COSMOLOGIA GNÓSTICA: DEUSES NO CÉU E SEMENTES NA TERRA

COSMOLOGIA GNÓSTICA: DEUSES NO CÉU E SEMENTES NA TERRA

Uma das contemplações da natureza que mais deslumbram o ser humano é o céu, principalmente o noturno, com seus incontáveis satélites, planetas, estrelas, constelações e galáxias.
Na máxima Hermética, onde o Macro e o Microcosmo se correspondem, para nós é muito mais fácil e natural vislumbrar o macrocosmos, o céu e as estrelas, do que o microcosmo (o Ser Humano), seja no seu aspecto espiritual e psicológico, seja na microscopia do infinitamente pequeno de nosso corpo.
Olhar o Cosmo desperta em nós profundos sentimentos, como curiosidade, atração, mistério, amplidão, infinitude, divindade, paz, acolhimento, pertencimento… não à toa que todas as civilizações manifestam sua espiritualidade colocando no céu (em seus astros, seus deuses, seus anjos, seus céus) o ponto onde está Deus. É exatamente por isso que o termo grego Cosmos significa Ordem, Harmonia, Organização, Paz.
Dessa fascinação pelos mistérios de Nuit (a deusa egípcia do céu – daí vem a palavra noite) nasceram os Panteões e Deuses das várias civilizações, como a egípcia, a chinesa, a grega, a maia, a brasileira (tupi-guarani) e até a mesopotâmica (caldaica), de onde proveio a astrologia ocidental.
Aliás, cabe um parênteses aqui: os antigos utilizavam a astrologia de forma diferente da atual, vendo nos astros físicos a manifestação material de  deuses (Marte, Vênus, Mercúrio) que inspiravam e influenciavam – “apadrinhavam” – a vida das pessoas; não viam esta arte-ciência-mística como mera matemática que localiza os astros e assim determina, por ângulos e irradiações energéticas, sua influência arquetipal nos seres humanos. Com a perda da mística e da espiritualidade, ao exacerbar a lógica e o pensamento, o ser humano perdeu o contato místico, espiritual e divino com o Cosmos. A Astroteurgia (trabalho divino com os astros) dos homens e mulheres-deuses foi trocada por uma astrologia matemático-psicológica dos “antropos” apartados da divindade.  Mas voltemos a algo ainda mais amplo, a Cosmologia Divina.
Na sabedoria gnóstica restaurada no século XX por Samael Aun Weor, quando tratamos da Cosmologia, revivemos a sabedoria suméria em que os sacerdotes e sacerdotisas “viam”, literal e clarividentemente, a deidade de cada astro ou constelação. Não enxergavam apenas o corpo físico que estava na abóbada celeste, mas viam a divindade que os animava – daí se originaram os nomes dos deuses, dos personagens mitológicos, das constelações.
Da mesma forma, na Cosmologia Gnóstica vemos todo o universo como um grande útero sagrado (matéria, de Máter=Mãe) onde o Criador deposita suas sementes divinas (as mônadas ou chispas=pequenas chamas divinas) para que elas possam, como crianças no ventre da mãe, se desenvolverem, nascerem e tornarem-se independentes.
A moderna astrofísica tateia as pistas dessa explicação, ao teorizar sobre o Big-Bang, a Matéria-Escura e a Energia Escura, mas ainda está muito longe do ponto que chegaram as antigas Religiões de Ouro, que viam as energias invisíveis na forma de Deuses.
Lembramos ainda que a Cosmologia Gnóstica de Samael possui total convergência com as antigas e perenes tradições que, com seus mitos e histórias nos livros sagrados, explicam a criação e a sustentação do Universo, como a egípcia, a celta, a hebraica, a grega, a chinesa, a maia, a védica (hindu) e mais modernamente a teosofia de Helena Blavatsky.
É impressionante ver o paralelismo exato entre o oceano sereno eterno (o Nun egípcio), a substância amorfa original (o Caos grego), “o espírito de Deus que pairava sobre as águas…” hebreu, o Panku chinês e o Purusha dos Vedas indianos, tudo emanado do Pleroma dos gnósticos em distintas esferas ou eons.
Ao estudarmos a Cosmologia Gnóstica vemos nossa grandeza latente como filhos de Deus, com a possibilidade de chegarmos a ser como Ele. Há uma beleza e harmonia profundas em dizermos que fomos gerados e emanados “à imagem e semelhança de Deus” e que podemos retornar a Ele “como frutos da boa videira” – aqueles que multiplicaram suas riquezas divinas dadas em confiança.  O grande desafio é compreender a profundidade dessas passagens bíblicas e fazê-las vivas dentro de nós.
Por isso Samael Aun Weor, muito mais direto e assertivo, afirma que “somos filhos das estrelas … e a elas devemos retornar autorrealizados”, ressoando com Blavatsky ao ensinar, com base nos Escritos de Dzyan, que “não há estrela no céu que não foi ser humano um dia”.
