Associação Gnóstica de Brasília

I Ching: Sabedoria Milenar Chinesa

I Ching: Sabedoria Milenar Chinesa   Enquanto na civilização ocidental as culturas Maia, Mesopotâmica e Egípcia floresciam, na China o gênio humano dava belíssimos frutos, inspirado no divino e na natureza. Conceitos de transformação e transmutação, de dualidade complementar Yang e Yin, de permanência na impermanência moldaram o conhecimento chinês desde a remota antiguidade, possibilitando o surgimento do Taoísmo e do Confucionismo, que têm como obra fundamental o I Ching. Há mais de três mil anos o grande sábio Fu Hsi, nas terras pantanosas do vale do rio Amarelo, lançou as bases da grandiosa civilização chinesa e para orientá-la legou uma obra denominada somente “I”, isto é, “Mudança” ou “Mutação”, criando uma cosmologia e a representação dos fenômenos naturais (interiores e exteriores) por meio de trigramas e hexagramas, cada um com um nome em caracteres chineses arcaicos. O mestre gnóstico contemporâneo Samael Aun Weor relata em suas obras que Fu Hsi é um verdadeiro cristo chinês, concebido pela imaculada Hoa-Se às margens de um rio. Samael também ensina, em seu livro Logos, Mantras e Teurgia, que a linguagem de ouro, o idioma universal e a gramática cósmica perfeita se encontram nos caracteres chineses. Por volta de 1150 a.C., o rei Wen e seu filho, o duque de Chou, escreveram textos sobre os hexagramas possibilitando a compreensão e utilização do “I” por um número maior de pessoas. Wen escreveu os Julgamentos e Chou os comentários sobre as linhas. Confúcio, que viveu de 551 a 479 a.C., acrescentou explicações fundamentais, chamadas de as Dez Asas, para a compreensão desse livro de sabedoria. Confúcio afirmou que quanto mais vivesse mais se dedicaria ao estudo do I Ching, o Livro das Mutações, como passou a ser conhecido. Além de Livro de Sabedoria, o I Ching também é utilizado como oráculo desde sua criação. Inicialmente eram utilizados carapaças de tartaruga e ossos de boi, aquecidos em fogueiras ritualísticas para indicarem os hexagramas que respondiam à questões importantes para os destinos de uma comunidade. Posteriormente passaram a ser utilizadas varetas da planta milefólio, por meio de uma técnica de lançamento conhecida como Método das Varetas. Na dinastia Han, de 206 a.C. até 220 d.C., surgiu o Método das Três Moedas, amplamente utilizado hoje em todo o mundo. Há ainda o Método Flor de Ameixeira, em que são realizados cálculos matemáticos a partir das perguntas para a obtenção do hexagrama que responderá a pergunta. A primeira tradução do I Ching para uma língua ocidental, o inglês, foi realizada pelo missionário James Legge. Alguns anos depois o alemão Richard Wilhelm, também um missionário que viveu vários anos na China, realizou uma tradução para sua língua mãe, cuja primeira edição saiu em 1923. Para a edição seguinte, em 1949, o médico e psicólogo suiço Carl Gustav Jung escreveu o prefácio, demonstrando seu uso oracular e discorrendo sobre a Lei da Sincronicidade. O I Ching, como tradutor das energias que envolvem uma situação, pode ser utilizado na forma oracular para nos dar as pistas arquetípicas dos desafios a vencer, das ferramentas à disposição, das forças divinas e humanas envolvidas numa circunstância, permitindo tomar ações mais conscientes, éticas e equilibradas. Pelo lado espiritual ou iniciático, o I Ching pode traduzir as forças psíquicas e espirituais que moldam nossas atitudes físicas, mostrando-nos um verdadeiro mapa do inconsciente para que ajamos de forma a equilibrar nossa vida horizontal (emprego, família, amigos, estudos) com nosso caminho vertical (as inquietudes espirituais da alma).               George Peel é engenheiro, servidor público e estudioso de tradições gnósticas e chinesas

