O SOM EM TODAS AS COISAS
A maioria dos seres humanos possui os 5 sentidos capazes de realizar suas funções comuns. Podemos ver, admirar as cores e formas, sentir o gosto, os cheiros, sentir a textura; mas e o som de todas as coisas? Como ouvir uma pedra, o céu, o Sol, o Universo?
Como acessar o mundo iluminado do som e da música que vibra em tudo?
Tudo que vive, vibra; tudo que vibra emite som!
Nossos ouvidos captam um intervalo muito pequeno das vibrações e dessa forma acreditamos que a linguagem dos sons que captamos é um privilégio.
O maravilhoso instrumento auditivo humano capta frequências que vão de 20 a 20.000 Hz (vibrações por segundo). Apesar de parecer bastante, é ínfimo em comparação à imensidade de vibrações emitidas por todos os corpos que compõem o Universo.
Só quando sentimos que a vida vai além das coisas que podemos perceber é que iniciamos a maravilhosa busca das correlações entre as expressões física e a metafísica.
Podemos afirmar que todos os povos de todas as civilizações se expressaram através de sons, audíveis ou inaudíveis e, na busca de sentir e explicar sua própria existência na conexão com o TODO, exploraram essa comunicação com o Universo de maneira muito peculiar. O vento, o fogo, o ar, o furacão, as águas que correm nos rios ou as ondas do mar, as folhas que brincam com a brisa, o raiar do dia, o silêncio das noites estreladas, a melodia que corre no coração……toda essa energia impulsionou a alma a encontrar e abrir as arcas de um saber atávico, dando origem ao conhecimento da linguagem sagrada: a Palavra Perfeita.
O Ser Humano então, como um Deus, podia criar! Expressar-se com a pureza das eras. Tocava seu instrumento Divino como Orfeu, que com sua lira encantada sustava os rios, amansava as feras e movia pedras.
Muitos foram os seres que conscientes do poder e encantamento da linguagem e da palavra deram origem a lendas, mitos, contos.
Instrumentos foram construídos sob as leis perfeitas da Matemática Sagrada. A ciência da música surgiu nos planos da vida e o Ser Humano podia então entrar nos mundos sutis pelos portais dos sons.
Samael Aun Weor, contemporâneo mestre gnóstico do Som, descreve em seu livro “Heptaparaparshinock, o Mistério da Música” sobre a existência de um desses instrumentos chamado AYA ATAPAN, que era composto de 49 cordas que, ao serem tocadas, fazia-nos viajar pelos nosso mundos internos.
CHAT-CHAI-MERNIS era o nome da ciência utilizada pelos sábios seres que habitaram as antigas civilizações para fazer surgir instrumentos tão perfeitos.
Neste mesmo livro há a história de um grande rei chamado Konuzion e seus 2 sobrinhos Choon-kil-tez e Choon-tro-pel que viveram no início da raça Ária (mais de 80.000 anos atrás), na região onde hoje se encontra o deserto de Gobi. Esses grandes seres construíram um belíssimo instrumento chamado Dzendveokh que tinha a capacidade de filtrar cores e sons e transformá-los em elementos diversos, ou seja, Criar!
Pitágoras no século VI a.C. protagonizou essa ânsia quando percebeu a correlação entre a música e a matemática, construindo o que ele chamou de monocórdio (instrumento com 1 única corda). Um único som poderia, através de uma relação matemática simples, se desdobrar em muitos, surgindo a teoria musical. Percebeu também que as estrelas e os planetas emitiam sons, denominando essa harmonia celeste de “Música das Esferas”.
Dizia o mestre grego que a música era o melhor meio para purificarmos a alma e que “o universo era uma escala ou um número musical cuja própria existência se devia à sua harmonia”.
Mas o grande deus Saturno, senhor do tempo, viu seus filhos caminharem pelas estradas da inconsciência e perder seus belíssimos poderes!
Entramos em eras obscuras e tristes. Esquecemos de nós mesmos… nossos corações não mais cantaram Odes Celestes… não mais reconhecemos a Vida Pulsante!
Perdemos o conhecimento secreto da ciência de CHAT-CHAI-MERNIS!
Dorme em nós agora novamente o dom da Música. Não mais compreendermos a linguagem da Natureza! A linguagem dos deuses!
Por isso, quando ouvimos o som de um violino Stradivarius, último remanescente de uma série de instrumentos mágicos criados pelo ser humano, somos tocados novamente pela saudades daquilo que fomos um dia, vibrando como crianças exultantes ao ouvirem a voz de sua mãe!
Sejamos como o pequeno pássaro que, com pequenas gotas de água no bico, num esforço hercúleo, faz o que pode para apagar um incêndio na floresta. As gotas são nossas palavras; o incêndio é a dissonância deste mundo caótico.
A Palavra é um dom. Usemo-la com responsabilidade. Cada expressão vocal deve ser realizada com Consciência e Amor para fazermos novamente vibrar as Cordas que nos conectarão a essa Grande Orquestra Cósmica que chamamos de Vida.
Heloisa Pereira Menezes
Nutricionista, Especialista em Logística, Instrutora de Gnose e diretora da Associação Gnóstica de Fortaleza