O fato é que, com base nesses antigos mitos, tradições e religiões muito anteriores ao cristianismo e ao judaismo, é saciante saber que somos sementes divinas tentando brotar. Como fohat divino (fagulhas de Deus), somos ciclicamente colocados em inúmeros canteiros (existências e planetas) para que aprendamos a viver de forma mais próxima ao Criador, religar-se a Ele, sempre no intuito de nos tornarmos iguais, unos a Ele. E o objetivo de todo pai e mãe é este: que seu filho cresça, se desenvolva, seja feliz e torne-se ainda mais realizado que seus pais. Deus, como Pai-Mãe, quer o mesmo para seus filhos: que se realizem, que sejam felizes, que estejam em paz, que sejam ainda mais que seus próprios Pais.
E neste ponto surge a riqueza da Cosmologia Gnóstica, ao nos mostrar de forma lógica e ao mesmo tempo devocional, esta belíssima espiral evolutiva que vai de uma simples mônada entrante nos reinos elementais minerais, passando por existências vegetais (sim, nossa alma já animou corpos de plantas – quando então chamava-se de Elemental), depois animais e até chegar ao estágio humano – quando ganhamos o livre arbítrio como Almas Viventes.
Por isso o estado humano é tão especial, pois nele ganhamos o Livre Arbítrio, a Capacidade de Amar e a possibilidade de nos tornarmos Auto-conscientes de nós mesmos e da própria Divindade. E são esses atributos, somente dados à mônada que atinge o estágio humano (alma), que nos dão os desafios e as provações para seguirmos adiante: quem bem usa essas dádivas, as compartilha e as multiplica, vai adiante, alcançando o estado angélico; quem as malgasta fica repetindo a lição, imerso na roda de nascimentos, mortes, karmas e darmas que os orientais chamam de “Roda de Samsara”; e que a Bíblia chama de “Vale de Lágrimas”.
É regozijo de alma tomarmos consciência que todo este imensurável universo, com suas (até o momento) estimadas 2 trilhões de galáxias, cada uma com 200 bilhões de estrelas, é um enorme sementeiro de almas humanas, todas tentando se tornar iguais ao Pai (o Logos Universal) nas respectivas Vias Lácteas (úteros ou seios da Mãe Cósmica), da mesma maneira que espermatozoides nos canais seminíferos ou óvulos nos ovários… E aqui novamente se refaz o mistério hermético do Macrocosmo e do Microcosmo, da Estrela no Céu ao esperma humano. Por isso o título deste artigo: Cosmologia Gnóstica – Deuses do Céu e sementes na Terra.
A Cosmologia Gnóstica estuda tudo isso de forma detalhada e sistemática, com seus Esquemas Planetários (são 10 esquemas ou “filhos planetários” no Sol, onde a Terra de Melquisedeque é um deles), suas Cadeias Planetárias (ou grandes períodos de manifestação luminosa – os Mahanvântaras), com seus distintos planetas (ou 7 corpos físicos planetários distribuídos em 7 dimensões), suas Rondas ou Circuitos de Vida, suas Raças Humanas, suas Sub-Raças, Clãs e Famílias. É uma esplêndido Fractal Espiralado Divino de Vida.
Somos todos células de um imenso e divino organismo vivo, o qual é difícil de imaginar de nossa soberba pequenez humana. O qual também somente as humildes, grandes e devotas almas podem saborear.
Aqueles que quiserem se aprofundar neste assunto leiam as obras de Samael Aun Weor (A Revolução de Bel ou Antropologia Gnóstica), ou de Helena Blavatsky (A Doutrina Secreta), ou ainda de Arthur Powell (O Sistema Solar), só para citar algumas. É uma cátedra para a alma, lógica devocional deliciosa, maravilhosa agricultura celeste.
Portanto, alma ávida de sabedoria divina, saiba que dentro de você reside uma Semente Luminosa de Deus, do Cosmos Infinito, e esta semente quer eclodir, quer florescer, quer se tornar igual ao Pai-Mãe, para se autorrealizar como Filho das Estrelas, Rebento da Luz, Herdeiro do Emanador.
Como ser gerado e parido ?
Só há um jeito: purifique-se como Ele o fez e Sirva a Todos como Ele o tem feito há trilhões de anos. “Ele”, aqui para nós, é o Logos Solar, o “Agnostos Theos” dos gnósticos, o Eterno Pai Cósmico Comum, o Aelohim dos cabalistas, algo muito mais elevado e transcendente que o Deus antropomorfizado que as religiões confessionais e dogmáticas pregam.
Vários filhos e filhas dEle, como Jesus e tantos outros mestres e mestras cristificados da humanidade, realizam em si mesmos essas exatas atribuições de Ábba (o Pai em aramaico): escolheram o caminho luminoso, prepararam-se intensamente e serviram toda a humanidade, de forma indistinta e com imenso Amor. Foram imitatus (imitadores) do Pai Cósmico.
Na tecnologia iniciática gnóstica “Purificar-se” exige constante trabalho psicológico e com nossas energias criadoras (alquimia) e “Servir” demanda a cooperação amorosa e desinteressada com todos os seres.
Enquanto não tomarmos consciência disso e não trabalharmos voluntariamente por esta Obra Divina, continuaremos a viver como inconscientes criaturas sensientes neste Vale de Lágrimas que é a Roda de Samsara da existência, como príncipes e princesas que desconhecem sua linhagem divina.
Você faz parte de uma Grande Obra Divina, tome consciência disso, participe ativamente dEla e torne-se Uno com o Cosmo-Deus-Vivo.

