ARCANJOS: QUE TAL PEDIR AJUDA DIRETAMENTE ? AS DIVERSAS HIERARQUIAS DIVINAS: Um antigo e sábio adágio ensina que “Deus é Deuses”, frase muito utilizada nos estéreis embates entre politeístas e monoteístas. Com a serena vivência que a Gnose nos permite, podemos compreender que a Divindade está em sua Obra, que Criador e Criatura são uma só coisa. A dicotomia criada pela mente humana, a carcarejada teologia, leva a disputas não só sobre as hierarquias divinas, mas também entre “diferentes Deuses”, com o velho fanatismo de que “meu Deus é melhor que o teu Deus”, o que conduz a sofismas como “Maomé é melhor que Jesus e Jeová é melhor que Alá”. Daí vêm o medo, a ira, o preconceito, o orgulho místico, a ignorância, a violência, a guerra, enfim, atitudes que levam ao afastamento de Deus – que é todo Paz e todo Amor. Mas o fato é que o Universo foi criado para todos os seres crescerem e se desenvolverem, para que nos tornemos, por nosso próprio esforço, “à imagem e semelhança do Criador”. Se todo o Universo é uma escola, é obvio que existem distintas etapas e níveis de desenvolvimento espiritual. No Gnosticismo moderno de Samael Aun Weor pesquisamos a Cosmologia (estudo dos diferentes mundos) e a Ontologia (estudo da mônada humana), onde constatamos haver realmente uma hierarquia entre os seres que se desenvolvem, sendo dada mais responsabilidade àqueles que têm mais sabedoria para gerenciar uma determinada parte da obra divina. Por isso temos, por exemplo, elementais vegetais (que por vezes administram uma “simples” plantinha), passando por almas humanas (que gerem uma individualidade, um antropos), por manus ou seres divinos que são responsáveis por uma civilização inteira… E esta espiral não tem fim: temos a Divindade Planetária da Terra (Geb-Melquisedeque), do Sol (o Logos Mikael), da Galáxia, do Aglomerado Galáctico e assim por diante. Esta visão “politeísta” em nada diminui a Omnipresença, Omnisciência e Omnipotência de Deus, se compreendermos que, como no nosso corpo físico, tudo está ordenado e é hierarquicamente operado de modo cooperativo e orgânico. Para ajudar a divindade responsável por cada pedacinho da criação, há toda uma “equipe” de seres intermediários, mensageiros – criaturas que também estão se desenvolvendo na grande escola da vida. Essas criaturas foram chamadas de vários nomes: avatares, manus, budas, messias, enviados, anjos, arcanjos, deidades, divindades etc. OS ANJOS EM ALGUMAS TRADIÇÕES ESPIRITUAIS: No hinduísmo temos os Devas, comandantes da natureza ou Anjos dos Elementos, como Parvati (senhor do ar) e Varuna (regente das águas). No budismo os anjos são conhecidos como Devatã, estando num estado de evolução “supra-humana”, mas ainda “infra-divina”. Como exemplos temos os Sudhavasa (seres elevados) e os Trayastrimsa (seres divinos vencedores). Entre os antigos Persas Zoroastristas temos os Ameshas Spentas, seres divinos personificando virtudes hurmanas. Nas tradições judaico-cristãs existe até uma hierarquia para os Mensageiros ou Intermediários Divinos. São Jerônimo, por exemplo, no século IV propôs que as ordens angelicais iriam desde os mais próximos do ser humano, os Anjos, passando sucessivamente pelos Arcanjos, Tronos, Dominações, Potestades, Querubins e Serafins – a ordem mais elevada. Por isso que os grandes panteões, como o egípcio, o grego, o maia – só para citar alguns, têm seres especializados em cada área: sabedoria, saúde, força, fé, maternidade, família etc… E a tradição judaico-cristã imitou esta disposição natural e óbvia, só que, para não sair de sua veia monoteísta fanática, ao invés de chamarem esses seres divinos de Deuses (cada qual em seu nível e com sua função), os denominaram de patriarcas, profetas, reis, grandes rabinos, anjos, evangelistas, santos etc. Quando compreendemos esta adaptação humana à natural e tradicional hierarquia de desenvolvimento da Obra Divina, deixamos de perder tempo com inférteis disputas entre um único Deus e outros deuses, qual Deus é mais poderoso, qual religião é mais salvadora, qual expressão espiritual é “do diabo” etc. A luz da compreensão e a sabedoria gnóstica dispersam as névoas da ignorância e podemos penetrar no sentido profundo do tema central deste artigo – a chamada Angelologia Gnóstica – A Prática Gnóstica com os Anjos. Nas Escolas Gnósticas aprendemos técnicas avançadas de contato com essas hierarquias celestes, são práticas de Astroteurgia, o acesso aos Templos-Corações de cada Deus Planetário, de cada Arcanjo. Enriquecido então o entendimento sobre as hierarquias celestes, podemos aprofundar um pouco mais sobre o que são os Auxiliares Divinos dentro de nossa tradição mais familiar, a cristã-ocidental. A MAGIA GNÓSTICA DOS ARCANJOS: As tradições cabalísticas hebraicas, como no Sepher Yetzirá e no Zohar, legaram ao cristianismo os Arcanjos, Mensageiros de Luz que fazem a intermediação entre a Divindade e os Seres Humanos, relacionando-os às Séfiras da Cabala, também chamadas de esferas de emanação divinas (planos). Pela Sabedoria da Lei do 7, o Sagrado Heptaparaparshinock, a Clara Luz Divina se difrata em 7 Raios ou Arcanjos, especializados em cada força universal. Assim, estes Arcanjos ou Anjos superiores foram até relacionados a Regentes Estelares (ou astrológico-planetários) em muitas tradições. Muitos deles, como Gabriel, Miguel e Uriel são citados na Bíblia canonizada. O termo Magia foi muito adulterado pelo fanatismo e perseguições religiosas. Magia na realidade é qualquer procedimento ou fórmula que opere com forças invisíveis e até “milagrosas” da natureza, seja ela uma cerimônia de purificação com água (batismo), um ritual de pacto de união (matrimônio) e até o sacramento de transmutação de substâncias terrestres no corpo de uma divindade (eucaristia). É importante esclarecer que estes ritos mágicos não são exclusivos do cristianismo: são cerimônias de Magia (operação com forças invisíveis da natureza divina) ou ritos de passagem presentes em todas, sim, todas, as formas religiosas. Claro que também há diversos tipos de magia, como a luminosa e a sombria, com a diferenciação delas residindo justamente nos elementos utilizados (magia luminosa nunca trabalha com sangue e sacrifícios) e na finalidade do procedimento (magia tenebrosa sempre tem objetivos egoístas, como ambição, ciúmes, vingança, “trazer a pessoa amada” etc.). Mas, como este artigo não é específico sobre Magia (há outros escritos sobre este assunto neste mesmo site da Associação Gnóstica), entendemos que esses elementos …
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