O Tarô era o mais sagrado livro para os antigos egípcios, por orientar uma vida produtiva e harmoniosa no plano material e indicar as leis divinas para uma plena realização espiritual. Esta verdadeira bíblia escrita milhares de anos antes do Antigo Testamento foi entregue à humanidade por Thot, divindade da Escrita e da Sabedoria, que posteriormente recebeu outros nomes como o Hermes Grego, o Mercúrio Romano, o Enoch Bíblico, o Anjo Metraton entre os Cabalistas etc. O livro de Thot é ao mesmo tempo um Guia Iniciático e um Instrumento Oracular de Precisão, pois desvenda para um leitor preparado as circunstâncias invisíveis presentes numa situação, permitindo operar com as energias envolvidas, aplicando-as, evitando-as ou transformando-as. Todos os Tarôs são originários da versão egípcia, que é composta de estelas (monólitos esculpidos). Portanto, o Livro Egípcio de 78 Arcanos que temos hoje é o mais completo de todos, exigindo maior preparação de quem o utiliza. E foi justamente esta necessidade de conhecimento profundo que levou ao surgimento de várias outras versões do Tarô, mais simples e, o pior, na maioria das vezes adulteradas. Para quem conhece a riqueza e os mistérios do Livro de Thot (Tarô Egípcio) assoma-se estranho, para não dizer profano e até perigoso, algumas versões de tarôs como a de Marselha, Crowley, Papus, Cigano, dos Anjos, dos Florais etc. Nas versões atuais que circulam no mercado, com objetivo de simplificar e “deixar mais bonitas e atuais” as lâminas do Tarô, foram suprimidos hieróglifos, pantaclos e letras hebraicas. Também foram alterados os personagens, modificadas suas roupas e instrumentos, adulteradas a posição física e a ação por eles executada – no original sempre relacionada a um mito egípcio com muitas lições psicológicas e espirituais. Foram ainda modificadas as proporções e cores das lâminas… Uma lástima e um crime à arte superior e à arcaica sabedoria egípcia. Cada um desses detalhes indica com precisão um arquétipo exato para que o leitor intuitivo possa depreender do Arcano quais as circunstâncias que envolvem o assunto consultado. Utilizar um tarô adulterado é como tentar ler um livro mal traduzido e no escuro, ou com a visão turva… Perdem-se muitas palavras e é quase certo que se altere completamente a mensagem. Atualmente, quando vemos descobertas arqueológicas de tumbas e templos egípcios, com suas esculturas e paredes em pedra nua ou palidamente pintadas, não imaginamos o quanto esplendorosa era a arte no antigo país do Rio Nilo. As esculturas eram precisas, polidas e brilhantes; os palácios eram belíssimos e cheios de água, peixes e plantas; as roupas dos nobres e religiosos eram coloridas e ricamente ornadas; as joias irradiavam esplendor em cores e pedras preciosas; os perfumes eram naturais e mágicos – sem feromônios; a dança evocava os movimentos da natureza e dos astros e inspirava a busca da sabedoria e dos mistérios do amor. As estelas do Livro de Thot (Tarô) eram joias do gênio humano que refletiam a sabedoria divina. Toda a arte egípcia era dirigida para cultuar o Divino e para despertar veneração e emoções superiores nos humanos. No Antigo Egito a arte era utilizada para invocar os Deuses do Cosmos para que eles se unissem às Divindades Internas do Ser Humano, como sintetizou magistralmente Samael Aun Weor, mestre gnóstico contemporâneo: ”…quando se perguntava sobre Mestres, (os antigos egípcios) simplesmente apontavam o céu porque todos os seres humanos viam os gênios estelares e podiam conversar diretamente com eles”. Portanto, o Tarô, como Livro Sagrado e expressão da Arte Divina na Idade de Ouro do Egito, traz simbologia riquíssima e narra os Mitos Ancestrais da Criação, da Existência Humana, da Morte e da Ressurreição, passando pelas Leis Divinas e pelas Provas e Vitórias que cabem a cada um. Uma lâmina de Tarô Egípcio nos brinda basicamente com três grandes Cátedras para a consciência: A) As três regiões do Baixo, Médio e Alto Egito (as partes baixa, média e alta do Arcano), representando nossa vida inconsciente, nossa vida em vigília e nossa vida espiritual. As proporções (tamanhos) de cada uma dessas regiões e como são suas fronteiras já trazem muitas lições e indicativos para equilibramos nossa existência. B) A ação empreendida pela figura central do Arcano, ou seja, quem é o personagem (um Deus, um ser humano, um ser mitológico) e o que ele está fazendo. Está solitário ? É mulher ou homem ? Colabora com alguém ? Luta contra outrem ? Sereno ? Armado ? Triste ? Indeciso ? C) Os objetos, símbolos, letras e personagens que povoam as regiões do Baixo, Médio e Alto Egito, indicando como agem as forças dentro de cada uma dessas esferas de nosso Ser. Por isso, para uma leitura intuitiva e baseada no conhecimento profundo dos Arcanos egípcios, há que se observar as cores dessas regiões, os matizes e tons dos personagens, as tonalidades de objetos e símbolos. Uma cor é a expressão visível da energia da onda eletromagnética que a compõe. As cores são campos energéticos, morfo-genéticos (pois geram novas formações), quânticos (pois fazem vibrar subpartículas atômicas). Cor é a expressão única de uma parte específica do espectro da Luz, literalmente “um raio de luz especial”, ou seja, ela é o desdobramento exato da Luz Divina ao difratar-se numa determinada faixa de vibração, cintilando no plano humano. Cores diferentes têm comprimentos de onda e frequências distintos, provocando por isso variadas reações fisiológicas, psicológicas e espirituais na pessoa iluminada pela cor. Aqui cabe um sereno desabafo: o desconforto e até lamento que sentimos ao vermos tarôs, mesmo os ditos “egípcios” nas versões modernas adulteradas, com as cores completamente descaracterizadas… Parece que falta alguma coisa, dá a impressão que algo foi desfigurado, há uma sensação de perda, de empobrecimento… Imagine o leitor se a Mona Lisa de Da Vinci estivesse sorrindo desdentada; ou se a torre Eiffel fosse substituída por um grotesco prédio de concreto… ou ainda se uma Ária de Bach fosse tocada em ritmo funk… Aberrações ! As cores eram utilizadas no Antigo Egito com objetivos precisos em todas as expressões culturais e artísticas: nas roupas, nas …
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