Sergio Linke é engenheiro e instrutor da Associação Gnóstica.

Entre a Festa Junina e a Tradição Celta: Um convite ao Eixo Cósmico através da ancestral Dança do Mastro

Entre a Festa Junina e a Tradição Celta: Um convite ao Eixo Cósmico através da ancestral Dança do Mastro A Dança do Mastro, presente nos antigos festivais celtas como Beltaine, representa muito mais do que uma simples celebração da primavera. Ela é uma chave arquetípica que expressa a união dos opostos, a circulação da energia vital e o reencontro com o eixo central do Ser. O maypole, termo inglês que designa esse mastro decorado com fitas coloridas e flores, ao redor do qual se dança na tradicional festa de maio em várias culturas europeias, é um símbolo vivo dessa conexão sagrada entre o céu e a terra. Sua dança entrelaçada remete ao movimento harmonioso das forças opostas que, em equilíbrio, sustentam a vida e o cosmos. O mastro central representa o axis mundi, o “eixo do mundo”, uma imagem simbólica comum a muitas tradições espirituais, como a Árvore da Vida, o Monte Meru (símbolo sagrado e cósmico presente em várias tradições espirituais do Oriente, especialmente no hinduísmo, budismo e jainismo), a coluna vertebral alquímica ou a árvore Yggdrasil da mitologia nórdica. Ele simboliza a ligação entre o Céu e a Terra, entre o divino e o humano. Nós, enquanto microcosmo que espelha o macrocosmo, trazemos esse mastro sagrado simbolicamente em nossa própria coluna vertebral. É por meio dela que mantemos viva a conexão entre Terra e Céu, entre o mundo material e o espiritual, entre o denso e o sutil. Esse eixo interno é a via de ascensão da Kundalini, nossa Energia Sagrada, sem a qual não há vida verdadeira nem propósito de existência. As fitas coloridas amarradas no topo do mastro são como cordões umbilicais, pelos quais o ser humano está conectado ao universo. Conectado à fita, o participante representa suas forças interiores: pensamentos, emoções, instintos, desejos, memórias; aspectos que, quando vividos sem ordem, tornam-se caóticos. Mas, ao dançarmos em torno do mastro com presença (auto-recordação) e intenção, entrelaçamos essas forças em torno do eixo divino, harmonizando-as. Na medida em que os dançarinos giram em sentidos opostos, como o masculino e o feminino, o ativo e o receptivo, o yang e o yin, eles não apenas representam a dualidade da Criação, mas também se cruzam em padrões que tecem a teia da vida, a Roda de Samsara ou o caracol da existência da tradição nahuatl. “Samsara” é uma palavra em sânscrito que significa “fluir juntamente”, “perambular” ou “ciclo contínuo”. Refere-se ao movimento cíclico da existência, em que as almas encarnam repetidamente, movidas pelo karma (causa e efeito). Assim, na dança, cada cruzamento evoca os fios invisíveis que nos conectam ao passado, às experiências de outras vidas, às repetições cármicas e recorrências emocionais que precisam ser reconhecidas e transcendidas. Dançar assim é mover-se com consciência sobre o palco do destino, observando os ciclos que se repetem e escolhendo, em meio a eles, o caminho da libertação. Durante a celebração, é comum que o mastro seja ricamente ornamentado com flores, fitas e folhagens, símbolos vivos da fertilidade da Terra e da abundância que brota da união harmônica entre Céu e Natureza. As flores representam a manifestação visível da alma da planta, expressão do sagrado nos reinos elementais, e são, por isso, oferecidas como embelezamento e honra ao Eixo Divino da criação. Os dançarinos também se enfeitam com coroas ou guirlandas florais, carregando consigo o perfume da vida, a delicadeza da alma e a alegria do florescer interior. Mas, além de sua beleza, as flores evocam algo ainda mais profundo: são o símbolo das virtudes espirituais que o ser humano precisa reconquistar por meio do despertar da Consciência, do esforço e da depuração interior. Assim como os antigos nahuatls celebravam a guerra florida, luta sagrada em que o guerreiro enfrentava a si mesmo para fazer brotar as flores da alma, nesta dança, cada flor se torna sinal de uma qualidade resgatada: a pureza, a humildade, a coragem, o amor. Ao adornar o corpo com flores, o dançarino transforma-se em sua formação original, sua essência primitiva e pura, com os adornos da alma que vai reconquistando na jornada de retorno às origens divinas de seu ser. Essa prática ancestral é, portanto, um rito de integração. Cada passo consciente, cada gesto de entrelaçar e desenlaçar, torna-se um movimento de cura. É como se, ao dançarmos, invocássemos a Mãe Divina para nos ajudar a alinhar nossos mundos interiores. Como em tantas tradições espirituais, do giro dervixe ao caminhar meditativo zen, das danças circulares sagradas à psicologia gnóstica, o corpo em movimento torna-se oração. Portanto, quando essa dança é feita com devoção, ela se transforma num ato mágico: uma expressão viva do caminho espiritual, o retorno ao centro, à harmonia, ao Ser. Anualmente, em nossas comemorações de festa junina ou julina, a Associação Gnóstica de Brasília recebe seus alunos e a comunidade próxima, ocasião em que realizamos a Dança do Mastro, que é sempre muito alegre e festiva. Convidamos você a viver essa dança conosco: Não apenas com os pés, mas com a alma!!! Nosso verdadeiro chamado vai além do círculo festivo. A dança continua dentro de nós, todos os dias, nos ciclos da existência, nas escolhas, nos desafios, nas relações. Por isso, na Associação Gnóstica de Brasília, oferecemos o Curso de Gnose: uma jornada viva de autoconhecimento e transformação, com práticas e ensinamentos que nos ajudam a dançar a vida com Consciência, a harmonizar mente, emoção e ação em torno do nosso eixo interior, e a trilhar um caminho real de retorno ao Ser. Se essa dança ressoa em seu coração, venha conhecer nosso trabalho. Participe conosco e descubra, passo a passo, o sentido mais profundo de existir! (Alessandra Espineli Sant’Anna é instrutora gnóstica e facilitadora de vivências espirituais na Associação Gnóstica de Brasília, onde compartilha caminhos de autoconhecimento e reconexão com o Sagrado.)

