FECUNDA SOPHIA
Gnose, mãe bela que em meio a trevas,
Não para de parir.
Passam-se eras, opressões, perseguições,
e as sementes de Rá
Tornam-se fênix a seguir.
Pobres gentes,
Humanidade doente,
Continuam a germinar.
Toda criação é assim,
Quanto mais árido o meio fecundante,
mais forte o embrião,
Quanto mais espinhoso para o caminhante,
mais forte o feto.
Assim como a rosa,
Que em seu peito brota,
Na mais surpreendente alma,
Nascente no solstício de inverno,
Não sucumbe ao precipício,
Desce mais sobe do averno.
De Beatriz sua geratriz,
Amorosa, imaculada se desdobra,
Arraigado eu teu ventre sagrado,
Alimenta-se de Samael, Litelantes,
Huiracocha, Krishna, Gautama.
Embalado nas músicas das esferas, nos antigos hieroglifos,,
Nos monólitos e pinturas sagradas,
Códices recuperados,
Pelo sábio de aquário desvelados,
Constrói seu próprio corpo como antes:
Ama.
Luz astral,
Virtude imaterial,
Transmutada em Sabedoria.
Cristo afinal,
Filho de INRI,
3 vezes nascido,
O Filho Bendito.
Que bela nossa Mãe Gnose!
Nada a detém.
Mesmo quando do Ego refém,
O filho arrependido,
Do sonho perdido,
A reencontra, nas lembranças de Barbelo:
A fecunda Sophia,
Pois sempre uma porta lhe está aberta,
Para a preciosa redescoberta,
Dos filhos de Sabedoria:
O perene amor eterno.