Amar, Servir e Curar

AMAR, SERVIR E CURAR Curar significa restabelecer a Saúde, o estado perfeito de vitalidade, normalidade, situação onde todo movimento de vida se dá com perfeição. É uma palavra que tem origem no latim e estende seu significado à amizade e ao amor. Assim como buscamos saúde para nosso corpo, todo o Universo percorre seu trajeto Divino em busca da Perfeição, e é a isso que chamamos de COSMOS cuja substância regeneradora é o AMOR. Sempre que esse AMOR é retirado e substituído por uma energia destrutiva cujo representante em nós são nossos defeitos psicológicos (chamados na gnose de “egos”), instala-se o CAOS, que nada mais é do que a desarmonia, a entropia, a DOENÇA. Portanto Curar não pode e não é algo tão simples assim como se pensa e se quer fazer “entender” hoje em dia. Não é uma capacidade que se adquire por simples querer, estudo ou capricho, mas é sim uma conquista, um Dom que se obtém por mérito individual, e profundo trabalho à Humanidade em honra ao Criador, um ato revestido de grande Mistério e Sacralidade. Por isso que Paracelso, para muitos o maior médico que já existiu, afirma que “nem as Universidades, nem os Papas, nem os Reis poderão dar ao homem o poder de curar, se antes ele não for ungido por Deus”. A essência de nosso SER é AMAR e SERVIR, e só através do AMOR incondicional, que é a essência do CRISTO, é que poderemos CURAR. Não há outro caminho! Toda Energia emanada pelo CRIADOR e manipulada pelos Elohim (o exército da VOZ) na Aurora da Criação produziu e produz a perfeita Vida em Movimento, e só essa mesma Energia que criou é capaz de RE-CRIAR ou tornar novamente SÃO. Na história de nossas civilizações, testemunhamos a vida exemplar de grandes homens e mulheres que expressaram esse DONUM DEI, e que impulsionaram a medicina, entendida como a arte ou o dom de curar, a patamares até hoje incompreensíveis. Hipócrates, Huiracocha, Hermes Trismegistros, Paracelso, Avicena, Hildegard von Bingen . Samael Aun Weor, Milarepa, Nicolas Flamel, Pernelle, Francisco de Assis, Clara de Assis e tantos outros seres, grandes Mestres e Santos em todos os quadrantes da Terra foram capazes de transmutar suas energias Divinas em um Bem ainda Maior, sempre através do que denominaram “Sacro- Oficio” – trabalho Sagrado pela Humanidade. Para citarmos novamente Paracelso, por exemplo, médico, alquimista, físico, bioquímico, toxicologista, nascido no século XV na Suíça, aclamado e amado em terras banhadas pelo lindo rio Danúbio: Áustria, Alemanha, República Tcheca… determinou que uma das principais atividades exercidas pelos médicos está no que ele chamou de VIRTUS, ou melhor, o espírito de sacrifício necessário para o apoio aos doentes e que sintetiza a ação do médico de cabeceira, do médico de família, daquele que ama seus atendidos com o coração de Pai-Mãe, que busca seu bem estar físico, emocional, mental e até espiritual , pois sabe e conhece onde se encontra e como usar a Força Regeneradora da Cura Perfeita. Nessa linha de trabalho desenvolveu uma Obra até hoje respeitada e ainda pouco compreendida, pois nos falta a principal virtude para essa compreensão: A Compaixão! Sentir a dor do próximo, amar a alma, amar o Amor, o coração que pulsa em cada Ser, compreender que em cada Ser está o próprio Criador. Francisco de Assis amou e curou a alma daqueles que eram desprezados não só pelo mundo, mas até por si mesmos, e por esse Sacro-Oficio ergueu uma grande Obra. Tomás de Kempis, monge alemão do século XVI, em seu livro “Imitação de Cristo” diz:” Sem caridade, de nada vale a obra exterior, porém tudo que dela procede, por mais insignificante que seja, se torna proveitoso.” Olhar o mundo com os olhos do SERVIR CONSCIENTE, nas suas diferentes formas de agir: a gentileza, a não violência, a caridade física, psicológica e espiritual, o perdão, o arrependimento sincero, a luta contra nossos próprios defeitos e erros etc, é abrir as portas e janelas da ALMA em busca da verdadeira fusão com Deus, voltar a Ele. Por isso que tão bem sintetizou o mestre contemporâneo da Gnose, Samael Aun Weor: Nossa Razão de Ser é Servir !!! Heloisa Pereira Menezes é nutricionista e diretora da Associação Gnóstica de Fortaleza

