitindo que o buscador acesse estados elevados de consciência e compreenda realidades ocultas. Através da música e das imagens, é possível entrar em sintonia com forças superiores e receber inspiração direta do mundo espiritual, como acontece nos grandes mitos e nas visões dos iniciados. Os benefícios dessas abordagens são vastos: redução do estresse e da ansiedade, ampliação da criatividade, maior clareza mental e aprofundamento da percepção simbólica. Além disso, ao trabalhar com a linguagem dos sons e das imagens, a Biomúsica e a Terapia das Imagens auxiliam no desenvolvimento de uma consciência mais desperta e na superação de padrões limitantes, permitindo uma transformação genuína. O Workshop de Biomúsica e Terapia das Imagens da Associação Gnóstica de Brasília integra esses elementos, proporcionando uma vivência alinhada ao caminho gnóstico. Para Samael Aun Weor, os mitos e os sonhos contêm chaves fundamentais para a autorrealização, e a arte verdadeira deve servir ao despertar da consciência. Através da música, despertamos estados superiores de percepção, e por meio das imagens, acessamos os mistérios profundos da psique. Essa é uma oportunidade de experimentar, na prática, o poder da arte como canal de transcendência e autoconhecimento.

Leia mais »

A Libertação do Ego e o Caminho para a Verdadeira Felicidade

A Libertação do Ego e o Caminho para a Verdadeira Felicidade Desde a Grécia Antiga até o cristianismo primitivo e o gnosticismo, o conceito de ego sempre esteve associado ao conjunto de defeitos psicológicos que acumulamos ao longo da vida. Esses defeitos são agregados à nossa psique pelos maus hábitos, pelo descuido com a própria mente e pela entrega desenfreada aos prazeres e ambições.Na psicologia primordial grega e na filosofia original cristã (Philokalia), o ego é compreendido como um conteúdo psicológico negativo que nos leva ao erro e ao “pecado”, afastando-nos da harmonia divina. Ele é a raiz do sofrimento humano. O Ego na Perspectiva Gnóstica O gnosticismo traz uma visão distinta do ego em relação à psicologia acadêmica.Enquanto na psicologia convencional o ego é um elemento fundamental da psique e não pode ser eliminado, no gnosticismo o ego representa nossos defeitos psicológicos — e deve ser eliminado para que alcancemos a verdadeira libertação.Samael Aun Weor, mestre gnóstico contemporâneo, sintetizou essa verdade ao afirmar: “O ego é a raiz do sofrimento”.Na jornada gnóstica, romper as correntes do desejo, do medo e das ilusões nos liberta da falsa identidade que construímos a partir do que possuímos, sentimos ou pensamos.O ego nos mantém presos em um ciclo incessante de busca e insatisfação, esperando que algo externo nos preencha. No entanto, a plenitude sempre esteve dentro de nós. O Verdadeiro Caminho para a Felicidade A felicidade genuína não se encontra em posses, reconhecimento ou prazeres fugazes. Ela nasce no silêncio da mente, na paz de um coração livre e na consciência desperta. Quando dissolvemos e eliminamos o ego, nos libertamos do sofrimento e acessamos um estado de plenitude infinita — uma felicidade que não depende de nada externo, pois emana da conexão com o Ser, nossa Essência Interior Profunda.Aqueles que transcendem as ilusões da mente experimentam um estado de paz imutável, amor incondicional e liberdade absoluta. Nada pode afetá-los, pois já não há nada a ser defendido ou temido. Não há mais carência, pois tudo já é completo. Não há mais ansiedade, pois o tempo perde sua importância. Não há mais dor, pois compreende-se que tudo sempre fez parte do grande plano da existência.Esse estado não é uma utopia inatingível — ele está ao alcance de todo aquele que se propõe a despertar.Muitas pessoas passam a vida em busca da fama, do reconhecimento e da acumulação de bens materiais. Conquistam tudo o que muitos desejam, mas, no fim, encontram-se vazias, mergulhadas em tristeza, depressão e doenças. A própria experiência nos ensina que a verdadeira felicidade nunca virá de fora, mas sempre de dentro.Não é o ter, mas o ser. A busca desenfreada por algo externo para preencher o vazio interior apenas nos afasta da plenitude que já habita em nós.Por isso, tantos seres iluminados vieram à Terra e, mesmo sem possuir nada, tinham tudo. Eles compreenderam que a riqueza verdadeira não está nas mãos, mas na alma, e, ao encontrá-la, não puderam fazer outra coisa senão compartilhá-la com o mundo.Como diz a máxima espiritual: “Aquele que possui a luz, ilumina os demais.” Assim, os grandes mestres não guardaram para si a essência divina, mas irradiaram amor, sabedoria e paz, transformando a vida de muitos. Eles não buscavam reconhecimento, pois já haviam encontrado a Verdade dentro de si.A felicidade real não é uma meta distante, nem uma conquista exterior. Ela é um estado de ser, acessível a todo aquele que se propõe a despertar.Quando cessamos a busca incessante por algo fora de nós e voltamos nosso olhar para dentro, descobrimos que tudo o que sempre procuramos já estava ali: a paz imutável, o amor infinito e a liberdade absoluta. O Chamado à Transformação e à Verdadeira Felicidade Nosso Pai Interno nos convida constantemente a essa liberdade, mas cabe a nós escolher ouvir esse chamado. Nossa Mãe Interna, o fogo abrasador do Espírito Santo, pode purificar nossa psique se a nutrirmos e reverenciarmos corretamente.A chave está na atenção plena, na auto-observação e na vontade inquebrantável de retornar à Verdade. A felicidade absoluta não é um destino distante, mas sim nosso estado natural, o propósito de nossa alma.Quando nos despimos das ilusões do ego, o que resta é apenas luz, amor e plenitude eterna. Esse é o verdadeiro sentido da vida: ser um com a Verdade, ser um com o Divino, ser infinitamente livre.As escolas gnósticas oferecem técnicas práticas, objetivas e eficazes para a eliminação do ego, permitindo o florescimento das Virtudes da Alma. Tudo isso de maneira didática, gradual e serena, sem fanatismos ou ilusões.Que tal, então, buscar a felicidade de forma profunda e perene, no caminho certo e com os métodos corretos? Manoella de Paula Pessoa Vieira é advogada einstrutora gnóstica da Associação Gnóstica de Fortaleza.

