Associação Gnóstica de Brasília

7 PRESENTES DE NATAL

7 PRESENTES DE NATAL   Na época de Natal e final de ano uma série de sentimentos movem as pessoas. Estas sensações podem ser vislumbradas desde o ponto de vista mais material e capitalista até os excelsos perfumes da espiritualidade crística. Podemos imaginar esta visão em distintas profundidades, como se estivéssemos no mar, no Oceano da Vida como chamam as tradições gnósticas. Mas usemos nossa metáfora do fundo do mar para a superfície, do escuro para o claro. Nas regiões mais abissais, de grande profundidade marinha onde há escuridão, águas geladas e competição pelos parcos recursos existentes, temos o Natal Comercial, onde o sistema capitalista fez do consumo e do comércio a mola mestra da sociedade, promovendo o desejo (não a necessidade) de comprar, de substituir, de ter o bem de último tipo, aquele que permite acessar o big-data e está preparado para a internet-das-coisas, ímpeto ainda de viajar para mandar fotos nas redes sociais – ostentando momentos de alegria (não necessariamente de felicidade). E há muitas armadilhas, como as promoções de última hora – as Black Fridays, comumente com falsos descontos, que incitam as pessoas a comprar e a consumir, a adquirir e a exibir coisas que normalmente não precisam. Na região de profundidade oceânica intermediária, onde já existe certa visibilidade mas ainda é frio e há grande limitação, temos o Natal Familiar e dos Amigos. Aqui nos aproximaremos das pessoas de nossos relacionamentos passado e atual. Época de lembrar os entes mais próximos, aqueles que quase não vemos, os falecidos, quem casou, quem se separou, se mudou, está em outro emprego… recordamos daqueles que participarão das ceias de Natal ou Ano Novo. É época de matar as saudades, de reviver os dramas, comédias e tragédias da nossa história nesta existência, oportunidade de confraternizar com os seres que a divindade colocou em nossa convivência, parentes, amigos e agregados. Já na região que abrange a superfície do Oceano da Vida e as profundidades mais rasas, temos o céu azul como teto, o Sol como lúmen que aquece e a brisa que nos refresca, além de uma incrível sensação de liberdade, pois podemos respirar tranquilamente, nadar para onde quisermos e até boiar em momentos de descanso. Em nossa analogia marítima, esta é a região do Natal Espiritual, onde ocorrem sentimentos mais sublimes, como glorificar o nascimento de Jesus, refletir sobre a festa de fraternidade e gratidão que é o Natal,  aproveitar as forças do novo ano que começa para também nos motivarmos espiritualmente a iniciar novos empreendimentos ou retomar antigos projetos de felicidade. E somente um ser humano que pode respirar e nadar na superfície, à luz do Sol, pode entender o que é a liberdade do espírito. Um ser abissal ou intermediário, que nunca nadou sem estar completamente submerso ou nem mesmo viu a luz do Sol, jamais pode entender o que são essas sensações. E esta liberdade de nadar à vontade pelo Oceano da Vida é conquistada com intenso trabalho sobre si, com precisas e dedicadas técnicas de autoconhecimento e autotransformação, sistemas ensinados pelo gnosticismo contemporâneo. Mesmo aqueles que seguem de forma cega uma religião, imersos em seus dogmas e seguindo os ditames de quem a professa, pode estar à mercê das correntes oceânicas no escuro oceano da vida, tendo apenas ouvido falar sobre a luz do Sol, sem nunca tê-la visto. Pode estar baseando suas premissas nas “sagradas escrituras”, mesmo ignorando que muitos livros da Bíblia foram mutilados ou adulterados ao longo dos milênios, sendo também constantemente vítimas de interpretações tendenciosas por religiosos interesseiros. Pois bem, quando se fala em Natal Espiritual é preciso compreender que o Cristo não é somente um personagem histórico. Nas palavras do sábio contemporâneo Samael Aun Weor “O Cristo não é propriamente um indivíduo. Em si mesmo Ele é uma Força Cósmica Universal que palpita em cada átomo, em cada elétron… O Cristo se encontra latente em tudo que é, tudo que foi e tudo que será. Porém, o Cristo pode se manifestar em qualquer Ser Humano devidamente preparado… “. Isso pode soar como heresia a um religioso confessional institucionalizado, mas é a base teológica de todas as religiões das épocas de ouro da humanidade, quando faziam de um alto iniciado egípcio um Osirificado (se tornou um Osíris), de um grande ser grego um Filho de Apolo, ou de um santo persa uma Chispa de Mitra. Todos esses grandes mestres de distintas culturas e religiões alcançaram graus de evolução humana que os antigos gregos chamavam de Chrestos (o Bom), originando a palavra Cristo, ou seja, todos eles foram cristificados na mais completa exatidão original da palavra. Assim também ensinaram os gnósticos do cristianismo primitivo, até serem taxados de hereges e perseguidos pelo fanatismo clerical dos primeiros séculos da era cristã. E a Sabedoria Gnóstica vai mais longe, ensinando que, além do Cristo Cósmico (o Logos Solar – o Espírito do Sol que nos ilumina e sustenta), do Cristo Histórico (Jesus de Nazaré, por exemplo), do Cristo Mitológico (as distintas histórias de salvadores da humanidade), há o Cristo Íntimo (uma parte de nosso próprio Ser Interior Profundo que precisa nascer de uma Virgem – nossa Mãe Divina Particular). Portanto, no final de ano aqueles seres humanos “de superfície”, os que vêm a luz do Sol Espiritual, glorificam estes 4 aspectos do Cristo: festejam o início do Crescimento do Logos Solar (no momento solsticial mais frio do ano no hemisfério norte – de onde herdamos a data de 25 de dezembro), homenageiam o Nascimento do Cristo Jesus há mais de 2.000 anos, reconhecem os diferentes Cristos-Salvadores manifestados nas distintas culturas e épocas  (como Krishna na Índia, Fo-Ji na China e Inti nos Andes) e, o mais belo e transformador, conseguem vislumbrar a beleza do Cristo Íntimo no coração de cada Ser. O Cristo Íntimo é a parte divina que todos trazemos dentro e que fica reluzente na época de Natal, aguardando nosso amor e preparo para que Ele nasça na manjedoura do coração, rodeado pelas animalescas imperfeições humanas. E onde entram os 7 presentes …

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