Budismo Gnóstico: Verdadeira Felicidade com Autoconhecimento, Ética e Iniciação

Budismo Gnóstico: Verdadeira Felicidade com Autoconhecimento, Ética e Iniciação A sabedoria budista sempre atrai os corações puros. Primeiro, pelo exemplo de vida de seu maior mestre, Sidartha Gautama Sakia Muni, o Buda que viveu há mais de 2.600 anos. Depois, pelos tesouros psicológicos que podem levar à libertação individual do apego e do sofrimento e, com isso, a um mundo mais fraterno, solidário e feliz. Entretanto, o que é a felicidade ? Segundo a Moderna Psicologia Gnóstica restaurada por Samael Aun Weor, felicidade é a sensação íntima de bem-estar e integralidade, saboreada por quem trabalha sobre si e desperta sua Consciência, conhecendo sua missão no mundo e contribuindo para que todos também sejam felizes. Neste artigo abordaremos três caminhos gnósticos-budistas para a conquista desta Felicidade Integral: o Autoconhecimento, a Ética e a Iniciação Espiritual. Em termos de autoconhecimento, o Budismo e a Gnose têm um conceito diferente de Ego que a maioria das correntes filosóficas e psicológicas ocidentais. Para a Gnose o Ego constitui aqueles nossos defeitos psicológicos que levam ao adormecimento da Consciência, ao erro, à dor e à repetição (recorrência) cármica. O Ego, para o Budismo e para a Gnose, constitui o conjunto de valores negativos que na cristandade ocidental foram qualificados como os 7 pecados capitais: ira, orgulho, preguiça, gula, luxúria, inveja, avareza. Essas duas escolas de sabedoria ensinam justamente a eliminar estes egos, ou defeitos psicológicos. Nunca somente reprimi-los ou deixá-los nas “mãos de Deus” para que “nos perdoe”. Mas você deve estar se perguntando: se o ego da ira for eliminado, o que restará ? Exatamente a virtude da Serenidade, da Paz Interior. Alguém que, mediante um intenso e maravilhoso trabalho sobre si, conseguiu eliminar seus egos, adquire as virtudes correspondentes: sai da ira para a serenidade; do orgulho à humildade; da preguiça à determinação; da gula à temperança; da luxúria ao respeito ao sexo; da inveja à admiração pela conquista alheia; da avareza à generosidade. Assim temos um caminho de felicidade própria e para os outros. Por este motivo que no gnosticismo e no budismo dá-se tanta importância às técnicas de Auto-Observação e Auto-Consciência durante cada ato da vida e também à Meditação para a compreensão e digestão psicológica de nosso conteúdo psíquico. Nossa segunda óptica – a da Ética – está largamente registrada nos antigos textos Budistas e Gnósticos. Se refletirmos que a ética é a ação voluntária que busca o bem comum, nela encontraremos as bases para um mundo fraterno, solidário, justo e feliz. No Budismo temos o Caminho Óctuplo de Buda, onde o Mestre Iluminado nos exorta, por exemplo, a ter reta compreensão, reta fala, reta ação, honesta maneira de ganhar a vida, reta concentração (não se esquecer de si mesmo) e reto uso das energias sexuais. Por acaso o leitor não encontra nesses preceitos as vias éticas para um mundo mais feliz ? Ou, por outro lado, a inobservância desses preceitos não nos levaram ao mundo atual, eivado de egoísmo, de competição, de consumismo irresponsável, de desonestidade, de corrupção e de decrepitude sexual da sociedade ? Por isso que asseveramos, com tranquilidade e sem receio de nos equivocarmos: uma sociedade ética e feliz pode ser construída a partir de indivíduos que sigam os Oito Preceitos Budistas ou o Terceiro Fator de Revolução da Consciência dos Gnósticos, que nos ensina a Servir Desinteressadamente a Humanidade. Nossa terceira visão, a da Iniciação Espiritual, vai mais além da mera espiritualidade e da religiosidade comum, da famigerada busca da salvação e dos exercícios religiosos, com seus rituais e práticas devocionais individuais ou coletivas. Iniciação, para a Gnose de Samael e para o Budismo Tântrico Tibetano (Vajrayana) significa vencer a si mesmo para servir a Deus, encarnando Sua Obra e ajudando todos os seres a fazê-lo, conquistando com esforço próprio o Nirvana Budista ou as Altas Iniciações Gnósticas, cujo cume é denominado de Cristificação na linguagem dos primitivos gnósticos gregos. Iniciação não se compra e não se vende, nada tem a haver com status social ou econômico; não se conquista a iniciação lendo livros ou indo a igrejas e templos; iniciação é a vida retamente vivida, num constante trabalho de depuração íntima (a morte do ego), de transmutação das energias criadoras-sexuais (o tantrismo tibetano) e de Servir desinteressadamente todos os seres. Então, caro leitor, após décadas lidando diretamente com o sofrimento humano e com a busca das almas pela Luz, com otimismo na humanidade me alegro ao constatar que a sabedoria de Sidartha e de Samael realmente são revolucionárias, pois objetivam a Felicidade através da Auto-realização Íntima do Ser Humano – homens e mulheres, num mundo ético e onde a Obra Divina seja conscientemente construída por cada um e para todos.   Sérgio Geraldo Linke é engenheiro e instrutor da Associação Gnóstica de Fortaleza

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