Para uma civilização em que Deus ainda é visto numa figura masculina, aceitar e compreender que esse DEUS é também MULHER, MÃE, parece difícil…. ainda muito indigesto.
Mas não foi sempre assim!
Todas as civilizações em seu período de OURO e resplandecência, de apogeu, viram a Mulher como a própria expressão do DIVINO, do CRIADOR. Aquela onde o DOM da VIDA, o PODER da CRIAÇÃO está presente.
Voltando em nossa história, mais especificamente na Pré-História, é possível verificar que o feminino teve grande importância e que DEUS era representado pela figura de uma MULHER.
Pode-se constatar essa afirmação através de diversas figuras rupestres e esculturas encontradas em diversos sítios arqueológicos como a Vênus de Willendorf, que foi descoberta em 1908 em um depósito de Loess, no vale do Danúbio, na Áustria.
O predomínio dessas imagens femininas sobre as representações masculinas sugere que a mulher desempenhava um papel preponderante naquelas sociedades, que a divindade mais importante era feminina e que teria as funções de uma Deusa ou Grande Mãe, ou da Mãe Terra.
Essas comunidades eram MATRICÊNTRICAS, não havia o domínio da MULHER, mas eram elas sim, o centro de suas atividades. Sua capacidade de CRIAR era Divina, Primordial! Acreditava –se que ela se aproximava do DIVINO pelo seu mágico poder de CRIAR!
E o que diremos do Antigo Egito?
Nessa belíssima civilização, a mulher tinha um status privilegiado. A igualdade entre os sexos era algo natural. A rainha mãe era exaltada, não como uma condição de submissão, mas como guardiã e protetora da tradição e antigos costumes. Sua influência ia além da função materna, exercendo poder político e econômico.
Se considerarmos a origem desses povos, de tempos mais longínquos, de fases ainda pouco acessadas pelo homem comum, encontraremos a presença do casal DIVINO como fonte de TODA CRIAÇÂO.
A Deusa ISIS, filha do Céu e da Terra, é o símbolo, a expressão de todas as Mulheres Sagradas do fértil vale do Nilo. Representa a importância suprema do papel da Mulher nessa civilização
Outra maneira de constatarmos a importância do feminino nas diversas civilizações é através dos Mitos da origem do UNIVERSO, que expressam a necessidade de o Homem e da Mulher, juntos, como forças geradoras complementares, atuarem no processo da CRIAÇÃO.
E ai podemos citar o MITO Egípcio de RA e SHU e de NUT e de GEB .
Esse MITO do Reino do ALTO EGITO descreve a existência de um Oceano Primordial que encerrava o começo de tudo aquilo que poderia ser criado. RA e SHU, o primeiro casal DIVINO, origem de TUDO, deram origem ao casal DIVINO NUT e GEB. NUT a deusa dos CÉUS e GEB, o deus da TERRA.
Deuses que se amam e, devido a esse AMOR, sustentam TODA a CRIAÇÂO.
São relatos simbólicos da presença e importância dessas 2 polaridades que trabalham para o CRIADOR……como CRIADORES.
Mas como Tudo no ciclo da Natureza nasce, cresce e morre, assim também são as Civilizações, que no decorrer do tempo vão envelhecendo, perdendo seu esplendor, se perdem no cotidiano, na materialidade, e a decrepitude as tornam sem brilho, repletas de mazelas, sofrimento e tristeza.
Fomos portanto nos distanciando da divindade, em busca de poder, prestigio, domínio. Fomos perdendo a pureza, capacidade de compreender e aceitar a igualdade, perdendo a noção de companheirismo, fazendo surgir a competição, a busca incessante de poder, satisfação pessoal, e, pelo domínio da força, subjugamos aquela que parecia mais frágil, a mulher, colocando-a numa posição de inferioridade.
É a partir de então que a mulher começou a ocupar a posição de ser frágil e débil, contrariando TODA a VERDADE da CRIAÇÂO.