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O Tesouro dos Tesouros

O Tesouro dos Tesouros Creio no sagrado do amor,Na força capaz de tudo e todos transformar. Amar exige coragemNum mundo que foge dos sentimentos,Que embaça os espelhos,Que sufoca a almaEm torno de carências,Vaidades e apegos…Torpes medosDo sentimento vividoEm segredo. O que é mais real acaba por se abafarPor ilusórias métricas,Ambições, aparências,Que silenciosamente esmagamO tesouro dos tesouros,A luz das luzes… Que nunca se apagam…Mas talvez,Também nunca renasçam. Pois como todo tesouro necessita ser preservado, polidoE na senda Servido. Alessandra Espineli (poetisa e instrutora gnostica)

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Pai-Mãe Divino – Oração Pai Nosso (parte 3)

A Oração do Pai Nosso: “a busca de uma profunda amizade com quem sabemos que nos ama” (**) Na parte 1 deste artigo que trata dos Mistérios do Pai-Mãe Divino, abordamos a beleza da unicidade da criação, manifestando-se de forma complementar e cooperativa em seus lindos aspectos masculino e feminino. Na parte 2 estudamos as 7 Funções Sagradas do Eterno Masculino e do Eterno Feminino de Deus, vendo estas manifestações nas ações divinas concretas em nossas vidas. E finalizando essa “trilogia”, elaboramos esse artigo para orientação de Meditação Mística Gnóstica, onde cada frase deve ser refletida, meditada, pois foi inspirado e desenvolvido com base nos livros dos Mestres Samael Aun Weor, especialmente no Livro Catecismo Gnóstico (trecho marcado com * no texto),  na obra de Teresa D’Avila, em especial no  livro Caminho de Perfeição (marcado com **), na obra de João da Cruz, nos ensinamentos de Jesus, em especial no Sermão da Montanha (marcado com ***), assim como de todos os demais seres iluminados que nos ajudam constantemente a trilhar o caminho da Iniciação. Continuemos, portanto, nossa jornada, onde veremos um maravilhoso método de Conexão com o Pai, ensinado por Jesus e conhecido como a Oração do Pai Nosso. Antes de iniciar sua vida pública, Yeshua Ben Pandirá (Jesus) passou 40 dias de silêncio e meditação no deserto, marcando as colinas de Kurum Hattin (próximas ao lago de Genezaré), com sua primeira mensagem divina. Foi nesse lugar onde Ele proferiu o que conhecemos hoje como “o Sermão da Montanha”. Todo esse belíssimo texto pode ser encontrado no evangelho de Matheus capítulos 5 a 7. O texto é composto de ensinamentos esotéricos profundos, apesar de ter sido proferido em campo aberto a todos que lá estavam. O Sermão da Montanha, para ser compreendido, deve ser meditado, deve ser lido com a alma, para que assim possamos ouvir o nosso Sermão da Montanha Interno, que há de ser proferido pelo nosso Cristo Íntimo. Ele é integralmente espiritual e cósmico; não é uma teoria que devamos crer, mas sim uma realidade que devemos “Ser”. Diz Uberto Rohden: “Nele se encontram o oriente e o ocidente, o brahamanismo e o cristianismo e a alma de todas as grandes religiões da humanidade por que é a síntese da mística e da ética, que ultrapassa todas as filosofias e teogonias meramente humanas”. É no evangelho de Matheus (capítulo 6) onde o Salvador nos ensina como podemos nos comunicar e conectar com o nosso Pai Interno, e com o Pai de nosso Pai, ditando a primeira Oração da era cristã: O Pai Nosso! Essa oração é um verdadeiro tesouro capaz de nos elevar ao mais profundo êxtase se pronunciada com devoção e profundo Amor. Façamos então consciência de sua dádiva para usufruir dos dons que ela nos proporciona, nos recolhendo internamente, libertos das amarras do mundo e seguindo as orientações de Yeshua Bem Pandira, quando diz: Quando orares, entra no teu aposento, e fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê em oculto, te recompensará. (**) Porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes mesmo de pedirdes. (**) E fala assim…. PAI NOSSO QUE ESTÁS NOS CÉUS SANTIFICADO SEJA O TEU NOME VENHA A NÓS O TEU REINO SEJA FEITA A TUA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NOS CÉUS O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DÁ HOJE Porque tu és o doador de todos os bens meu Senhor! (**). PERDOAI AS NOSSAS OFENSAS ASSIM COMO PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO, MAS LIVRAI-NOS DE TODO MAL, AMÉM Heloisa Pereira Menezes é nutricionista, profissional de logística do mercado financeiroe instrutora de Gnose da Associação Gnóstica de Fortaleza, março de 2025

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Pai-Mãe Divino – suas Funções Sagradas (parte 2)