Leia mais »

A maior Lei do Universo: o infinito e eterno SERVIR

A maior Lei do Universo: o infinito e eterno SERVIR Quando estudamos as vidas de grandes homens e mulheres, como Samael Aun Weor, Jesus Cristo, Buda, Milarepa, Teresa D’Avila, Clara de Assis, Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, padre Pio, irmã Dulce, Confúcio, Lao Tse, Paracelso, Joana Darc e tantos outros que perfumaram nossas civilizações , nos perguntamos….Por que nos lembramos deles ?O que nos faz lembrar deles ?Por que eles influenciaram sua geração e também muitas gerações posteriores ?Só há uma resposta: essa lembrança se perpetuou por aquilo que realizaram pelo próximo. São lembrados, em sua obra e sua doutrina, pela forma como isso impactou a humanidade, as pessoas.Recordamos do bem que fizeram, pois é pelas obras que se conhece o verdadeiro Ser Humano !O grande pesquisador e filósofo do século XX Samael Aun Weor nos ensina que o trabalho de todo servidor da divindade deve estar fundamentado em 3 fortes pilares:  morrer em si mesmo (eliminar seus defeitos), nascer em suas virtudes e servir a humanidade.Constatamos então que é no caminhar consciente pela existência (experiências que a vida nos proporciona, com suas pedras e flores) que poderemos “morrer” e “nascer”, mediante o imprescindível alimento que é o Servir a todos os seres.É impossível evoluir espiritualmente sem cooperar, sem servir!Certo dia, há muito tempo, voltando de sua longa caminhada pelas terras frias da Úmbria (Região da Itália), véspera de Natal, Francisco de Assis percebeu que as pessoas simples do lugarejo onde passava (símbolo de toda humanidade doente), ainda não compreendiam a essência daquela data. Então pediu licença a um estaleiro, um gentil homem, para usar um pequeno espaço externo em sua propriedade (estábulo). Depois também pediu a um pastor que trouxesse alguns animais. E o incrível: as pessoas, apesar do frio congelante do cair da tarde, começaram a chegar e chegar, maravilhados com a luz do entusiasmo de Francisco.E ele, em sua simplicidade, pediu a um jovem casal que lá estava que compusesse o cenário, colocando seu bebê na manjedoura, construída com simples palha e algumas folhas, e que também se colocassem ao lado dela. Sugeriu também o sábio de Assis que eles se ajoelhassem, cuidando da criança como joia delicada e preciosa.E então o milagre aconteceu: o céu resplandecente de um azul anil profundo mostrou sua beleza, fazendo brilhar sobre o estábulo uma linda estrela, que parecia compreender o que Francisco fazia.O astro resplandecente pairou sobre aquele estábulo cheio de vida, iluminando e cintilando de beleza.Todos os presentes, cheios de surpresa e curiosidade, silêncio e espanto, ouviram então as palavras de Francisco, que começou a lhes falar sobre o nascimento do Cristo.E assim nasceu o Presépio, marcante presença em todos os festejos natalinos em todos os países.Dessa forma simples e profunda serviu Francisco à humanidade, nos mostrando até hoje, através de um simples cenário com palhas, animais e personagens, o drama do nascimento do Cristo Intimo no coração dos homens e mulheres de boa vontade (Thelema).Da mesma forma também podemos falar de Milarepa, grande mestre budista que viveu no Tibete do século XII, e que após se libertar das mais profundas trevas de seus defeitos, realizou