Já na antiga Grécia e Roma podemos constatar essa anomalia social, pois eram tidas somente como simples procriadoras. Na Idade Média se não eram “santas, dóceis, puras e devotadas aos seus maridos”, tal qual o modelo da Virgem Maria, seriam classificadas como prostitutas ou então bruxas. As prostitutas eram as que se entregavam aos vícios da carne e utilizavam seus corpos para saciar os desejos ou para seu sustento. Bruxas eram aquelas que de alguma forma iam contra os dogmas da igreja. À mulher sempre coube a função de mantenedora, cuidadora do lar, e, para exercer esse ofício, para curar, elas se utilizavam dos segredos da Mãe Natureza, dos chás, das plantas…. o que na maioria das vezes era considerado bruxaria.
Muitas mulheres que tinham de alguma forma acesso às artes, às ciências ou à literatura, padeceram nas mãos da “santa inquisição”.
Buscar alguma forma de conhecimento, custou à vida de milhares de mulheres.
Essa imagem de fragilidade e submissão ligada à mulher, principalmente na antiguidade, na idade média e também na idade moderna, é reforçada através da expressão de muitos pensadores, teólogos e filósofos que contribuíram para aumentar essa posição, mas o que não impediu que muitas mulheres se rebelassem de forma tácita ou explicita contra tal atitude, demonstrando ao mundo suas capacidades e talentos.
Aqui podemos citar 2 belos expoentes: Teresa D’Avila e Hildegard Von Bingen, que viveram nos séculos XVI e XII respectivamente. Mulheres fortes, revolucionárias, além de seu tempo, corajosas em suas atitudes, firmes em suas ideias e ideais, e que hoje são consideradas doutoras de Igreja.
Mas não paramos por ai…pois mesmo com a implacável perseguição ao longo dos séculos, que colocou as mulheres em uma posição de inferioridade, muitas outras realizaram uma verdadeira revolução, marcando a histórias com suas pegadas de amor, sabedoria e força, colocando seus nomes na história.
Entre tantas se destacam: Clara de Assis, com sua doçura ao servir , Mãe que doa tudo de si pelos seus filhos , companheira que compartilhou com seu amado Francisco de Assis um Trabalho Divino ; Maria e sua pureza virginal , Mãe Celeste , símbolo de compreensão que solicitou dela ver seu próprio filho sacrificado ; Joana D’Arc expressão de força , fé , determinação e confiança ; Maria Madalena, com sua presença marcante daquela que caminha ao lado de um Grande Mestre; Pernelle , esposa de Nicolas Flamel, alquimistas franceses do século XIV que cintilam como dois dos mais respeitados sábios de todos os tempos por sua obra de serviço à humanidade; e por que não citar Caroline Herschel, astrônoma e matemática alemã; Hipátia de Alexandria, também astrônoma matemática, professora e diretora da Academia de Alexandria no século IV, cujos trabalhos sensibilizaram grandes pensadores de sua época e serviram de base para a ciência moderna ; Indira Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, grandes rainhas como Catarina da Rússia e Elizabeth da Inglaterra , além das já mencionadas Teresa D’Avila e Hildegard Von Bingen, …
Tesouros vivos que ainda brilham e nos inspiram !!
Mas voltemos aos caminhos da história…
Chega então o século XX trazendo três grandes guerras, 2 ditas mundiais, armadas, bélicas, e outra chamada de Guerra Fria, travada no campo da ideologia pelas 2 maiores potências da época, numa corrida armamentista, denominada de PAZ ARMADA. Tão ou mais nociva quanto as outras primeiras.
Mas com elas vieram também avanços científicos, tecnológicos e uma irrevogável possibilidade de um novo espaço para a mulher que pela necessidade de mão de obra na indústria, foi chamada a contribuir com o esforço de guerra ocupando funções que antes eram consideradas masculinas. A entrada maciça das mulheres no mercado de trabalho, seja para suprir a lacuna deixada pelos homens que estavam na guerra, ou para preencher uma demanda surgida com a eclosão da guerra fria, causou um grande impacto social, durante e depois desses eventos.