PAI-MÃE DIVINO – SUAS FUNÇÕES SAGRADAS (PARTE 2) Na parte 1 deste artigo que trata dos Mistérios do Pai-Mãe Divino, abordamos a beleza da unicidade da manifestação da criação, manifestando-se de forma complementar e cooperativa em seus lindos aspectos masculino e feminino, estendendo-se pela esfera da criação desde o cosmos sideral até o microcosmo humano. Continuando nossa jornada na construção de uma sagrada interação amorosa, real e criadora, vejamos agora as Funções do ETERNO MASCULINO DE DEUS e do ETERNO FEMININO DE DEUS. Todos esses aspectos (masculino e feminino) agem no mundo em todos os cosmos (ordens ou dimensões do universo), e podem se expressar através de 7 funções sagradas. Assim como as funções do Eterno Feminino de Deus (EFD) estão ligadas à nutrição, à interiorização, à força centrípeta (para dentro), as funções do Eterno Masculino de Deus (EMD) estão ligadas à expansão, ao movimento exterior, à irradiação ou às forças centrifugas, que se expandem, as forças emissoras do universo (a Respiração de Brahama). Vamos então agora entrar na barca do conhecimento e navegar pelas 7 funções sagradas do Eterno Feminino e Masculino de Deus para poder vislumbrar no horizonte de nossa existência, a terra firme da Sabedoria. 1- GERAR Vamos imaginar os primeiros instantes da maravilha da criação do universo.O instante inicial onde nada existia: somente o “Deus desconhecido”, denominado também como Agnosthosteos, Aquele que encerra todo o poder, toda luz, toda escuridão, tudo que foi, é e será.É o PAI-MÃE – o Imanifestado.Nesse momento surge então a primeira grande lei do universo que é a vontade de Deus de crear. É nesse instante que esse Creador se divide em PAI E MÃE.A Mãe é a matéria primordial, o substrato, a atração para amalgamar; já o Pai é a energia primordial, o movimento, a expansão para disseminar.E o amor que os une é o Espírito Santo Cósmico , o amor do Filho, do Cristo, da vida, da união. Aquele que une, que constroi.Nessa conjunção perfeita do Pai Cósmico, da Mãe Cósmica e do Espírito Santo Cósmico é que  o grande Pai e  Mãe exercem sua 1ª função sagrada: GERAR Gerar a vida no útero de sua amada, e assim crear tudo o que há no universo: os mundos, sóis, planetas… É aí que se encontra a essencia da Lei da Criação, a Lei do 3 , o gnóstico Triamazikamno – que significa, o três criando através do amor. Por correspondência no ser humano, assim como o óvulo na mulher aguarda a chegada do espermatozoide para que a geração se efetue, o EFD, a mãe Terra, a mãe planeta, aguarda os raios do Pai Sol para que a vida seja gerada em seu ventre (a Terra).É lindo imaginar que no plano macrocósmico a função de gerar do EMD implica em irradiação, em movimento, em busca para encontrar o óvulo, encontrar a Terra (e a terra) para que os raios do sol possam penetrá-la. Ele só cria se encontrá-La; Ela só cria se encontrá-Lo. E a Vontade de Deus é justamente permitir que isso aconteça : “o beijo de amor creador”. Um exemplo prático desse amor pode ser constatado na fotossíntese que é o processo que transforma a energia luminosa do Sol em energia química, transmutando elementos e produzindo oxigênio e açúcares. Nós Seres Humanos e a maioria dos outros seres de nosso planeta somos totalmente dependentes desse ato de amor! Ao PAI compete buscar, ir além, movimentar, buscar alimento. E é por isso que temos sempre ligado ao homem o arquétipo da caça, o arquétipo de “sair de casa” para buscar o alimento; e o arquétipo de “ficar em casa”, no lar, sempre ligada à mulher, cuja função de nutriz é aguardar o alimento que deve ser trazido pelo macho para assim poder prepará-lo e distribuir à família, ao grupo de seres abrigados pelo lar, seja ele uma casa num bairro simples, uma mansão milionária, a cidade em que moramos, nosso próprio planeta ou todo o Universo com seus bilhões de galáxias. Claro que são exemplos da natureza como um todo e que se adaptam conforme os costumes etc. Mas queiramos ou não, gostemos ou não, são responsabilidades Universais que temos que assumir perante as Leis e administrar. Isso não significa que, no âmbito humano, a mulher não possa estender suas funções e o homem não deva ampliar seus deveres. 2- GESTAR e SUSTENTAR         Ao gerar, todo pai sabe que cabe a ele sustentar seu rebento, seu filho. Portanto, assim como em sua 2ª função a Mãe Divina gesta, ou seja, prepara sua cria no seu ventre, o Pai Divino tem como 2ª função sustentar sua família, sua prole. Trazer o alimento, trazer a luz do Sol, aquecer, trazer aquilo que a Mãe precisa para gestar. Apesar da vida se desenrolar no ventre da Mãe, é o Pai, no seu sagrado ofício, quem trabalha constantemente para que a vida de seu filho seja provida de alimento físico e espiritual. A luz do Sol busca a Terra, a penetra, permitindo tanto o início da vida como o sustentar de toda vida. Eis aí o grande segredo da transubstanciação, da eucaristia onde o Pai Sol impregnando com sua energia sagrada o trigo e a uva, sustenta seus filhos no caminho espiritual. Esta é a Liturgia da Vida, a qual, no âmbito das comunidades humanas, pode ser despertada mediante a sábia operação da magia gnóstica. Essa luz do Pai é o sustento energético, sem o qual nenhuma vida existe, pois, essa é a luz da vida que permite a realização dos processos bioquímicos e fisiológicos em todo ser e que vão ser processados pela Mãe na sua função de gestar. Da mesma forma é Ele quem alimenta, quem sustenta os nossos processos espirituais sagrados que serão imprescindíveis para nosso crescimento interno. PAI e MÃE são a unidade múltipla e perfeita, são o 2 em 1 e o 1 em 2 (Duo in Uno – Uno em Nihilo). Um não existe sem o outro. Eles coexistem em perfeição. Esse é o casal divino!