toda uma obra de serviço à humanidade, nas simples cavernas do Tibet, comendo urtiga, quase nu, sofrendo as terríveis agruras do frio intenso, as intempéries do clima. Nada interrompia a obra do grande santo tibetano: meditava, acolhia as almas sedentas de luz, sem bens, sem comida, sem vestes. Serviu e orientou centenas e milhares de pessoas, mostrando que, para servir, só é preciso Amar o Amor.Ah, e houve tantas mulheres Servidoras… Que tal representá-las em Teresa d’Avila, mestra da oração ? Com sua rebeldia e sua força mostrou aos prelados de uma época conturbada (Espanha do século 16 – época negra das pestes e da Inquisição) como é servir e construir uma obra, mesmo com tantas forças contrárias. Ela reformulou uma ordem decadente (a do monte Carmelo), enfraquecida pelas paixões humanas.Como mestra da oração, lutou de forma intensa contra suas próprias debilidades e defeitos psicológicos (tentações) para, junto com seu Amado João da Cruz, buscar restabelecer as bases cristãs puras para o mundo. Samael Aun Weor, um dos maiores escritores espiritualistas do século XX que através de seus grandes sacrifícios – possui mais de 100 livros editados – se esmerou em ensinar as diferentes formas de servir e amar, e mostrou que o suprassumo de todo serviço está em poder e saber ensinar ao ser humano o Despertar da Consciência, e manifestar o Cristo Social em sua própria vida. E observe: Samael abdicou de qualquer lucro sobre direitos autorais de seus livros: nasceu e viveu de forma pobre materialmente, mas adquiriu e distribuiu infinitas riquezas espirituais.Vamos conhecendo essas belas histórias e algo dentro de nós se mexe, podendo até nos levar a justificativas e evasivas: Eram uns loucos irresponsáveis.Eram incumbidos e protegidos por Deus.Eles eram mestres! Tinham consciência desperta.  Sabiam o que fazer e como servir.E nós, tão longe da magnificência desses mestres, como podemos realizar algo útil para a humanidade? Como servir? Pensamos assim por que queremos ser grandes antes mesmo de desabrochar!Todas as grandes árvores um dia foram uma simples semente.E para uma semente se tornar árvore, ela tem que conhecer a escuridão da terra, sofrer sua pressão, quebrar a casca que a limita, explorar o mundo além da terra.Construir raízes, caule, folhas, flores, receber a luz do Sol e transformá-la em substância física. Tudo isso para crescer, crescer e se tornar grande, exuberante, e então dar frutos, e dos frutos novas sementes, conduzir a vida !!Toda grande árvore um dia já foi uma tenra plantinha que trabalhou muito e pacientemente, sem reclamar, sem almejar mais do que precisava, confiante nas leis da natureza e do universo, que sempre cuida de seus filhos.Para servir precisamos ampliar nossa visão de “mundo” e ver a realização da vida sob o ponto de vista do universo e suas leis, da natureza e sua sabedoria.Observemos a natureza como ela serve a todo instante, silenciosa, amorosa, dedicada.Constatemos em nosso entorno, agora mesmo, a sala onde

Leia mais »

Título

O que é GNOSE?

A Associação Gnóstica de Brasília – AGB é uma instituição civil sem fins lucrativos, que objetiva divulgar a gnose moderna reestruturada por Samael Aun Weor, filósofo, antropólogo e cientista colombiano radicado no México, com mais de 80 livros editados em 70 países. 

plugins premium WordPress