Como necessidade ou consequência surge feminismo, que dá seus primeiros passos e com isso a mulher começa a pensar na possibilidade de um futuro diferente daquele que lhes reservaram cultural e historicamente.
As mulheres já vinham de um processo, lento e gradual de conquistas sociais, econômicas e jurídicas, mas é a partir de então que se intensificam as discussões e lutas pela superação da situação das mulheres.
Mas são lutas externas, baseada em competições e superações comparadas em outros, não de si mesma, nem em si mesmas.
E é, nesse cenário, que surge em meados do século XX, um grande Ser que, através de seu sacrifício voluntário, abre horizontes de esperança para recuperar essa Humanidade sofrida e tão distante dos valores Universais.
Ele vem desvelar os ARCANOS mais sagrados do conhecimento eterno, possibilitando revisitarmos as Verdades há tanto tempo esquecidas.
Samael Aun Weor , o avatar da Era de Aquário nos relembra que a Doutrina do Cristo é o Amor recíproco, é o cumprimento da Lei e dos Mandamentos Divinos , sem diferença de sexos , é a participação mútua nos benefícios que nos presta a Natureza e também os direitos humanos , sociais e conjugais de maneira equânime.
Samael Aun Weor nos fala da verdadeira Mulher, aquela que cintila na Criação, aquela que conhece o segredo das águas, das pedras, das plantas e dos animais, que possui a chaves da saúde, do descanso, da harmonia da matéria. Aquela que espera pelo homem para reconstruir o paraíso terrestre.
Nos ensina que é nela onde Deus semeia os verdadeiros Homens e, na iniciação, volta a pari-los. Neles reintroduz a infância do mundo. Ela devolve o iniciado ao seu trabalho de homem, que é elevar-se o máximo possível acima de si mesmo.
Nos mostra que os ensinamentos Crísticos não parcializam nem o bem e nem o mal, nem a riqueza e nem a pobreza, nem a sabedoria e nem a ignorância, tanto o homem quanto a mulher respondem pelas mesmas responsabilidades e recebem os mesmos benefícios e direitos em todas as atividades da vida.
Todas essas Mulheres encontram a SUA Natureza Divina vivendo na simplicidade e na humildade, e como mulheres “comuns” podem fazer de seu dia-a-dia uma verdadeira oração.
Compreender os Mistérios do Eterno Feminino de Deus e vivê-los intensamente, é construir a ponte que nos levará à Luz, ao Cristo.
Samael Aun Weor nos ensina que é pela Iniciação que podemos viver a Verdadeira igualdade e que Todas as mulheres iniciadas são Super-Mulheres!
O caminho Iniciático, sem dúvida, é o caminho da igualdade; mas….
É necessário sermos Super-Homens e Super-Mulheres para percorrê-lo.
É por isso que, tanto Mestres como Mestras, tiveram ao seu lado companheiros de almas fortes e determinadas; tornaram-se cúmplices no amor e no retorno ao Creador.
O Venerável Mestre Samael Aun Weor abre horizontes infinitos de sabedoria para que a Mulher se prepare de forma consciente e positiva em todos os campos da vida.
A igualdade que tanto buscamos está e sempre esteve dentro de nós, de cada um de nós, pois a Verdade é pura e simples.
Buscá-la, no mundo de maia, é como andar em círculos sem chances de avançar.
Samael Aun Weor através da GNOSE, dignificou a MULHER.
Mostrou ao mundo o seu verdadeiro lugar…pois, como ele mesmo disse….
“A Gnose é Sophia, a Divina e Feminina Sabedoria”.
“Avante Mulheres, venham junto, Homens !!”…….
Heloisa Pereira Menezes
Instrutora da Associação Gnóstica de Fortaleza