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Pai-Mãe Divino – os Mistérios do Uno (parte 1)

PAI-MÃE DIVINO – OS MISTÉRIOS DO UNO (PARTE 1) A grande maioria das pessoas que compõem nossa civilização ocidental, muito provavelmente tiveram uma formação religiosa onde “Deus” é visto como um ser antropomórfico, autoritário, vingativo e claro, masculino.Isso é um reflexo de séculos e séculos de uma conduta equivocada e deliberada, tanto da sociedade como de todas as estruturas filosóficas, religiosas e sociais vigentes, nos diversos momentos de nosso passado.Na Gnose sabemos que Deus é Pai e é Mãe, e que um não existe sem o outro.O mestre gnóstico Samael Aun Weor nos ensina que os movimentos mecânicos, tanto dos indivíduos quanto da sociedade, são regidos por uma lei chamada de A Lei do Pêndulo, onde em um momento estamos num extremo e logo depois nos colocamos no ponto antagônico a ele (no extremo oposto).Portanto, da mesma forma que no passado, durante muito tempo, nos dedicamos a um “Deus Pai”, agora corremos o risco de nos direcionarmos, ou melhor, nos identificarmos e valorizarmos somente um “Deus Mãe” (como vemos hoje em muitos grupos equivocados, onde o homem, o elemento masculino, é retirado e somente a mulher é valorizada e aceita).Deus é unidade, não se divide.Deus se manifesta isso sim, em diversos aspectos, dentre os quais alguns são de responsabilidade da Deusa-Mãe e outros do Deus-Pai. Simplesmente uma questão de ordem.Assim que, em tudo que fazemos, pensamos, projetamos etc., devemos buscar o equilíbrio, o fiel da balança, como forma de manifestar as duas forças dessa unidade múltipla e perfeita.Falar da Mãe é também falar do Pai.Todos os aspectos e funções de cada um deles são complementos perfeitos um do outro.Enquanto não tivermos isso profundamente arraigado e compreendido, sofreremos de uma sociedade abusiva, intolerante e irracional.E como nos aproximar desses aspectos divinos? A resposta se encontra na reflexão de outra questão: Como agimos quando queremos fazer amizade com alguém?Começamos por nos aproximar dessa pessoa, prestar mais atenção nela, nos interessar por seus hábitos, seus gostos, suas atitudes, seus valores etc.Inicialmente buscamos de forma inconsciente uma complementação, ou um exemplo para nos espelhar e nos ajudar a caminhar, seja qual for o caminho, e se essas características forem adequadas às nossas expectativas, nossa admiração aumentará.  Então tudo o que essa pessoa fizer ou pensar será importante para nós.Começamos depois a trocar ideias, opiniões, conselhos, e nessa troca constante e amigável nascerá uma amizade.Da mesma forma será com a nossa Mãe Divina e com nosso Pai Interno.Comecemos por nos aproximarmos deles (reaproximarmos) através da atenção constante em suas manifestações. Estudá-los em todos os seus aspectos e funções. Ver sua ação na realidade do mundo que nos cerca, interna e externamente. Buscá-los dentro de nós com palavras simples, mas sinceras. Confiar na graça divina de que seremos ouvidos e atendidos no melhor para todos nós.Aos poucos, os ouvidos do nosso coração irão se abrindo, e seremos capazes de ouvir a Sua Voz Suave e silenciosa em absolutamente tudo.Para Teresa D’Avila isso se chamava “oração”, que nada mais é do que construir uma intimidade, uma amizade sincera e profunda com Aquele ou Aquela que sabemos que nos amam.É assim que nos aproximamos de Nossos Pai-Mãe Internos. É assim que mais além de conhecê-los, iremos vivenciá-los.Que tal então iniciar isso agora mesmo, lendo e refletindo sobre seus aspectos e funções? Vamos lá…. Para começar, vamos relembrar os Aspectos da Mãe Divina, do Eterno Feminino de Deus, e assim ampliar nossa compreensão do TODO DIVINO PAI-MÃE, que são expressões que transcendem formas religiosas ou meras opiniões. Por simples correspondência às Leis do Universo, é no feminino (mulher na representação humana) onde se inicia todo processo de vida, da formação de um novo ser. Ela gera, gesta, dá à luz ao rebento, alimenta-o, cuida, educa etc. Por isso o 1º aspecto da Grande Mãe é a Mãe Cósmica, aquela que gera e gesta seus filhos (sóis, planetas, mundos etc.). Aquela que através da sua matéria primordial forma tudo o que há em seu ventre profundo. A Grande noite Cósmica. Ela também cria a gravidade e por isso, tudo vai se especializando, se afunilando, se particularizando, para cuidar de seus filhos de maneira mais atenta. Então vemos surgir seu 2º aspecto, a Mãe Natureza. Natureza não só do planeta Terra, mas de todos os seus filhos. Cada um a tem perto de si, cuidando em suas especificidades e necessidades. E esse cuidado vai se fortalecendo ao se desdobrar como 3º aspecto: a Mãe Particular (de cada SER); e no 4º aspecto: a Maga Elemental, que cuida de nossa fisiologia e por fim no 5º aspecto: a Mãe Morte, Senhora de todas as transformações. Se por um lado temos uma Mãe Divina Cósmica, que representa a gravidade, a matéria, a Mater (mãe) do universo, por outro lado temos um Pai Cósmico que representa toda a expansão do universo, a irradiação, a energia do universo. Se temos uma Mãe Divina da Terra que é a Mãe Natureza, temos um Pai Divino do céu, o Pai Sol, o Pai da luz, o Pai irradiador que tudo nutre. Ele é o fogo do céu penetrante e quente, e a Mãe Divina é a água do planeta – dúctil, receptiva e adaptativa. Se temos uma Mãe Divina Interna uma Mãe Cósmica Particular, que nos acompanhada de instante a instante e que é nossa confidente e amiga, também temos nosso Pai Interno, um Pai Cósmico Particular que nos inspira e que é nosso herói Divino. Se temos uma Mãe Morte , a grande transformadora que se expressa e age em todos os cosmos e mundos, que nos acompanha internamente nos processos pós morte, temos  também Nosso Pai Morte, que sempre acompanha a grande Mãe Morte; Ele é nosso kaon interior (o acompanhamento da lei divina dentro de nós, um aspecto de nossa consciência), que representa a lei dentro de nós, que representa os lipikas que registram nossos atos e que nos julga internamente nos tribunais do karma, e nos orienta nos processos de retorno; Ele é também aquele que nos dá o Donun Dei, a

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Biomúsica e Terapia das Imagens: A Harmonia da Música e dos Símbolos na Transformação Interior

Biomúsica e Terapia das Imagens: A Harmonia da Música e dos Símbolos na Transformação Interior A Biomúsica e a Terapia das Imagens são abordagens terapêuticas inovadoras que integram música, imaginação e simbolismo para promover equilíbrio emocional e paz interior. A música, há milênios, é reconhecida como uma ferramenta de cura, capaz de despertar emoções profundas e transformar estados internos. Quando associada à visualização guiada e à exploração de imagens simbólicas, torna-se um poderoso meio de acessar o inconsciente, dissolver bloqueios e estimular a renovação interior. A Biomúsica tem suas raízes nas tradições ancestrais que usavam ritmos, cantos e instrumentos para induzir estados alterados de consciência e promover curas espirituais. No século XX, essa prática foi sistematizada como um método terapêutico que estimula a expressão emocional, melhora a saúde mental e fortalece o vínculo entre corpo e mente. Já a Terapia das Imagens se baseia no estudo do inconsciente coletivo, conforme proposto por Carl Jung, e no uso de arquétipos e símbolos para ressignificar experiências e integrar aspectos ocultos da psique. Na tradição gnóstica, Samael Aun Weor enfatizou o poder da arte como um dos pilares do desenvolvimento espiritual. Ele ensinou que a música superior e os símbolos arquetípicos podem atuar como portais para a transformação interior, permitindo que o buscador acesse estados elevados de consciência e compreenda realidades ocultas. Através da música e das imagens, é possível entrar em sintonia com forças superiores e receber inspiração direta do mundo espiritual, como acontece nos grandes mitos e nas visões dos iniciados. Os benefícios dessas abordagens são vastos: redução do estresse e da ansiedade, ampliação da criatividade, maior clareza mental e aprofundamento da percepção simbólica. Além disso, ao trabalhar com a linguagem dos sons e das imagens, a Biomúsica e a Terapia das Imagens auxiliam no desenvolvimento de uma consciência mais desperta e na superação de padrões limitantes, permitindo uma transformação genuína. O Workshop de Biomúsica e Terapia das Imagens da Associação Gnóstica de Brasília integra esses elementos, proporcionando uma vivência alinhada ao caminho gnóstico. Para Samael Aun Weor, os mitos e os sonhos contêm chaves fundamentais para a autorrealização, e a arte verdadeira deve servir ao despertar da consciência. Através da música, despertamos estados superiores de percepção, e por meio das imagens, acessamos os mistérios profundos da psique. Essa é uma oportunidade de experimentar, na prática, o poder da arte como canal de transcendência e autoconhecimento.

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Título

O que é GNOSE?

A Associação Gnóstica de Brasília – AGB é uma instituição civil sem fins lucrativos, que objetiva divulgar a gnose moderna reestruturada por Samael Aun Weor, filósofo, antropólogo e cientista colombiano radicado no México, com mais de 80 livros editados em 70 países. 

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